Fernando Gomes desejado para o COP
Fotografia Sérgio Miguel Santos

Fernando Gomes desejado para o COP

MODALIDADES09.09.202407:15

Presidente da federação de futebol, que não se pode recandidatar, já foi abordado sobre o assunto e não afastou a hipótese apresentada, estando previsto para os próximos dias um encontro para lhe mostrar apoio alargado, algum vindo de várias federações olímpicas. Antigo secretário de Estado do desporto Laurentino Dias também tem movimento à procura de possíveis apoios a uma candidatura

Ainda que faltem entre três a seis meses para as eleições para o Comité Olímpico de Portugal, que terão de se efetuar no primeiro trimestre de 2025, nas quais será escolhido o presidente que conduzirá o organismo na olimpíada de Los Angeles 2028, as movimentações de possíveis candidatos, ou grupos que os desejem, há muito que se tem vindo a verificar, mas, nas últimas semanas, uma há que se intensificou: a dos que desejam que Fernando Gomes, presidente da federação de futebol e vice da UEFA, avance para o COP.

Impossibilitado de se recandidatar à FPF por ter atingido limite de três mandatos — chegou a correr o rumor que o anterior Governo poderia alterar lei para que se mantivesse até ao Mundial -2030, a disputar-se em Espanha, Portugal e Marrocos —, Fernando Gomes, de 72 anos, é pretendido por algumas figuras num movimento que adquiriu maior energia durante os Jogos de Paris-2024.

Gomes já foi abordado e depois de ter mostrado surpresa, conta-se, não terá afastado a hipótese e ficado a pensar nela, o que leva a que esteja próximo, para os próximos dias, um encontro no qual deverá sentir um apoio mais alargado, incluindo o de um conjunto de federações olímpicas dispostas em apoiá-lo.

No entanto, devido ao início de um novo ciclo olímpico, nos próximos três meses irão acontecer várias alterações na liderança das 33 federações olímpicas, com direito a 4 votos cada nas eleições para o COP, e nas 34 não olímpicas (1 voto) e organizações, como as que representam atuais ou antigos atletas olímpicos. Também em período eleitoral, o atual panorama federativo do país pode alterar-se. Até porque em várias, como são os casos do atletismo, ciclismo, natação, canoagem, ténis ou ténis de mesa, os respetivos presidentes atingiram igualmente o limite de três mandatos e existem mais do que um candidato à sucessão.

Laurentino Dias Fotografia Imago

Mas o movimento pró-Fernando Gomes não é o único. Outro que tem vindo a realizar sondagens de terreno junto de alguns setores desportivos e figuras é aquele que gostaria de sentar na cadeira de presidente do COP o antigo secretário de Estado da juventude e desporto Laurentino Dias. Este junta-se a outros nomes que vão sendo referidos há mais tempo, caso do antigo secretário de Estado do desporto e juventude Alexandre Mestre e do atual secretário geral do COP José Manuel Araújo. Este já há algum tempo desejado por alguns, pois vem de dentro do COP.

Quem desde logo afastou a possibilidade de entrar na corrida foi o atual presidente do Comité Artur Lopes, de 77 anos, eleito na passada quinta-feira por unanimidade de 26 federações olímpicas e 22 organizações, para ocupar o cargo que ficara vago, a 11 de agosto, com o falecimento de José Manuel Constantino, depois de ter conduzido o COP ao longo de três mandatos, desde 2013. Lopes, ex-presidente da federação de ciclismo, era vice do Comité há 24 anos.

No meio de tudo isto alguma estranheza. O de não ocorrerem com mais intensidade as movimentações de atuais e ex-presidentes de federações desportivas olímpicas que nos últimos anos vinham a constituir o lote de pré-candidatos ao COP. Provavelmente porque sabem que face às eleições que irão acontecer nas federações ainda é demasiado cedo para contarem verdadeiramente espingardas e darem o peito às balas. Afinal o universo federativo pode ser bem diferente daqui a três/quatro meses e há que não gastar munições.

Mas a admiração é ainda maior quando se sabe que nos dois últimos ciclos olímpicos existiu uma plataforma de federações, de peso, que discutiu vários assuntos e procurou ter uma política concertada para defender as suas ideias e concretizá-las. Uma delas era o desejo que o sucessor de José Manuel Costantino saísse de uma dessas federações, mas nunca terão imaginado que pudesse vir da de futebol, modalidade habitualmente mais afastada do dia a dia do movimento olímpico em Portugal, mas de onde já saiu o novo secretário de Estado do desporto, Pedro Dias, ex-vogal da direção e responsável pelo futsal, futebol de praia e investigação/desenvolvimento da FPF.