Henrique Rocha: «Quando entrei pela primeira vez no court central estava a tremer»
Henrique Rocha chegou ao quadro principal do Open do Estoril, vindo da fase de qualificação

Henrique Rocha: «Quando entrei pela primeira vez no court central estava a tremer»

TÉNIS31.01.202409:10

PARTE 2 - Henrique Rocha vai fazer a estreia por Portugal na Taça Davis, depois de um ano de 2023 no qual teve uma rápida ascensão no 'ranking'; iniciou 2023 em 850.º da hierarquia mundial e terminou a temporada dentro do 'top-250'; o tenista português de 19 anos falou ao jornal A BOLA para contar como chegou até aqui

- A ATP alterou o programa de apoio para tenistas em ascensão, dando possibilidade a tenistas dentro do top-250 e com menos de 20 anos a participar em três torneios do circuito principal - dois qualifiers de uma prova 250 e uma entrada no quadro principal. Tem alguma ideia de como vai usar os convites? 

- Ainda estamos a discutir. Estamos agora na pré-época, portanto ainda não temos nada definido a longo prazo. Já temos mais ou menos um calendário para as três ou quatro primeiras semanas do ano, mas o Challenger Tour ainda não nos deu calendário depois de março. A ATP – organismo que regula o circuito principal - já tem há muito tempo, mas também queremos gerir com os [torneios] Challenger. É uma grande ajuda do e vamos aproveitá-la da melhor forma possível. O ano passado joguei muito bem no Estoril e consegui, no primeiro qualifying, passar ao quadro principal. Foi um momento muito especial para mim, mas acho que o vou conseguir fazer nos restantes torneios.

Henrique Rocha: «Quero jogar o quadro principal de um Grand Slam»

31 janeiro 2024, 09:00

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PARTE 1 - Henrique Rocha vai fazer a estreia por Portugal na Taça Davis, depois de um ano de 2023 no qual teve uma rápida ascensão no 'ranking'; iniciou 2023 em 850.º da hierarquia mundial e terminou a temporada dentro do 'top-250'; o tenista português de 19 anos falou ao jornal A BOLA para contar como chegou até aqui

- É engraçado referir o Open do Estoril, porque chegou ao quadro principal de um torneio ATP antes de conseguir vencer um encontro no quadro principal de um Challenger. Como justifica esta prestação? Foi o facto de jogar em redor do público português?

- Não sei (risos), acho que tudo me ajudou. A pressão de estar ali a jogar contra grandes jogadores puxou por mim. Eu gosto de jogar contra os melhores tenistas e jogar esses encontros em palcos maiores motivou-me imenso. Apesar dos Challenger também serem grandes palcos, esta prova foi algo diferente, maior e mais especial. Desde pequenino que vejo o torneio, mas por ser emblemático, em Portugal, isso fez-me querer muito chegar ao quadro principal e até mais longe. Infelizmente, o Bernabé Zapata Miralles tinha outros planos (risos) [tenista espanhol eliminou o português na primeira ronda].

Henrique Rocha: «Não fazia sentido ir para os Estados Unidos»

31 janeiro 2024, 09:16

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PARTE 3 - Henrique Rocha vai fazer a estreia por Portugal na Taça Davis, depois de um ano de 2023 no qual teve uma rápida ascensão no 'ranking'; iniciou 2023 em 850.º da hierarquia mundial e terminou a temporada dentro do 'top-250'; o tenista português de 19 anos falou ao jornal A BOLA para contar como chegou até aqui

- Casper Ruud, Dominic Thiem e outros tenistas de renome participaram nesse evento. Teve oportunidade de treinar com eles? 

- Sim, por acaso treinei com os dois. Fiz um treino um bocado mais longo com o Thiem e com o Casper [Ruud] fiz o aquecimento antes do jogo nos quartos de final. Foi uma experiência muito interessante para mim, vê-lo como é aquece para o jogo, o profissionalismo, como é prepara o aquecimento também com o treinador. É sempre bom para aprender e para saber como é de fazer no futuro. Sei que toda a gente aquece antes do jogo, toda a gente faz as suas rotinas, (10:06) cada um à sua maneira, mas foi uma boa experiência.

- Nota muita diferença no jogo deles, por exemplo, com tenistas fora do circuito?

- Sim, claro. O Casper Ruud no Estoril era a n.º 5 do mundo. Não dá para comparar sequer com o Casper ou mesmo o Thiem que já ganhou o US Open. O nível não tem nada a ver, como é óbvio, (11:03) e dá para reparar logo pelo feeling da bola, (11:06) a forma como eles se tratam à bola é mesmo diferente. Como nós às vezes dizemos, eles se tratam à bola por ‘tu’.   

- Espera receber um wildcard para a edição deste ano? 

- Não sei o que dizer, não espero contar om isso. Se tiver de jogar fase de qualifiação, jogo sem problema. Isso também não me cabe a mim decidir.

- Qual foi o melhor momento de 2023? 

- Tenho de dizer sem dúvida o Estoril. Passar o qualifying e jogar o quadro principal foi sem dúvida especial. Joguei duas rondas no court central. Lembro-me perfeitamente quando entrei pela primeira vez e estava a tremer. Até que entrei bem nesse jogo, estava a ganhar 4-0, mas estava a sentir a pressão com o público todo que estava a ver. Não estava habituado de facto. 

- Já sabe gerir melhor essa pressão? 

- Sim, eu gosto muito. Acho que foi uma aprendizagem de mim mesmo também porque nunca tinha jogado num palco tão grande. Mas correu soube gerir muito bem o público e aquelas emoções todas. Depois foquei-me de tal forma que parecia que os adeptos tinham desaparecido.