Pedro Pereira, presidente da Associação de Jogadores de Basquetebol, comenta a situação que levou a que a AIMA não tenha deixado que o base da Oliveirense possa continuar a trabalhar no país.
O presidente da Associação de Jogadores de Basquetebol, Pedro Pereira, disse, esta quarta-feira, ser estranho que o americano Wesley Saunders possa ter jogado em outros países europeus, mas não o possa fazer em Portugal.
O jogador da Oliveirense, um dos destaques do arranque da Liga Betclic, foi impedido de continuar a atuar em Portugal pela Agência para a Integração Migrações e Asilo (AIMA), devido ao seu registo criminal.
«O que acaba por ser um pouco estranho é que a federação [FPB] está incluída num enquadramento europeu e até na FIBA. Portanto, ser permitido num nuns países e não ser noutros, diria à partida, que é estranho. Agora, há que tentar perceber o que é que é e isto tem de ser com o contacto feito junto às autoridades», referiu, à agência Lusa, Pedro Pereira.
Embora a AJB ainda não tenha sido contactada sobre este assunto, Pedro Pereira espera agora uma reunião com a Federação Portuguesa de Basquetebol (FPB), mas lembrou que «existem entidades a fazer o seu respetivo trabalho e isto também tem de ser um respeitado».
Basquetebolista norte-americano Wesley Saunders está suspenso pela federação, a pedido da AIMA, após seis jogos que lhe valeram distinção de MVP da Liga. Agência para as migrações diz estar «em causa a ordem e a segurança públicas»
«Obviamente, qualquer jogador, seja português ou estrangeiro, independentemente de estar com uma boa ou má prestação, que esteja impedido de jogar por qualquer clube é sempre mau. Mais do que tudo o resto, para os clubes não é bom, porque preparam a época da sua maneira e de acordo com o seu planeamento e não poderem contar com o jogador, mais uma vez, seja ele qual for, não é bom», reforçou.
Depois de ter estado alguns anos «parada», a AJB «já tem um grupo estável de órgãos sociais que começa a trabalhar e está a querer começar a prestar efetivamente os serviços a todos os basquetebolistas que estejam inscritos na associação».
«Qualquer tipo de apoio, quer seja jurídico, em termos de seguros, mesmo de apoio em termos de treinos e tudo isso. Portanto, era uma associação, como disse bem, estava algo parada e agora estamos a retomar essa atividade. Portanto, os jogadores podem contar connosco», assegurou.
Wesley Saunders viu a inscrição suspensa por «questão extradesportiva»
Na terça-feira, a Oliveirense, em comunicado, informou que Wesley Saunders, uma das figuras do arranque do campeonato, não poderia continuar a representar o clube, por decisão da AIMA.
“[O jogador] Vê-se agora privado de poder continuar a sua carreira no nosso país, uma vez que a AIMA, com uma interpretação legal que entendemos manifestamente errada, recusa ao nosso atleta a possibilidade de continuar a jogar basquetebol em Portugal, quando tais fundamentos não foram impedimento para que o mesmo jogasse em vários países da União Europeia”, disse.
A nova lei da imigração já tinha levado a que o início da edição 2024/25 da Liga portuguesa de basquetebol fosse adiado, depois de os clubes terem decidido não comparecer aos encontros, por alguns emblemas não terem conseguido regularizar a situação dos atletas.
A renovada Lei da Imigração, que foi aprovada em 03 de junho, obriga os clubes a terem os documentos dos jogadores estrangeiros regularizados, autorização de residência e contrato de trabalho dos atletas.