Vuelta: Jesús Herrada caiu… nos braços do pai
Jesús Herrada na Vuelta

Vuelta: Jesús Herrada caiu… nos braços do pai

CICLISMO06.09.202318:46

Espanhol contou como e por quem venceu a 11.ª etapa. Líder Kuss satisfeito com a tranquilidade do dia

A bela história entre Jesús Herrada e a Vuelta continua. Depois de já ter levantado os braços em 2019 e 2022 na sua grande volta nacional, o espanhol, de 33 anos, voltou a fazê-lo pela terceira vez na 11.ª etapa da edição de 2023, esta quarta-feira. O corredor da Cofidis, de 33 anos, fez jus ao talento de trepador nas vertentes da Laguna Negra, subida de 8,5 quilómetros (8,5% de inclinação media) com final coincidente com a meta, para impor-se aos adversários que restavam de um grupo de 26 que compôs a fuga do dia. 

Um êxito que não veio só para o natural de Mota del Cuervo, que somou à vitória na etapa a conquista da camisola branca com bolinhas azuis do melhor classificado no Prémio da Montanha. Proeza que o levou a cair em prantos nos braços do pai, que o aguardava após a chegada. 

«Não podemos saber quando teremos a nossa oportunidade numa grande volta. Tentamos, tentamos... e às vezes corre bem, outras… O meu pai esteve presente na partida e na chegada. Fico feliz por ter os meus entes queridos perto de mim, dedico-lhes esta vitória, e também àqueles que não puderam estar lá», afirmou Jesús Herrada em conferência de imprensa. 

«Sabia que o final era bom para as minhas caraterísticas e que seria muito difícil alguém destacar-se antes das derradeiras centenas de metros. Com muito esforço, ganhei. Foi complicado superar corredores como Geraint Thomas, os homens da FDJ... Mas senti-me bem na fase final», contou Herrada, que, paciente, aguardou pelos últimos 200 metros, para, num sprint longo e possante, como gosta, impor-se ao francês Romain Grégoire (Groupama-FDJ) e ao dinamarquês Andreas Kron (Lotto Dstny). 

«Guardei tudo para o sprint. Não posso estar mais satisfeito por ter vencido. O objetivo nesta Vuelta era vencer uma etapa, e a partir de agora iremos desfrutar deste momento e continuar a lutar!», concluiu o espanhol.

Sepp Kuss: «Um dia ótimo»

No dia seguinte a ter feito o contrarrelógio da sua vida, Sepp Kuss, líder da classificação geral, teve um dia bastante tranquilo, como (quase) todos os candidatos à vitória nesta Vuelta. A previsível luta entre os grandes nomes da corrida na subida final de Laguna Negra não se confirmou e foi uma lenta romaria do pelotão até ao cume. 

O norte-americano do Jumbo-Visma mantém assim, tranquilamente, a camisola vermelha e também a vantagem para os mais diretos perseguidores: de 26 segundos para o espanhol Marc Soler (UAE Emirates), e de 1.09 minutos para Remco Evenepoel (Soudal Quick-Step). João Almeida, que integrou o grande grupo, continua a 2.16 minutos do líder.

«Foi um dia ótimo», afirmou Sepp Kuss no final da etapa. «A fuga demorou um pouco para se formar, foi um grupo grande. Ficamos satisfeitos por deixá-los vencer a etapa e fazer a última subida de forma conservadora, na defensiva», continuou o natural de Durango. 

«De qualquer forma, se tivéssemos subido mais rápido ou mais devagar, creio que não haveria diferenças de tempo entre os primeiros da Vuelta. Foi uma subida difícil onde é preciso muito para fazer diferenças no final», analisou o Kuss.