Venezuelano Francisco Pañuela vence em Paredes
Boavista não poderia ter melhor prenda de aniversário Matias Novo /Podium Events

Volta a Portugal Venezuelano Francisco Pañuela vence em Paredes

CICLISMO01.08.202419:39

Velocista da Rádio Popular-Paredes-Boavista ganha em dia de aniversário do clube axadrezado e na cidade que dá nome à equipa. Afonso Eulálio continua de amarelo

O venezuelano Francisco Peñuela, da equipa Rádio Popular-Paredes-Boavista, venceu esta quinta-feira a sétima etapa da Volta a Portugal, assinalando da melhor maneira no 121.º aniversário do clube axadrezado e na chegada da Grandíssima à cidade de Paredes.

Peñuela, de 23 anos, impôs-se ao sprint, no final do percurso de 160,4 quilómetros desde Felgueiras, o português Tiago Antunes, da Efapel, segundo, e ao argentino Nicolás Tivani (Aviludo-Louletano-Loulé Concelho), terceiro, na dianteira de um grupo reduzido que disputou o triunfo numa avenida com piso empedrado.

Afonso Eulálio continua a envergar a camisola amarela, com os mesmos 21 segundos de vantagem com que partiu para esta etapa sobre o vencedor de 2023, o suíço Colin Stüssi (Vorarlberg), e agora 55 segundos sobre o terceiro classificado, o espanhol Mikel Bizkarra (Euskaltel-Euskadi) que ascendeu à terceira posição.

Foi uma etapa muito atacada, desde o início, com Tivani e o espanhol Luis Ángel Maté (Euskaltel-Euskadi) a procurarem amealhar pontos na luta para vencer as classificações dos pontos e da montanha, respetivamente. Sem uma fuga do dia propriamente dita, com avanços e recuos, atrás os azares multiplicavam-se, com Jannis Peter a desfalcar a equipa de Colin Stüssi, sem conseguir seguir em prova após uma fratura num dos braços.

Mais tarde, uma queda atrasou António Carvalho (ABTF-Feirense), Jesus del Pino (Aviludo-Louletano-Loulé Concelho) e Luís Fernandes (Credibom-LA Alumínios-MarcosCar), que tiveram de pedalar muito para voltar ao pelotão.

Ainda mais azarado foi o espanhol Jon Agirre (Kern Pharma), que esteve envolvido nesse aparato e, mais tarde, viria a ter um problema mecânico, baixando de terceiro à geral para a 13.ª posição.

Com o pelotão partido, e Eulálio e Stussi atentos – por vezes instigadores – ao ritmo alto na frente, vários homens tentaram fugir, entre eles o dinamarquês Julius Johansen (Sabgal-Anicolor) e Joaquim Silva (Efapel).

Nos últimos quilómetros, e já depois da primeira passagem pela meta, sucederam-se os ataques e contra-ataques, um deles do espanhol Joan Bou (Euskaltel-Euskadi), sexto, mas acabou por ser um grupo seleto quem discutiu a vitória, no qual Francisco Peñuela confirmou talentos de velocista, que já tinha demonstrado neste ano de estreia na Europa com o segundo lugar na Volta ao Alentejo e a vitória na primeira etapa do Grande Prémio Douro Internacional.

Os favoritos chegaram juntos, à exceção de Agirre, que desaparece dos primeiros lugares, promovendo todos os outros um lugar – Mikel Bizkarra sobe ao pódio, a 55 segundos, com os restantes a mais de um minuto do jovem líder.

Sexta-feira, a oitava etapa liga Viana do Castelo a Fafe em 182,4 quilómetros, com quatro prémios de montanha a somarem-se a uma subida sem categoria até à meta.

Francisco Pañuela: «Muito feliz por vencer em 'casa'»

O vencedor da etapa, Francisco Peñuela, declarou-se «muito feliz por vencer em casa». «Tínhamos um plano, que era ganhar hoje. Graças a Deus, à equipa, conseguimo-la. A equipa está muito feliz com a vitória. Tínhamos um extra de motivação, ao longo de toda a etapa gritavam por nós. Deu força para rematar bem. Foi um dia louco. Não contava vencer, sofri muito nos primeiros dias da Volta. A minha mentalidade era vir para a geral, mas não saiu. Tenho ido dia-a-dia e saiu-me um [dia] bom. Agradeço à equipa, que confiou em mim, aos patrocinadores e ao meu preparador».

Camisola amarela Afonso Eulálio: «Dia positivo»

O camisola amarela, Afonso Eulálio, 10.º na etapa, continua a liderar a classificação geral após «um dia positivo», explicando o motivo: «Não perdi tempo, continuamos na luta. Vamos dia-a-dia, como digo sempre, e a tentar aumentar a vantagem para Colin Stussi. Iremos tentar todos os dias, embora Stussi não mostre fraquezas. Respeito isso, é um grande corredor. A Volta acaba domingo e não temos nada a perder, ainda estou eu e o António Carvalho e tudo pode acontecer. Eu, o Stussi e o António estamos em boas posições. O Stussi está melhor, tem pouco atraso para mim e, se chegássemos assim ao contrarrelógio, ganharia. Ainda faltam duas etapas e continuaremos a tentar, embora ele esteja muito forte», declarou o jovem corredor de 22 anos, que lançou a traiçoeira a etapa desta sexta-feira. «Todas as etapas são perigosas. Há sempre muitos ataques, com a corrida muito incerta».