Sturm Graz-Sporting, 0-2 Destaques do Sporting: Gyokeres marca e defende; Trincão ‘gémeo’ de Futre
Equipa leonina chegou com naturalidade a uma vantagem que teve oportunidade de ampliar em situações de vantagem numérica. Depois da saída de Daniel Bragança, a equipa perdeu lucidez, e viu-se forçada a baixar no terreno. Mas nunca lhe faltou organização…
Melhor em campo - Gyokeres (nota 8)
Noite de grande fulgor do internacional sueco, que até começou por falhar o que parecia fácil, no lance que deu 0-1, por Nuno Santos, que aproveitou o ‘fresh air’ de Gyokeres. Depois, foi um festival, em vários atos: a atacar foi um colosso, que teve pilhas até ao fim, e aproveitou um excelente passe de Debast para realizar uma jogada de autor, que deu o 0-2; a defender nunca virou a cara à luta, nos momentos de maior assédio austríaco foi utilíssimo no jogo aéreo, trabalhando para o coletivo, sem hesitações. É verdade que se atrapalhou com a bola aos 48 minutos, quando tinha Nuno Santos em boa posição para faturar, e podia ter bisado aos 88, a passe de Trincão, mas o remate saiu um pouco ao lado. Mas nada disto tira brilho a uma exibição de encher o olho.
FRANCO ISRAEL (6) – O guarda-redes uruguaio fez a primeira intervenção aos 28 minutos, detendo uma cabeçada de Jatta (que estava offside). Depois, teve uma defesa difícil a um remate de Boving (29'), e na segunda parte levou sempre a melhor numa luta particular com Gazibegovic, que rematou enquadrado aos 79', 82' e 90+5'. Apenas um senão, uma hesitação numa bola com Inácio, que provocou um calafrio aos leões.
RICARDO ESGAIO (6) – Chamado à posição de defesa-central do lado direito, também fez de lateral sempre que Nuno Santos fechou na esquerda e ‘empurrou’ Inácio e Debast para o meio. Sempre com a preocupação de jogar simples, teve um corte importante, aos 45 minutos, impedindo que Boving se isolasse.
DEBAST (8) – Exibição de luxo do central belga, quer na antecipação, quer no jogo aéreo, quer, também, na forma expedita como lançou os colegas com passe verticais. Adaptado ao Sporting, mostrou personalidade suficiente para se tornar no patrão da defesa, sucedendo aí a Coates. Teve o seu momento mais alto no passe de trivela, ao longo da linha lateral, para Gyokeres no lance do segundo golo leonino, só ao alcance de um grande futebolista.
GONÇALO INÁCIO (7) – Uma exibição de menos a mais. Viu-se batido por Biereth logo aos seis minutos e mostrou-se, na fase inicial, errático nos passes. Mas aos 29 minutos, quando, dando o peito às balas, tirou o pão da boca a Biereth, que ia empatar o jogo após defesa de Israel a remate de Boving, foi decisivo para o Sporting. A partir daí cresceu em confiança e foi um esteio da defesa leonina quando, após a saída de Debast, passou para o centro da defesa, entre St. Juste e Mateus Reis.
CATAMO (7) – Projetado na ala direita durante quase toda a partida, foi um quebra-cabeças para Lavalée e foi dele o cruzamento para o primeiro golo dos leões. Sempre bem a pressionar, teve uma iniciativa individual que deu em penálti, revertido depois pelo VAR. Aos 84 minutos, mudou de flanco, levando para a esquerda a magia do seu pé canhoto.
DANIEL BRAGANÇA (7) – Como tem crescido este jogador, depois de uma época parado que lhe podia ter atrofiado qualidades. Sempre bem a defender, deu movimento e nexo ao jogo do Sporting, com passes precisos e tensos, e, ao mesmo tempo, nunca esteve parado, oferecendo sempre linhas de passe aos seus companheiros. Aos 52 minutos, num ‘passe com olhos’ para Nuno Santos, mostrou o talento que faz dele um dos grandes médio do futebol português.
MORTEN HJULMAND (7) – O internacional dinamarquês fez um ótima dupla com Bragança – sentiu mais dificuldades com Morita, que demorou a entrar no jogo – naquele seu estilo de nunca dar nenhum lance por perdido. Revelou maturidade tática ao fechar os espaços que Boving e Jatta procuravam entre linhas, e a incorporar-se na defesa, sempre que o Sturm Graz optava pelo jogo aéreo.
NUNO SANTOS (7) – Um golo de difícil execução, uns quantos passes bem combinados com Maxi Araujo, alguns centros que podiam ter saído melhor, e muita concentração defensiva, enquanto teve pulmão. Saiu visivelmente esgotado aos 84 minutos.
TRINCÃO (8) – O Strum Graz teve azar, porque se deparou com a melhor versão de Trincão, uma enguia, tipo Paulo Futre, sempre a tentar quebrar linhas, um jogador que se deu sempre à recuperação da bola, a quem terá faltado apenas o golo que tanto procurou e que esteve tão perto de marcar, com um remate à meia-volta aos 80 minutos.
MAXI ARAÚJO (6) – Começou muito bem, a mostrar raça e arte ao mesmo tempo e a dar água pela barba a Gazibegovic. Aparir da hora de jogo foi desaparecendo, sendo bem substituído aos 70 minutos.
MATHEUS REIS (5) – Entrou bem para a esquerda da defesa e teve dois cortes oportunos, aos 72 e 76 minutos.
PEDRO GONÇALVES (5) – Vinte minutos em campo a fechar a meia-esquerda e dar fluidez ao jogo do Sporting. Grande assistência para Trincão aos 84 minutos.
ST. JUSTE (5) – Aos 74 minutos evitou jogada perigosa de Zvonarek e mostrou-se sempre muito à vontade em campo.
MORITA (4) – Demorou a encontrar a sua melhor posição no terreno de jogo. Entrou quando o Graz procurava jogo direto e não esteve à altura de Bragança.
QUENDA (–) – Ainda teve tempo para um remate enquadrado (87).