Troca de amarela na Paris-Nice e João Almeida perde tempo
Português da USAE Emirates perde 1.20 segundos para o vencedor da etapa, Mattias Skjelmose, e para o novo líder da corrida, o companheiro de equipa Brandon McNulty
Dia de glória de dinamarqueses nas duas corridas do WorldTour a decorrer. Pouco mais de meia hora depois de Jonas Vingegaard ter dado mais uma demonstração de superioridade em montanha, ao vencer isolado a quinta etapa da Tirreno-Adriático e a conquistar a camisola azul, símbolo de liderança da classificação geral na corrida italiana, em França, no sexto dia da Paris-Nice, o seu compatriota Mattias Skjelmose impôs-se, em sprint, a dois parceiros de fuga, numa tirada também montanhosa, mas com final em descida.
O nórdico da Lidl-Trek bateu os norte-americanos Brandon McNulty, da UAE Emirates, e Matteo Jorgenson, da Visma-Lease a Bike, em La Colle-sur-Loup, após 198,2 quilómetros desde Sisteron e de o trio se ter destacado do grupo de favoritos na derradeira contagem de montanha, a cerca de 30 km da meta, onde chegou com 52 segundos de vantagem sobre Remco Evenepoel (Soudal Quick-Step), à frente de um septeto que incluiu o camisola amarela cessante, Luke Plapp (Jayco AlUla).
Reconquistou-a McNulty, segundo classificado na etapa, que a tinha envergado na etapa 4 e perdida precisamente para Luke Plapp. O norte-americano comanda a geral com 23 segundos de vantagem sobre o compatriota Jorgenson e 34 sobre o australiano Plapp, a dois dias do final da corrida.
João Almeida não conseguiu integrar o grupo de candidatos, onde estavam, entre outros, Evenepoel, Primoz Roglic (BORA-hansgrohe) e Egan Bernal (INEOS Emirates), e perdeu 20 segundos para este e 1.20 minutos para o vencedor da etapa, Skjelmose.
Em consequência, o português da UAE Emirates desceu do quarto para o sétimo lugar, agora a 1.30 do camisola amarela, o seu companheiro de equipa, McNulty.
Ruben Guerreiro (Movistar) foi 25.º na tirada, perdendo 4.12 minutos, o que o coloca na 24.º posição, a 8.16 m do líder da geral.
Skjelmose: «Foi preciso um pouco de sorte»
Após a etapa, Mattias Skjelmose analisou a sua vitória. «Estou muito feliz e surpreso. senti-me bem, mas foi um dia especial», afirmou o campeão dinamarquês, para quem um fator pode ter feito a diferença: «Foi preciso um pouco de sorte». E uma boa equipa ao seu redor também. «Os rapazes fizeram um trabalho perfeito».
«Achei que outros corredores favoritos à geral, como Remco [Evenepoel] ou Primoz [Roglic], iriam diminuir a vantagem quando o [Matteo] Jorgenson atacou», acrescenta Skjelmose. «Eles não conseguiram, então tentei sozinho. Com Brandon [McNulty] fomos capazes de fechar o espaço para o Matteo».
«Na fase final, joguei taticamente, porque eles [McNulty e Jorgenson] estavam melhor colocados na geral. Não creio que a minha vitória na geral seja possível [está em 4.º, a 54 segundos do líder Brandon McNulty]. É claro que milagres maiores já aconteceram no ciclismo. De qualquer forma, estou satisfeito com a minha forma», concluiu o vencedor da etapa.
A etapa de sábado foi encurtada devido à previsão de queda de neve e terá apenas 104 km, terminando após uma contagem de montanha de 1.ª categoria, em La Madone d’Utelle (15,1 km a 5,7%).