Surfista portuguesa expulsa do Mundial júnior após interferir em onda de adversária
ISA considera conduta antidesportiva de Erica Máximo. Atleta foi desqualificada da prova e pontos subtraídos à seleção nacional. Assume arrependimento
A surfista portuguesa Erica Máximo foi desqualificada do Mundial Júnior, a decorrer em El Salvador, e todos os pontos que tinha somado na competição foram subtraídos e não entram nas contas da Seleção nacional.
A Associação Internacional de Surf (ISA) considerou que Erica Máximo, a competir na categoria sub-18, já sem hipóteses de seguir em prova, teve uma conduta antidesportiva na bateria 3 da repescagem 5, num heat em que deliberadamente quis afastar a australiana Willow Hardy do Mundial Júnior em benefício da compatriota Maria Salvado.
«Máximo foi observada a impedir fisicamente e dirigindo-se verbalmente à surfista australiana numa tentativa deliberada de impedir que a sua adversária avançasse no heat. As ações foram intencionais e repetidas à vista dos juízes, da transmissão e do público em geral», lê-se numa nota divulgada pela ISA.
«As ações (de Máximo) não foram apenas um exemplo grave de conduta antidesportiva, mas também prejudiciais ao surf devido ao seu mau comportamento», acrescenta a associação internacional.
Numa mensagem vídeo, Erica Máximo reconhece «a situação feia» em que acabou «por interferir na onda da atleta australiana de uma maneira antidesportiva», assumiu.
«Não era esse o objetivo, queria ajudar a equipa, mas reconheço que foi uma atitude errada», disse a jovem surfista de 18 anos, de Carcavelos.
«Pedi desculpas à atleta e à equipa australiana, à organização do ISA, aos meus colegas de equipa e Federação portuguesa», continuou a campeã nacional sub-20.
«Estou bastante arrependida pela atitude e que sirva de exemplo a outros atletas. Estas situações não podem acontecer, não têm a ver com o desporto e muito menos com a essência do surf», finalizou emocionada, num depoimento vídeo gravado a partir de El Salvador.
Perante os acontecimentos ocorridos nas repescagens do World Junior Championship da ISA, a Federação Portuguesa de Surf «lamenta profundamente o incidente que envolveu a atleta» e procurará assegurar que este tipo de situações «nunca mais venha a ser repetido por qualquer atleta nacional em representação de Portugal», sublinhou a FPS, em comunicado.