O balanço positivo de Gomes e os olhos a brilhar para domingo em Viana

Volta a Portugal O balanço positivo de Gomes e os olhos a brilhar para domingo em Viana

MAIS DESPORTO15.08.202321:43

Um prólogo mais seis etapas, em sete dias, ficaram para trás desde dia 9, em Viseu, segue-se o dia de descanso da Volta, na quarta-feira dia 16, faltam outros quatro e outras tantas tiradas na ‘Grandíssima’ para a conclusão da 84.ª edição da prova, pelo que o diretor da ‘Grandíssima’, Joaquim Gomes, já saliva pelo espetáculo que o inédito contrarrelógio final de domingo, dia 20, em Viana do Castelo – e horário noturno – poderá trazer no sublimar de competitividade na prova.

«Faço um balanço muito positivo da primeira metade desta Volta a Portugal. Os corredores e o desenvolvimento da própria competição corresponderam às nossas melhores expetativas. Tivemos uma equipa que foi claramente dominadora desta fase mais fácil da Volta, antes de entrarmos nestas duas etapas [Torre e Guarda] já mais complicadas, com muita montanha», afirmou Joaquim Gomes aos jornalistas, na zona mista após o final da 6.ª Etapa, entre Penamacor e a Guarda, no ‘deve e haver’ por mais de metade da competição ter ficado para trás… mas não a dureza que espera o pelotão.

«Para o dia seguinte ao de descanso, e para a segunda metade da Volta, o cenário não poderia ser melhor. Temos uma equipa claramente dominadora: tiro o chapéu à equipa da GlassDrive, que, fruto do enorme esforço, conseguiu chegar à liderança, mas que deixa em aberto a possibilidade de a concorrência poder lutar pela vitória até final da corrida», admitiu o responsável-mor da prova, cuja média de horas de sono diária e solicitações são extremos que se tocam.

«Teremos, daqui em diante, sempre etapas com elevado índice de dificuldade: o Larouco, Fafe, em particular a Senhora da Graça, sobre a qual poderemos dizer que partilha o título de etapa-rainha da Volta com a Torre, e um contrarrelógio [domingo, dia 20, a fechar, a 10.ª Etapa, em Viana do Castelo, a terminar às 20 horas, mais tarde] que foi talvez dos maiores desafios da minha vida», foi o aviso da antiga glória do pedal e maestro de uma equipa organizativa a que os novos tempos apresentam a cada ano muito maiores desafios.

«Não me cansei de repetir, depois da alteração de datas da Volta a Portugal a que nos tivemos de sujeitar devido à realização das Jornadas Mundiais da Juventude [de 1 a 6 do corrente mês], acertámos ‘na mouche’ e no principal evento das festas da Senhora da Agonia: a Procissão ao Mar. É um contrarrelógio que adquiriu muito, por essas vicissitudes que tive de enfrentar, um cariz quase de ‘crono-escalada’. Ironicamente, vai contribuir para a competitividade da Volta. Espero, efetivamente, por volta das 20 horas de domingo, poder encerrar esta 84.ª edição da Volta a Portugal-Continente com muito sucesso», disse aos jornalistas o responsável máximo pela organização da ‘Grandíssima, na Guarda.

Joaquim Gomes congratulou-se ainda pelo regresso da Volta ao Algarve. «É uma das regiões mais representativas da Volta. Mesmo que não fosse, tem de há muito duas equipas em competição na prova [Tavira e Louletano]. Portanto, é quase uma obrigação, pelo menos pontualmente, em cada mandato autárquico, tentarmos ir ao Algarve. Desta vez, acabámos por, assinalando a importante efeméride do centenário do Louletano, equipa que também já ganhou a Volta e eu tive o orgulho de fazer parte dessa formação, juntar o útil ao agradável», confessou Joaquim Gomes, que lembrou ser a Volta e o seu itinerário penalizado pela menor duração da prova em relação à festa do povo que granjeou inigualável fama a durar… três semanas.

«Isto permitiu que a ‘mancha’ do território nacional fosse maior do que é habitualmente. Temos de ver que a Volta tem 12 dias, mas o prólogo e contrarrelógio final se resumem, praticamente, a um município… e, sem o dia de descanso, ficam nove dias para palmilhar território. Isso não nos permite voltar aos anos áureos da Volta, quando tinha três semanas de duração, como o Giro, Vuelta e Tour, as três grandes provas do circuito europeu», disse Joaquim Gomes, satisfeito pelo espetáculo da chegada ao Largo General Humberto Delgado, na Guarda, cidade que, confirmou, prorrogou a ligação à Volta e continuará «pelo menos por mais dois anos, até 2025» a fazer parte da grande festa do povo.