Maratona de Lisboa: Dia para não bater recordes
Preocupado com o calor esperado este domingo, Carlos Móia faz apelo aos atletas da Maratona e da Meia Maratona de Lisboa
O calor será a dificuldade adicional, senão mesmo a maior, que os seis mil atletas inscritos na Maratona de Lisboa, assim como na Meia Maratona e na prova não competitiva de 8 quilómetros, marcadas para a manhã deste domingo, irão encontrar nas respetivas corridas.
Os mais de 30 graus de temperatura esperados este fim de semana na capital levaram mesmo o organizador das competições, Carlos Móia, presidente do Maratona Clube de Portugal, a fazer apelo nada habitual aos muitos participantes, na apresentação das mesmas, esta manhã, num hotel da capital: «Se tiverem de parar ou abrandar façam-no porque, pela temperatura que se prevê, certamente não será um dia para bater recordes.»
Prova principal e oficial do calendário da Federação Internacional de Atletismo, a Maratona de Lisboa, com início às 8 horas e a reunir alguns dos melhores maratonistas nacionais e internacionais, ligará, uma vez mais, Cascais (Avenida da República) à Praça do Comércio, em Lisboa, ao longo de 42 quilómetros sempre pela beira-mar e rio.
Também os 21 quilómetros da Meia Maratona mantêm o percurso entre a Ponte Vasco da Gama (sentido sul-norte) e a meta na Praça do Comércio, sendo o tiro de partida dado às 10.30 horas, no meio do tabuleiro, pelo presidente da Câmara Municipal de Lisboa, em simultâneo com o da prova não competitiva de 8 quilómetros (outrora mini-maratona), cumprida a correr ou a andar e em que próprio Carlos Moedas participará.
«POSITIVAMENTE PREOCUPADA»
Mas independentemente das distâncias e objetivos, as preocupações serão as mesmas. «A organização está positivamente preocupada com os atletas. Por isso, na Meia Maratona, eliminámos a subida ao Marquês de Pombal dos últimos 800 metros. E no local em que os atletas apanharão os autocarros que os levam à partida teremos 24 mil garrafas de água para que se possam hidratar antes da corrida», explicou Carlos Móia, lembrando que, nos primeiros seis quilómetros de prova, não haverá abastecimentos.
«Tentamos fazer tudo pelo melhor e esperamos que vá correr bem, mas também é preciso que os atletas ajudem, percebam o seu corpo e tenham cuidado, para que possamos fazer uma grande festa no final», aconselhou o organizador de uma das mais concorridas manhãs de atletismo da capital.
«Uma vez que não será um dia de recordes e que o percurso também não é dos mais propícios a isso, onde podemos marcar a diferença é na qualidade da prova, na beleza do percurso e possibilitar às pessoas que se sintam bem na nossa cidade», concluiu o presidente do Maratona.
DORSAIS ENTREGUES ATÉ SÁBADO
Prosseguindo, até sábado (das 10 às 20 horas), a entrega dos dorsais e t-shirts oficiais da prova aos atletas inscritos (na Sala Tejo da Altice Arena, em Lisboa), certos na maratona estão, desde já, oito atletas com recordes pessoais abaixo das 2:10 horas.
Entre eles os etíopes Asefa Mengstu Negewo, único com recorde (2:04.06, em 2018 no Dubai) abaixo da melhor marca do percurso, 2:05.45 (fixadas pelo seu compatriota Andualem Shiferaw), Abdi Fufa Nigassa (2:05.57), Fentahun Hunegnaw Simeneh (2:06.04), Douglas Kipsanai Chebii (2:06.31) e o queniano Silas Too (2:06.32), este vencedor da Maratona de Genebra.
No feminino, em que o recorde do percurso está em 2:24.13 horas, haverá também três etíopes com tempos bem mais rápidos: a veterana Gelete Burka Bati (37 anos), prata nos Mundiais em 10.000 metros (2:20.45), Aberu Ayana Mulisa, 23 anos, 2.ª em Sevilha com 2:21.54, e Tigst Getnet Belew, 20 anos, com 2:23.17 feitas no Dubai também este ano.
Já do pelotão masculino da Meia Maratona sobressaem Abraham Cheroben, nascido no Quénia, mas a competir pelo Bahrain, e com 58.40 minutos por melhor marca, e o etíope Adane Dinkalem Ayele (59.45). Eventuais candidatos ao recorde do percurso que desde 2019 é do queniano Titus Ekiru (1:00.44) são ainda os portugueses Rui Pinto (62.16), Hermano Ferreira (61.24), Rui Teixeira (63.16), Hélio Gomes (64.27) e Miguel Borges (64.55).
No feminino, com recorde igualmente queniano (Peres Jepchirchir, 1:06.54) do mesmo ano (2019), haverá seis atletas com marcas abaixo dos 70 minutos, duas delas etíopes, Enatnesh Alamrew Tirusew (67.13) e Aynadis Mebratu Tadesse (67.45), sendo Solange Jesus (72.12), Susana Godinho (72.24) e Sara Moreira (69.18) as favoritas nacionais.