Katie Ledecky vence e ameaça Michael Phelps

Natação Katie Ledecky vence e ameaça Michael Phelps

NATAÇÃO25.07.202322:20

No domingo Katie Ledecky não teve, uma vez mais, hipóteses nos 400 livres contra a campeã olímpica australiana Ariarne Titmus e acabou por ficar apenas com a medalha de prata. Mas hoje, no terceiro dia do 20.º Mundial de Fukuoka, a fundista americana arrasou nos 1500 livres (15.26,27m), onde se mantém imbatível há 10(!) anos.

Deixou a italiana Simona Quadarela (15.43,31) a 17,4s e a chinesa Bingji Li (15.45,71) a 19,44 para se sagrar pentacampeã mundial de forma consecutiva. Algo que apenas o compatriota Michael Phelps, nos 200 mariposa, e a húngara Katinka Housszu, 400 estilos, lograram concretizar.

Melhor! Com esta medalha de ouro, a sua 15.ª, Ledecky igualou Phelps no total de títulos mundiais individuais em piscina longa e uma vez que ainda disputará os 800 livres, onde torna a figurar entre as favoritas e é campeã em título, deve ultrapassar aquele que é o mais icónico atleta da história da modalidade e tornar-se no primeiro nadador, masculino ou feminino, campeão do mundo seis vezes.

Phelps continua, no entanto, a levar vantagem no total de medalhas de ouro contando com as estafetas: 26 face às 20 de Katie, assim como as restantes que somou em provas individuais, cinco de prata. Aí Ledecky só tem três de prata, já contando com a dos 400 livres desta edição.

No entanto a 20 vezes campeã mundial, contando com estafetas, tem duas coisas a seu favor: em fevereiro haverá outro Mundial em Doha, antes dos Jogos de Paris-2024, e ainda em março completou 26 anos. Michael Phelps abandonou a competição aos… 31. Se ela conseguir aguentar mais uns anitos…

Note-se que todas as 16 melhores marcas dos 1500 livres têm a assinatura de Katie Ledecky e os 15.26,27m que registou em Fukuoka é a terceira mais rápida e a melhor que obtém desde 2018, quando fixou o recorde do mundo, 15.20,48m, nos Mundiais de Indianápolis.  

«Não penso muito sobre a pressão [das provas]. Acho que a maior pressão é a que coloco em mim. Mas, na verdade, tenho uma grande família à minha volta. Grandes treinadores, companheiros de equipa, os meus dois colegas de clube na Flórida, todos os colegas ao longo dos anos que continuam a apoiar-me, e os da seleção dos Estados Unidos que cá estão. Todos tentamos manter a diversão e um ambiente leve. Não pensamos muito na pressão», referiu a americana que mostrou que continua a ter margem de progressão e nem tinha consciência que iria igualar Phelps, se bem que já o tivesse feito nos 800 livres.

«Todos os anos procuro evoluir um pouco. Em alguns veem-se resultados disso, noutros não. Mas sinto-os sempre nos treinos. Procuro sempre aspetos em que posso melhorar e recordar-me daquela miúda que começou a nadar aos seis anos apenas para se divertir e jamais imaginou chegar a este palco, ser uma nadadora de nível internacional durante tanto tempo», referiu após a prova.

«Nunca sequer esteve no meu radar vir a igualar o Michael, apenas soube-o porque alguém, da imprensa ou outra pessoa, o referiu. É uma honra. Conheço o Michael há muitos anos e sempre o vi como uma miúda. Somos ambos de Maryland, mas, com disse, nunca imaginei que chegasse a estar nesta posição. É sempre uma honra ganhar uma medalha para os Estados Unidos, especialmente de ouro, e continuarei a tentá-lo e a dar o melhor cada vez que competir», prometeu.

Nas finais deste terceiro dia, mais duas referências. A primeira sobre David Popovic, o fenómeno romeno de 18 anos que aos 16, no Europeu de Roma-2022, bateu o recorde do mundo absoluto dos 100 livres (46,86s) e cujos responsáveis federativos ficaram furiosos por no Mundial júnior de Lima-2022, no qual Diogo Ribeiro foi tricampeão (50 livres, 50 e 100 mariposa) e recordista do escalão (50 mariposa), o português acabou eleito como o melhor nadador masculino, e não Popovici (3 ouros e 1 bronze, mas das medalhas em estafetas).

Havia expectativa, muita, sobre a candidatura de Popovici ao título dos 200 livres, de que era o campeão. Bem, nem acabou no pódio (4.º, 1.44,90m), ficando o ouro e a prata na posse dos britânicos Matthew Richards (1.44,30) e Tom Dean (1.44,32), enquanto o sul-coreano Sunwoo Hwang (1.44,42) aproveitou ara bater o recorde da Ásia.

Quarta-feira David está de volta à piscina para as eliminatórias dos seus 100 metros, onde também irá nadar Diogo Ribeiro à procura da sua segunda meia-final. No Mundial júnior no Peru nunca se chegaram a defrontar diretamente porque Ribeiro desistiu da final dos 100 metros para apostar tudo na dos 50 mariposa, era o mesmo dia, onde ambicionava fixar novo máximo mundial.

A segunda referência vai para Ruta Meilutyte, famosa por ter sido campeão olímpica dos 100 bruços aos 16 anos, em Londres-2012. Na liderança desde a entrada na água, a lituana repetiu o ouro (1.04,62m) nos 100 metros que havia conquistado há dez anos em Barcelona-2013, ficando as restantes posições no pódio para a sul-africana Tatjana Schenmaker (1.05,84) e a americana Lydia Jacoby (1.05,94).

«Já passou uma década, por isso é muito tempo. Mais madura de muitas maneiras e mais descontraída. A abordagem dos treinos à competição é totalmente diferente. Tenho andado passo a passo, o principal é estar no momento e apreciá-lo», comentou Meilutyte que apenas em campeonatos do mundo de longa contabiliza agora 3 ouros, 2 pratas e 1 bronze entre provas de 50 e 100 bruços. 

CLASSIFICAÇÕES

Dia 3

Masculinos

200 livres – 1.º, Matthew Richards (Gbr), 1.44,30m; 2.º, Tom Dean (Gbr), 1.44,32; 3.º, Sunwoo Hwang (Kor), 1.44,42.

100 costas – 1.º, Ryan Murphy (EUA), 52,22s; 2.º, Thomas Ceccon (Ita), 52,27; 3.º, Hunter Armstrong (EUA), 52,58.

Femininos

1500 livres – 1.ª, Katie Ledecky (EUA), 15.26,27m; 2.ª, Simona Quadarela (Ita), 15.43,31; 3.ª, Bingji Li (Chn), 15.45,71.

100 bruços – 1.ª, Ruta Meilutyte (Lit), 1.04,62m; 2.ª, Tatjana Schenmaker (Rsa), 1.05,84; 3.ª, Lydia Jacoby (EUA), 1.05,94.

100 costas – 1.ª, Kaylee McKeown (Aus), 57,53 RC; 2.ª, Regan Smith (EUA), 57,78; 3.ª, Katherine Berkoff (EUA), 58,25.

Programa dia 4 (madrugada terça-feira 25 para quarta 26)

Eliminatórias. 2.30h * 1/2 finais e finais 12h

50 costas (f)     Camila Rebelo (28,81s RP),

100 livres (m)   Diogo Ribeiro (47,98s RN)

200 estilos (m)         Gabriel Lopes (1.58,34m RP)

200 mariposa (f)

4x100 estilos (mst)