Kaden Groves venceu segunda etapa, Van Aert conquista camisola vermelha

VOLTA A ESPANHA Kaden Groves venceu segunda etapa, Van Aert conquista camisola vermelha

CICLISMO18.08.202417:30

O velocista australiano bateu Wout van Aert (Visma-Lease a Bike), cuja segunda posição e os correspondentes seis segundos de bonificação permitem-lhe conquistar a camisola vermelha de líder da classificação geral. João Almeida mantém a 10.ª posição, agora a 22 segundos do topo

Kaden Groves (Alpecin-Deceunick) venceu a segunda etapa da Volta a Espanha, este domingo, impondo-se em sprint no pelotão compacto na meta em Ourém, após uma extensa jornada de 194 quilómetros desde Cascais, cumprida a uma média baixa (37,2 km/h) para a planura do percurso, refletindo a oposição do vento forte ao avanço dos corredores.

O velocista australiano bateu Wout van Aert (Visma-Lease a Bike), cuja segunda posição e os correspondentes seis segundos de bonificação permitem-lhe conquistar a camisola vermelha de líder da classificação geral ao norte-americano Brandon McNulty (UAE Emirates), vencedor do contrarrelógio inaugural, no sábado.   

O belga tem agora três segundos de vantagem no topo da geral sobre McNulty e cinco para Mathias Vacek (Lidl-Trek), que se atrasou na subida do Alto da Batalha devido a queda provocada por toque num adepto, mas conseguiu ainda recuperar para o pelotão nos derradeiros 20 quilómetros.

João Almeida (UAE Emirates) manteve a 10.ª posição, agora a 22 segundos do novo líder Van Aert, e os seus compatriotas Nelson Oliveira (Movistar) e Rui Costa (EF Education-EasyPost) também passaram a etapa e concluíram-na, em segurança, no seio do grande grupo principal, e ocupam, respetivamente, o 11.º (+23 s) e o 75.º lugares (+1.00 m).

O segundo dia da Vuelta em Portugal foi uma longa, lenta e fustigante procissão de Cascais a Ourém, sob inclemente nortada que atrasou os corredores mais de uma hora do mais tardio horário previsto pela organização para o final da etapa.

Desde a partida que o pelotão enfrentou vento forte de cara e a velocidade média refletiu essa oposição daquele elemento natural, pouco ultrapassando os 30 km/h, mas que não demoveu a que a fuga se estabelece logo após o quilómetro zero.

Os dois aventureiros, corajosos perante a dificuldade do trabalho a que se propunham, foram dois espanhóis, Ibon Ruiz (Kern Pharma) e Luis Ángel Maté (Euskatel-Euskadi), o segundo, o corredor mais velho em prova, com 40 anos, a dar o exemplo aos mais novos.

O duo rapidamente ganhou mais de três minutos de vantagem sobre o pelotão liderado pela Visma-Lease a Bike, que iniciava o controlo da corrida para projetar a tentativa de vitória de Wout van Aert, e a Alpecin-Deceuninck, para o seu velocista Kaden Groves, o maior favorito ao triunfo, se conseguisse passar a derradeira subida, do Alto da Batalha (4.ª categoria), a 30 quilómetros da meta.

O que se seguiu, durante mais de duas horas, foi uma desigual batalha entre dois homens contra um pelotão de 174, que os mantinha a uma distância segura, deixando-os entregues às sevícias do vento.

Até ao momento em que, a 52 quilómetros da chegada, Ruiz e Maté, enfim, abdicam do autoflagelo, houve um único, mas importante, facto relevante na corrida: a queda do neerlandês Dylan van Baarle (Visma LAB) pouco antes da passagem por Óbidos, de que resultou a sua desistência e madrugador revés para a sua equipa e para as pretensões à vitória na Vuelta do seu líder Sepp Kuss.

A luta pelo triunfo na etapa começou a decidir-se na subida para o Alto da Batalha (7,1 km a uma inclinação média de 3,3%), e as hostilidades abriram-se cedo, com Mauri Vansevenant (T-Rex Quick-Step) e Marc Soler (UAE Emirates) a atacarem, não indo longe perante a pronta perseguição da Visma e da Red Bull.

O ritmo forte imprimido à frente do pelotão por esta última equipa e a constante oposição do vento desencorajaram a mais iniciativas na subida. Na fase mais dura da ascensão, onde muitos espectadores assistiam à corrida, ocorre um incidente envolvendo o checo Mathias Vacek (Lidl-Trek), segundo classificado no contrarrelógio inaugural, e um adepto, que atrasou o corredor por avaria na bicicleta e a necessidade de trocá-la.

No Alto da Batalha restavam 20 quilómetros sem mais dificuldade do relevo e a aproximação a Fátima e depois à meta em Ourém não rápida como as tertúlias durante a subida anteviam, ainda e sempre devido ao vento frontal. O pelotão voltou a compactar-se, afigurando-se desde logo a discussão da vitória em sprint.