Equipa algarvia refere que é «completamente alheia a qualquer violação das normas antidopagem» e sente-se «ultrajada e prejudicada por tal conduta, vinda de um corredor» em quem diz «ter sempre confiado»
O Clube de Ciclismo de Tavira demarcou-se do caso de doping, pelo qual está a ser investigado Frederico Figueiredo, relacionado com anomalias no passaporte biológico, alegadamente em anos em que o ciclista correu na equipa algarvia.
Em comunicado enviado às redações, a equipa nota que «não só é completamente alheia a qualquer violação das normas antidopagem» como «se sente ultrajada e prejudicada por uma tal conduta, vinda de um corredor em quem sempre confiou», na sequência da sua suspensão provisória conhecida esta semana.
AdoP suspendeu preventivamente o corredor por irregularidades no passaporte biológico, que o atleta diz referirem-se a «2018, 2019 e possivelmente 2020», quando estava ao serviço do Tavira
«O Clube de Ciclismo de Tavira foi surpreendido com a notícia de que o seu antigo corredor Frederico Figueiredo está a ser investigado pela Autoridade Antidopagem de Portugal por eventuais irregularidades no seu passaporte biológico, alegadamente ocorridas durante o período em que alinhou pela nossa equipa», pode ler-se na nota.
«Embora diga respeitar a presunção de inocência» de Figueiredo, esperando que consiga «demonstrar ser falsa a acusação que lhe é feita», o clube tavirense vinca que «mantém desde sempre uma postura de tolerância zero em relação ao doping».
Os dois corredores portugueses estão suspensos preventivamente devido a anomalias no passaporte biológico
O corredor, de 33 anos, representou o emblema algarvio entre 2017 e 2020, nas primeiras três épocas como Sporting-Tavira e, depois, como Atum General-Tavira-Maria Nova Hotel.
Na sexta-feira, o vice-campeão da Volta 2022 confirmou estar a decorrer um processo relativamente ao seu passaporte biológico, «referente aos anos de 2018, 2019 e possivelmente 2020».
Frederico Figueiredo (Sabgal) e Luís Gomes (GI Group Holding - Simoldes - UDO) foram suspensos preventivamente pela AdoP devido a anomalias no passaporte biológico, estando a decorrer inquéritos disciplinares
«Quero realçar que estou tranquilo em relação a todo este processo e acredito na minha integridade e em tudo o que fiz no ciclismo nacional, bem como na minha defesa em relação ao processo que sobre mim incorre. Vamos aguardar o desfecho do mesmo, sobre o qual tenho total confiança em tudo o que fiz e na minha inocência», acrescenta o corredor.
Segundo na Volta 2022, edição em que foi também o ‘rei’ da montanha, e vencedor do Grande Prémio Jornal de Notícias no mês passado, Frederico Figueiredo é um dos principais ciclistas do pelotão nacional, tendo desempenhado um papel determinante na vitória do russo Artem Nych na última edição da Volta a Portugal.
Trepador de referência do ciclismo português, o corredor da Sabgal-Anicolor venceu por três vezes o Grande Prémio Joaquim Agostinho, tendo ainda subido ao lugar mais baixo do pódio da Volta a Portugal em 2020.