Ciclismo Antonio Morgado no 'top'-5 das Ardenas
Com sete contagens de montanha com a ultima instalada na meta, a 3.ª etapa do Circuito das Ardenas foi uma corrida explosiva num percurso demolidor, que deixou muitos dos ciclistas apeados e sem possibilidades de poderem estar na frente da competição francesa.
A tirada que ligou Chooz a Haybes na distância de 169,6 km decidiu-se na ultima subida ao sprint, com o francês Thibaud Gruel (Groupama-FDJ) a superiorizar-se nos últimos metros a Rémi Capron (Villefranche) e António Morgado (Hagens-Hermans).
«Foi uma boa corrida num dia em que as sensações foram muito boas e terminar em terceiro lugar deixou-me muito satisfeito. Não estava bem colocado na subida da meta e não pensava discutir o sprint, com a progressão nos últimos metros acabei por encontrar um buraco e sprintar talvez demasiado cedo e ser batido nos últimos metros. Já estava um bocado desgastado, quando me isolei e fiquei entre os fugitivos e pelotão não ganhei tempo e acabei por pagar o esforço quando ele me veio a fazer falta na discussão da etapa», contou a A BOLA o ciclista natural de Salir do Porto, que sobre a ultima etapa adiantou; «Vai ser mais um dia a doer com montanha que nunca mais acaba. A corrida tem-me saído muito bem, direi mesmo que melhor do que esperava porque nunca pensei estar em quinto da geral. Vim para ajudar a equipa e não tinha objetivos definidos, tive um ou outro dia em que as sensações não foram as melhores mas recuperei. Como já afirmei estou a viver um ciclismo diferente daquele a que estava habituado, o meu objetivo é apreender porque os resultados acabam por vir com o tempo e a experiência nessa altura vai ser muito importante», concluiu.
Com 30 km percorridos e na subida para a primeira contagem de montanha formou-se um grupo de 8 corredores, Cialone (Vendée), Kukrle (Felbermayr), Eddy (DSM), Brynsrud (Uno-X), Zurlo (Itália), Golliker (Groupama), Pidcock (Trinity) e Vermoote (Circus), que ganharam espaço ao pelotão que foi perdendo unidades com a passagem pelas subidas pontuáveis para o prémio da montanha.
Os 2 minutos de vantagem para o pelotão foram diminuindo, com os fugitivos a serem absorvidos antes da entrada no circuito de Haybes, que foi percorrido por três vezes. Na primeira passagem pela meta, Lecerf (Soudal). Rondel (Tudor), Wilksch (Tudor) e Brynsrud (Uno-X) tinham 35 segundos de vantagem para o pelotão que não tinha mais de 45 unidades. Na ultima volta com Rondel e Wilksch a não resistirem, isolaram-se a 10 km da meta, Gelders (Soudal) e Van Bekkum (Jumbo), altura em que António Morgado atacou e andou alguns quilómetros entre os fugitivos e o grupo perseguidor.
A subida para o Col Madame de Cormont onde se encontrava a meta alongou o primeiro grupo, António Morgado em progressão iniciou o sprint muito cedo e acabou por ser ultrapassado por Gruel e Capron. Gonçalo Tavares (Hagens-Berman) descolou no decorrer da penúltima volta ao circuito, cortou a meta na 46.ª posição com mais 1,12 m que o vencedor.
O dinamarquês Mathias Bregnhoj (Leopard Togt) manteve a camisola amarela com a vantagem de 8 segundos para o checo Matej Zahálka (Elkov) e 20 segundos para o belga Alec Segaert (Lotto-Dstny), com Antonio Morgado em 5.º lugar com mais 41 segundos.
A última etapa entre Bazeilles e Charleville-Méziéres com 138,7 km, tem como principais dificuldades, uma contagem de montanha de 3.ª cat. e duas de 1.ª cat., com a ultima na Côte d’Aiglemont a 9 km da meta, que poderá ser decisiva para a classificação geral final.