Natação Alberto Silva: «É só emoção e felicidade»

Nem mesmo o selecionador nacional Alberto Silva, que enquanto conduziu a seleção brasileira viveu sucessivas conquistas de títulos olímpicos e mundiais e subidas a pódios, resistiu ao turbilhão de emoções provocado por feito de Diogo Ribeiro, que desde há dois anos treina no CAR Jamor.

Já noite dento a sua voz era a de alguém extremamente fatigado. «Estou cansado. Sabe como é a vida de treinado. Trabalha-se muito, dedicamo-nos para que tudo dê certo, envolvemo-nos emocionalmente… É duro», desabafa.

«Por isso existe uma enorme sensação de felicidade. Vem de dentro, nem consigo explicar. Mas se quiser ser racional, estou feliz pela equipa. Toda a gente vibrou e cada vez mais sente-se que estão unidos», conta a A BOLA.

«Recebi muitas mensagens, até do José Uva [treinador de Patrícia Mamona], que conheci no outro dia, e é alguém importante, tem uma atleta medalhada nos Jogos. Mas, de uma maneira geral, isto é importante para Portugal. Nem vale a pena racionalizar muito, é só emoção. Sentimo-nos felizes», reforça.

«O trabalho já havia sido feito antes de viajarmos e foi bem feito. Só estar na final já era uma recompensa, mas o Diogo ter melhorado o tempo e chegado à frente foi especial. Não podia ter havido melhor prémio», refere o técnico, com a voz mais rouca do que é habitual.

Isso deve-se à emoção? «[risos] É… Vibrar é um desabafo. Recorda-se de me perguntar, antes de virmos para o Japão, se o covid que o Diogo apanhou há um mês tinha atrapalhado a preparação? Na altura respondi-lhe: ‘Aparentemente não’».

«Quando voltámos da Itália fizemos-lhe uma avaliação física e técnica e estava tudo bem. Mantinha-se motivado, mas só saberíamos se sim na hora da prova. Tudo isso foi-se acumulando dentro do meu peito. Agora chegou a hora de colocar para fora. Mas ainda falta o resto da semana», rematou.