Entrevista A BOLA Zicky Té descarta saída: «Não penso noutra coisa que não seja dignificar este símbolo»

Pivô do Sporting desmente qualquer desmotivação nos leões

Em entrevista a A BOLA, Zicky Té, jogador de futsal do Sporting, descartou qualquer desmotivação por já ter ganho tudo o que podia ganhar pelos leões, relembrando que há jogadores que «já ganharam o dobro». Diz o pivô leonino que não pensa na saída e, em entrevista nas vésperas de jogo com o Torreense, em que acabou por não jogar, ainda devido a lesão, elogia os colegas de equipa, que têm sido «guerreiros em campo».

Como é que, depois de se ganhar tudo, se mantém a motivação para continuar a fazer mais?

Já o disse e volto a repetir. Tenho jogadores na equipa que têm o dobro dos meus títulos, têm o dobro das minhas conquistas. Ao pé deles, eu ainda sou muito iniciante. E é um desafio muito grande para mim chegar ao patamar a que eles chegaram. Temos internacionais, campeões europeus, campeões do Mundo, que eu também acabo por ser, mas eles já com uma estaleca muito grande de jogos, de números, de competições, de títulos conquistados. Ao pé deles, ainda sou iniciante e quero estar ao nível deles ou, se for possível, elevar mais um bocado. Para um jogador que joga no Sporting, é impossível perder motivação, porque a exigência é muito grande. Podes ganhar a Champions League. Se, no jogo seguinte, perderes, já estás a levar na cabeça porque tens de ganhar obrigatoriamente. Ou tens de deixar a vida em campo. Nem sempre podes ganhar, há jogos em que jogas muito bem e perdes. Mas que essa identidade continue em campo. A vontade de vencer e a forma como nós nos entregamos em campo traduz muito a exigência que nos é imposta, tanto a nível institucional, como a nível dos adeptos, que não nos perdoam se nós simularmos sequer que perdemos a motivação. É impensável perder essa motivação.

Já pensou em rumar a outros lugares?

O meu pensamento é o Torreense. Ganhar ao Torreense e, depois deste jogo, estar bem fisicamente para poder ajudar a minha equipa nas Champions. E assim sucessivamente. Acabei de voltar de lesão, quero estar no melhor das minhas capacidades. Neste momento, não penso noutra coisa a não ser dignificar da melhor maneira o símbolo que tenho ao peito. Tenho muito orgulho. Cada vez que entro no pavilhão é um orgulho enorme, mesmo de coração. Olhar para o símbolo, olhar para o pavilhão. Eu entrei no Sporting com 11, 10 anos. Sei muito bem como é que nós olhávamos para os séniores, a vontade que nós tínhamos de chegar lá. Neste momento, acabado de chegar de lesão, com os meus colegas que têm sido uns guerreiros, estão a dar a vida, digamos assim, para defender o nosso património familiar, eu só tenho de pensar em chegar e ajudá-los da melhor maneira.