Saiba o futuro de Vítor Bruno no FC Porto

André Villas-Boas acredita que treinador pode inverter ciclo negativo de resultados. Reuniram-se esta segunda-feira no Olival, mas exigência do universo azul e branco faz com que jogo com Anderlecht ganhe mais importância. Presidente também falou aos jogadores, ainda no Dragão

O futuro de Vítor Bruno no comando técnico do FC Porto não está neste momento em discussão, mas A BOLA sabe que a exigência obrigará a que o treinador seja capaz de inverter a tendência negativa que se acumulou nos jogos com a Lazio, Benfica e Moreirense. A SAD liderada por André Villas-Boas continua a confiar que o técnico se enquadra no projeto desportivo preconizada nesta mudança grande que sofreu o FC Porto após a saída de Sérgio Conceição, mas, como acontece sempre no futebol, serão os resultados a ditar lei.

Nessa conformidade, e depois da enorme contestação que sofreu no final do jogo disputado no Estádio Comendador Joaquim de Almeida Freitas, e cuja espiral se arrastou até ao Estádio do Dragão, a partida com o Anderlecht, referente à quinta jornada da Liga Europa, ganha uma outra importância e dimensão, pelo que a equipa vê-se obrigada a dar uma prova de vida e a reagir de forma enérgica aos últimos três desaires consecutivos, um cenário que não se verificava há 16 anos na história do FC Porto.

André Villas-Boas está consciente de que Vítor Bruno já gozou de maior capital de simpatia junto do universo portista, até mesmo de alguma da maioria que o levou à presidência do clube, destronando Pinto da Costa de um reinado de 42 anos. O presidente, mais do que ninguém, está apreensivo, mas jamais dirigirá o emblema da cidade Invicta de fora para dentro e, nesse sentido, procura ser mais racional, evitando tomar uma decisão precipitada. Sendo assim, o dirigente máximo dos azuis e brancos fez ver a Vítor Bruno que o cenário atual é completamente desfasado dos pergaminhos do clube e urge trilhar o caminho do sucesso, que é como quem diz das vitórias.

Conversou com jogadores no Dragão e com o treinador no Olival

Depois do desaire em Moreira de Cónegos, os dragões concentram já as suas energias na deslocação a Bruxelas, onde o FC Porto defronta um moralizado Anderlecht, ainda invictos na Liga Europa. Mas A BOLA pode adiantar que na acidentada chegada da comitiva ao Dragão, depois do jogo com o Moreirense, André Villas-Boas voltou a reunir com os jogadores para nova conversa, na mesma linha da que teve na Luz, pedindo ao grupo mais responsabilidade e atitude para atacar a crise.

Vítor Bruno iniciou esta segunda-feira, no Olival, a preparação para o duelo com os belgas, chegando ao centro de treinos pelas 8h28 na sua viatura, acompanhado de perto por uma outra da empresa de segurança que trabalha para o FC Porto.

Jorge Costa, primeiro, Andoni Zubizarreta, depois, e mais tarde, André Villas-Boas — chegou às 11h09 — assistiram ao desenrolar dos trabalhos, com o presidente dos azuis e brancos a dar um salto ao Centro de Treinos e Formação Desportiva PortoGaia, no Olival, para ver os trabalhos. O presidente reuniu-se com Vítor Bruno. Aliás o encontro prolongou-se por bastante tempo, uma vez que Villas-Boas abandonou as instalações apenas às 14h26, com toda a estrutura do futebol profissional.

Equipa em queda emocional

Tal como tinha sucedido na segunda parte do Estádio da Luz, diante do Benfica, na goleada sofrida por 4-1, em Moreira de Conégos foi possível observar a olho nu que a equipa está débil em termos emocionais e a forma como Zé Pedro, Pepê e Samu choraram no final do encontro da Taça é disso um exemplo notório.

Sente-se, na realidade, que falta um verdadeiro líder em campo, um jogador à imagem de Pepe, que possa saber lidar com as adversidades e comandar as tropas dentro das quatro linhas. É neste emaranhado de incertezas que vive o dragão comandado por Vítor Bruno, técnico que está a ser colocado à prova, depois de ter dado mostras da sua competência como número dois de Sérgio Conceição.

Não há agora tempo para dores de crescimento, pois os adeptos do FC Porto são exigentes e começam a exercer uma enorme pressão para que André Villas-Boas opte pela decisão mais fácil, a de despedir o treinador. A BOLA sabe que Vítor Bruno mantém a confiança do presidente, Jorge Costa e Andoni Zubizarreta, mas tem de arrepiar caminho e colocar o FC Porto num patamar de excelência.