Antevisão Vizela-Benfica, o jogo que põe à prova a teoria das paragens

Encarnados sentem sempre dificuldades após o regresso das seleções. Vizelenses já fizeram sofrer o Sporting

Terceiro jogo consecutivo do Benfica frente a uma equipa minhota, depois de deslocação a Barcelos (Gil Vicente, 3-2) e receção ao V. Guimarães (vitória por 4-0). A visita dos campeões nacionais transporta-nos imediatamente para o jogo da época passada e para a única expulsão de Roger Schmidt ao serviço do Benfica: já no final do jogo, provocou os adeptos locais, lembrando o resultado de 2-0 com os dedos, o que foi entendido pelo árbitro como uma provocação. Por estar fresco na memória, é natural que este episódio traga mais pimenta a um jogo que se adivinha difícil para os encarnados. 

Ocupando o 12.º lugar da classificação, com quatro pontos, o Vizela vem da primeira vitória na competição (1-0 ao Gil Vicente), mas na retina ficou também a grande exibição em Alvalade frente ao Sporting na jornada inaugural, conseguindo chegar ao 2-2 após estar a perder por duas bolas e apenas cedendo aos 90+8’ com um golo de Paulinho.

Já o Benfica conseguiu encurtar na última jornada a distância para as equipas da frente, principalmente os candidatos FC Porto e Sporting. Com o triunfo confortável diante do V. Guimarães e os empates de dragões e leões frente a Arouca e SC Braga, respetivamente, os encarnados subiram dois lugares e reduziram para apenas um ponto a diferença para os rivais, com o FC Porto a aumentar a margem já na última noite, ao bater o Estrela da Amadora e assumir a liderança à condição.

Vizela

Pablo Villar substituiu o carismático Álvaro Pacheco e aos 37 anos está determinado a fazer o seu caminho na sua primeira experiência como treinador principal num dos seis principais campeonatos da Europa. Oscilando entre o 3x4x3 e o 4x3x3 que algumas vezes se converte em 4x2x3x1, os vizelenses têm demonstrado elasticidade e capacidade de adaptação às dinâmicas dos adversários.

A formação do Minho perdeu Kiko Bondoso, uma das referências da época passada, para os israelitas do Maccabi Telavive, abrindo espaço para a afirmação definitiva de Nuno Moreira, avançado de 24 anos formado no Sporting que já leva mais golos em seis jogos (2) do que nos 34 que fez na temporada passada. 

Eliminado pelo AVS na segunda eliminatória da Taça da Liga, a permanência no campeonato é a grande prioridade do Vizela.

Sistema: 4x3x3

Onze provável: Buntic, Tomás Silva, Bruno Wilson, Anderson Jesus e Matheus Pereira; Samu, Rafael Bustamante e Diogo Nascimento; Nuno Moreira, Samuel Essende e Matías Lacava

Lesionado: Lebedenko

Figura: Samu. Quinta época ao serviço do Vizela e uma das peças da história de ascensão do carismático emblema minhoto. Na época passada bateu o recorde de jogos pela equipa, marcando presença em 37 partidas, assinando três golos e cinco assistências. 

Treinador: «Podemos fazer história neste jogo porque o Vizela nunca venceu uma equipa grande e temos oportunidade para nós e vamos procurá-la. A equipa trabalhou bem durante toda a semana e está pronta para ganhar pela primeira vez ao Benfica» Pablo Villar, treinador do Vizela

Benfica

Os campeões nacionais procuram contrariar uma tendência da época passada: vencer um jogo após a paragem do campeonato para as seleções nacionais. Nas três vezes em que tal aconteceu, só conseguiram ganhar em Vila do Conde (1-0 ao Rio Ave, a 2 de abril). Nas paragens de outubro e dezembro empataram em Guimarães (0-0, Liga) e Moreira de Cónegos (1-1, Taça da Liga). Dá-se agora a coincidência de o jogo também ser fora de casa e igualmente em terras minhotas.

Depois de vencer o FC Porto na Supertaça (2-0), o Benfica perdeu por 2-3 no Bessa, diante do Boavista, partindo depois para uma série de três vitórias consecutivas. A partida em Vizela inicia um ciclo intenso de seis jogos em 21 dias, incluindo dois da Champions (Salzburgo e Inter) e o clássico com o FC Porto, na Luz. 

Do onze expectável, há um jogador que encara esta partida de sorriso nos lábios: João Mário marcou os dois golos na visita a Vizela na época passada, um dos cinco bis que assinou em 2022/2023. 

Sistema: 4x2x3x1

Lesionados/condicionados: André Gomes, Jurásek, Bernat e Gonçalo Guedes

Onze provável: Trubin; Bah, António Silva, Otamendi e Aursnes; Kokçu e João Neves; Di María, Rafa e João Mário; Arthur Cabral

Figura: Di María. Em condições normais, o internacional argentino ocupará sempre este espaço porque se trata de um jogador de uma casta especial e que enriquece o campeonato português. É o melhor marcador da equipa, com quatro golos em cinco jogos, somando ainda uma assistência. 

Treinador: «É um estádio pequeno, adeptos entusiastas e fervorosos. Atirar coisas é que não é aceitável. De certeza que os adeptos do Benfica vão estar lá e espero um bom jogo» Roger Schmidt, treinador do Benfica