«Vitória de Guimarães tinha dívidas ao FC Porto»: a explicação do 'negócio' Vasco Sousa
Vasco Sousa exibe orgulhosamente a Supertaça que ajudou o FC Porto a conquistar no Municipal de Aveiro. (Foto: IMAGO)

«Vitória de Guimarães tinha dívidas ao FC Porto»: a explicação do 'negócio' Vasco Sousa

NACIONAL12.09.202416:15

Presidente António Miguel Cardoso justificou venda de 10 por cento do passe aos dragões. Dirigente abordou ainda a gestão financeira do clube e o impacto futuro das receitas dos direitos televisivos

O presidente do Vitória de Guimarães, António Miguel Cardoso, deu recentemente explicações sobre a venda de 10% do passe de Vasco Sousa ao FC Porto, num valor de 100 mil euros.

Num encontro com adeptos promovido pela Associação Vitória Sempre, o dirigente abordou o acordo que foi motivo de críticas e revelou que o negócio permitiu ao clube resolver uma dívida antiga com o FC Porto.

«O Vitória tinha dívidas ao FC Porto, que não eram da nossa gestão. Quando tivemos de enviar as contas à UEFA, contactámos o FC Porto e, sem podermos pagar, perguntámos o que propunham. Eles pediram inicialmente 50% do passe do Vasco Sousa, mas conseguimos negociar para 10%, e a dívida ficou saldada», referiu. O presidente salientou ainda que, na altura, Vasco Sousa jogava na equipa B, o que influenciou o valor negociado. «Se o acordo fosse feito hoje, o valor seria outro, mas essas decisões têm de ser tomadas no momento», acrescentou.

António Miguel Cardoso falou também sobre o mercado de transferências, mencionando a venda de Ricardo Mangas ao Spartak de Moscovo e a necessidade de fazer saídas estratégicas. «Temos de vender para proteger alguns jogadores. Mangas foi um atleta importante, mas havia outros que eram prioritários para o clube», destacando a qualidade e potencial de outros jogadores do plantel, como João Mendes e Samu, ambos contratados a custo zero: «Dizer que só temos dois ou três ativos vendáveis é um erro. Temos jogadores com grande valor que poderão ser rentabilizados no futuro».

No que toca às finanças do clube, o presidente sublinhou o esforço para equilibrar as contas, mencionando as dificuldades herdadas pela direção. «Quando entrámos, o Vitória tinha um passivo enorme e poucas receitas, mas estamos a construir uma estrutura mais sólida e profissional».

O líder do emblema minhoto revelou também que, assim que o clube voltar a receber as receitas dos direitos televisivos, o cenário financeiro será mais confortável, «com uma margem anual de cerca de sete milhões de euros», permitindo uma menor dependência das vendas de jogadores.

Apesar das críticas que têm surgido, António Miguel Cardoso voltou a defender os esforços da administração: «Há formas de criticar e momentos em que as críticas ultrapassam os limites. Somos humanos e todos temos família. O que o Vitória tem alcançado deve ser motivo de orgulho para todos os vitorianos».