Presidente do V. Guimarães explica saídas de Mangas e Jota: «As pessoas que criticam deviam candidatar-se»
António Miguel Cardoso, presidente do Vitória de Guimarães (FOTO: Vitória SC)

Presidente do V. Guimarães explica saídas de Mangas e Jota: «As pessoas que criticam deviam candidatar-se»

NACIONAL10.09.202416:16

António Miguel Cardoso analisou o mercado de transferências, destacando as vendas de Ricardo Mangas ao Spartak Moscovo e Jota Silva ao Nottingham Forest. Admitiu a necessidade de novas vendas em janeiro devido à situação financeira

António Miguel Cardoso, presidente do Vitória de Guimarães, fez um balanço do mercado de verão numa entrevista ao Desportivo de Guimarães, publicada esta terça-feira. Em relação à saída de Ricardo Mangas para o Spartak de Moscovo, o dirigente afirmou que o clube recebeu várias ofertas, mas que a proposta russa (dois milhões de euros, mais 500 mil euros dependentes de objetivos) foi a melhor financeiramente.

«A proposta que chegou com o valor superior foi esta». O presidente reconheceu que gostaria de ter vendido o jogador por um montante mais elevado, admitindo: «Se me perguntarem se eu gostava de ter vendido o Ricardo Mangas por 4 ou 5 milhões, acho que isso é óbvio, mas esta foi efetivamente a melhor proposta. O jogador queria ir e temos que estar abertos e disponíveis para perceber quando é que é o melhor momento de fazer as coisas».

Sobre o impacto desportivo, Cardoso mostrou-se tranquilo: «Se em termos desportivos estou muito preocupado, vou dizer que não. Na ótica da gestão e na valorização do ativo, neste momento o Ricardo Mangas nem sequer estava a jogar na sua posição natural».

António Miguel Cardoso elogiou ainda o profissionalismo de Mangas, mas disse que a sua saída foi benéfica para o clube: «Grande atleta, grande desportista, um grande homem, mas não acredito que o Ricardo Mangas, se estivesse cá a época toda, sairia daqui a um ano por um valor superior. Com a saída do Mangas, valorizamos automaticamente os laterais da equipa».

Sobre a transferência de Jota Silva para o Nottingham Forest, o presidente explicou que o Casa Pia irá receber uma percentagem do valor do negócio: «O Casa Pia receberá à volta de 25% da parte net do negócio». António Miguel Cardoso referiu ainda que inicialmente essa percentagem era maior, mas que houve negociações: «Inicialmente eram 50% e nós tínhamos a opção de comprar mais 20%. Acabámos por fazer à volta de 25% na altura de fechar o negócio. Não foi fácil convencer o Casa Pia e é óbvio que é uma operação de sucesso. Eles foram sensíveis porque também é uma excelente operação para o Casa Pia».

Apesar destas vendas, António Miguel Cardoso reconheceu que o clube terá de continuar a vender jogadores no futuro, devido à sua situação financeira: «É evidente. Se um clube tem uma despesa à volta de 25, 26, 27 milhões por ano, com o passivo que tem para trás, com a necessidade que tem de, todos os meses, cumprir com o que está para trás e com o que é corrente, que não tem direitos televisivos, tem de vender jogadores».

Relativamente às críticas dos adeptos sobre os valores das transferências, o presidente não mostrou grandes preocupações: «Isso mostra que o clube está ativo e que as pessoas estão interessadas, mas não é isso que me vai fazer tomar ou não decisões. As pessoas que criticam deviam candidatar-se e estar aqui para tomar decisões. Muitas vezes é fácil estarmos num computador e dizermos o que temos a dizer, mas depois quando é preciso tomar as decisões é mais difícil».

No que toca ao seu futuro no clube, António Miguel Cardoso disse que ainda não tomou uma decisão: «Não perspectivo ainda o final do mandato. Ainda tenho muito para fazer este mês e no próximo mês e daqui a dois meses. Sempre disse que a seu tempo tomaria a decisão. Neste momento ainda não a tomei. Tenho que pensar, tenho que falar com a minha família e de perceber aqui também com toda a direção e todos os órgãos sociais se faz sentido ou não».