Ventania na Amoreira? Não. Um ciclone açoriano! (crónica)
Insulares juntaram personalidade e classe para baterem os canarinhos sem apelo nem agravo. (Foto: RODRIGO ANTUNES/LUSA)

ESTORIL-SANTA CLARA, 1-4 Ventania na Amoreira? Não. Um ciclone açoriano! (crónica)

NACIONAL11.08.202418:50

Santa Clara está de regresso à Liga? Quem diria… Estoril entrou apático, mas nem o golo da vantagem projetou os canarinhos para uma tarde positiva. Reviravolta dos insulares consumada com classe

Ao contrário do que costuma ser habitual, não correu ponta de vento no Estádio António Coimbra da Mota. Na Amoreira passou, isso sim, um autêntico ciclone açoriano que levou tudo à frente.

O estranho foi o facto de o Estoril ter conseguido… chegar à vantagem. Porque o Santa Clara entrou (muito) melhor, mais dominante e, acima de tudo, mais esclarecido. Com qualidade de posse e boa circulação. Todos os setores estavam envolvidos no processo e Alisson Safira deu o primeiro sinal, aos 16 minutos, quando, na sequência de um cruzamento da esquerda de Matheus Araújo, cabeceou à figura de Dani Figueira.

A supremacia insular era uma evidência e nada fazia prever que o primeiro golo fosse… dos estorilistas: na primeira incursão ao ataque, os canarinhos marcaram. Alejandro Marqués, bem assistido por Yanis Begraoui, rematou de primeira, à entrada da área, para o fundo das redes da baliza de Gabriel Batista.

Porém, e ao contrário do que poderia perspetivar-se – falando, claro está, do capítulo anímico -, o golo não beliscou minimamente os encarnados de Ponta Delgada. Nem mesmo a tentativa de Rafik Guitane, cujo remate, de pé esquerdo, saiu a rasar o poste.

Porque Gabriel Silva ameaçou, primeiro, e Vinícius Lopes marcou, depois: impressionante cavalgada do extremo brasileiro, que arrancou ainda do seu meio-campo defensivo e de fora da área atirou a contar para selar o empate que se verificava ao intervalo.

O descanso fez (ainda) melhor ao Santa Clara do que ao Estoril e a etapa complementar acentuou (ainda mais) a velocidade da… ventania. Sidney Lima e Alisson Safira, ambos de cabeça, estiveram perto do golo, mas o ponta de lança haveria mesmo de marcar. De penálti (falta de Dani Figueira sobre Gabriel Silva), o brasileiro consumou a reviravolta.

E pouco depois assistiu com subtileza Ricardinho para a estocada final.

Do banco também saltaram os artistas do quarto golo: Matheus Pereira assistiu e João Costa, na primeira vez em que tocou na bola, faturou. Estava pintada a goleada. E tudo o ciclone levou…