6 março 2024, 15:03
Sindicato dos Jogadores reuniu-se com plantel do Varzim: «A situação chegou ao limite»
Jogadores do emblema da Liga 3 não recebem salários há três meses
Clube poveiro reagiu em comunicado ao envolvimento do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF) na ajuda financeira ao plantel do emblema
A Comissão Administrativa que preside o Varzim Sport Club publicou esta quinta-feira um comunicado onde desaprova a falta de diálogo do presidente do SJPF, Joaquim Evangelista, com o clube.
Evangelista esteve esta quarta-feira com os jogadores do Varzim e garantiu ajudá-los através do Fundo de Garantia Salarial.
6 março 2024, 15:03
Jogadores do emblema da Liga 3 não recebem salários há três meses
O clube lamenta que «em momento algum o SJPF ou o seu presidente tentou estabelecer qualquer tipo de contato com a Comissão Administrativa, sendo também estranho que se sinta a necessidade de fazer uma conferência de imprensa para anunciar as medidas tomadas, fragilizando ainda mais a situação dos atletas e do clube».
O Varzim explica ainda que já não tem três meses de salário em atraso, uma vez que «parte do salário do relativo ao mês de dezembro foi já regularizado» e pelo facto de «o mês de março não ter ainda vencido».
Por fim, o emblema poveiro recorda que os jogadores não são os únicos que sofrem com a precária situação do clube: «Apesar dos jogadores serem considerados os artistas maiores, existe um grupo de trabalhadores igualmente frágil que garante que esses artistas tenham um clube onde possam por à prova toda a sua arte: os colaboradores e funcionários do clube.»
Leia o comunicado na íntegra:
«Foi ontem [quarta-feira] notícia em vários órgãos de comunicação social a visita do Presidente do Sindicato dos jogadores de futebol ao Varzim SC SDUQ, visita essa que teve como ponto único a reunião com os atletas profissionais do Varzim SC – Futebol SDUQ, Lda. Como tal, e visto que o diálogo do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol tem sido mais feito com a comunicação social do que com a atual equipa que gere os destinos da sociedade desportiva, vimos por este meio reiterar que:
· Em momento algum o SJPF ou o seu presidente tentou estabelecer qualquer tipo de contato com a Comissão Administrativa, sendo também estranho que se sinta a necessidade de fazer uma conferência de imprensa para anunciar as medidas tomadas, fragilizando ainda mais a situação dos atletas e do clube;
· Mantemos, como sempre, o nosso incondicional apoio aos atletas e equipa técnica pela forma como se têm vindo a comportar e dedicar até ao momento. No entanto, a César o que é de César, e não podemos permitir que se diga que é devido 3 meses de salário, quando parte do salário do relativo ao mês de dezembro foi já regularizado e o mês de março não ter ainda vencido. Mais ainda, a Comissão Administrativa tem estado atenta a toda e qualquer situação de fragilidade e em constante contato com a equipa técnica e jogadores, tendo já liquidado salários (ou parte dele) a atletas que se manifestaram com dificuldades na gestão do seu dia-a-dia;
· É também de salientar que, apesar dos jogadores serem considerados os artistas maiores, existe um grupo de trabalhadores igualmente frágil que garante que esses artistas tenham um clube onde possam por à prova toda a sua arte: Os colaboradores e funcionários do clube. A esses, que têm também sofrido, mas em silêncio, trabalhando diariamente em concertação com a direção atual, garantindo de forma incansável e abnegada o dia-a-dia do clube e a lutar mais do que ninguém para que a instituição consiga regularizar os seus compromissos; a eles, o nosso muito obrigado.
· Tal como foi transmitido na Assembleia Geral, o clube foi entregue com saldo negativo nas contas, cheques sem cobertura, penhoras, incumprimentos à Autoridade Tributária e Segurança Social, com o crédito da venda do atleta José Carlos Natário Ferreira cedido a terceiros, entre outros. Piorando ainda mais a situação, o Clube não só foi entregue sem receitas, como parte das receitas que estavam previstas para os próximos meses foram antecipadas. Não obstante isso, foi delineado um plano para que, a curto prazo, o Varzim volte a ser capaz de honrar os seus compromissos laborais.
Como se compreende, o cenário é extremamente difícil, mas a Comissão Administrativa não desistirá, não se resignará, nem baixará os braços para resolver os problemas do Varzim.
A Comissão Administrativa»