Tudo o que disse Rúben Amorim antes do jogo com o Vizela
Rúben Amorim (Sérgio Miguel Santos/ASF)

Tudo o que disse Rúben Amorim antes do jogo com o Vizela

NACIONAL17.01.202413:47

Treinador dos leões cauteloso para uma segunda volta que espera mais complicada. Os reforços, a possível saída de Gyokeres, St. Juste e as mudanças positivas do leão esta temporada

- O que espera do jogo e que impressões tem deste Vizela? E o que espera do Sporting para esta 2.ª volta do campeonato? 

- O que transmitimos aos jogadores foi que o último resultado do Vizela é muito enganador. Uma equipa que faz 33 remates, que tem mais posse de bola que os adversários e que tem uma excelente ideia. Foi surpreendente um treinador chegar e meter logo uma equipa a jogar em posse, com o guarda-redes às vezes no meio-campo, que também traz riscos. Acho que têm um excelente treinador, jogadores como o Samu, o Nascimento, o Essende... Fiquei bastante surpreendido e o foco foi mostrar aos jogadores, com imagens, que nem sempre no futebol o resultado conta a história toda. Um jogo difícil, temos de perceber que as condições que estiveram em Chaves também podem acontecer em Vizela. Temos de ganhar o jogo da maneira que for, ter o espírito, e será um jogo difícil. As equipas, mesmo a lutar pela vida no campeonato, têm uma identidade forte. Espero uma 2.ª volta ainda mais difícil do que a 1.ª. Cada jogo tem a sua história e não interessa a classificação, ganhando ninguém nos ultrapassa.

- Pode confirmar proposta de €85 milhões por Gyokeres? É um treinador preocupado por serem valores muito apetecíveis?

Não sei nem perguntei ao [Hugo] Viana. Obviamente que fui informado da notícia e assim que disseram 85 pensei 'não chega'. Só chega aos 100. A meio da época, só sairá pela cláusula. Como não podemos controlar isso, sinto-me bastante tranquilo porque não podemos fazer nada. Obviamente que temos de ver o impacto que o Viktor tem na equipa, teríamos de mudar muita coisa, e daí o esforço da direção de só deixar sair pela cláusula jogadores que não podemos perder. Apenas ouvi o número, pensei que não chega e segui em frente. Hoje em dia, obviamente que há clubes que podem pagar 100 milhões, mas isso não controlamos. Estou certo que poderá haver propostas no verão, esta não sei porque ainda não falei com o Viana. Neste momento em janeiro, parece-me difícil que alguém venha bater os 100 milhões.

- Sporting continua na frente a um ponto do Benfica. Esta jornada, tal como a anterior, volta a jogar primeiro. Prefere jogar antes ou depois do adversário? 

- A pressão é sempre igual. Estamos mais confortáveis quando só temos de ganhar o nosso jogo, não estamos à espera de nada. Quando jogamos depois o adversário pode perder pontos e dar-nos ainda mais motivação, pode ganhar e dar-nos pressão. Quando se ganha fica-se à espera tranquilamente. Sei que é muito mais confortável estar em primeiro e saber que só temos que fazer esse trabalho.

- Hoje também se falou de uma possível renovação de Gyokeres com aumento da cláusula para 120 milhões e aumento salarial. Confirma? 

- Também não me falaram nada disso, o Viana costuma falar sobre isso. Não é o jogador que precisa de mais ajuda. Há jogadores aqui como o Inácio, o Nuno Mendes quando cá estava, que precisavam de mais ajuda do treinador. O Viktor não. Mas obviamente que aumentar cláusulas estou de acordo. Envolve muita coisa. São 100 milhões ainda. Nem sabemos se os 85 são verdadeiros, mas acho que estamos confortáveis neste momento.

- Gyokeres não marca há dois jogos no campeonato, está preocupado? 

- É como o Pote. Disseram tantas vezes que não estava a marcar, e está prestes a atingir os números de outras épocas. O Viktor dá muito mais do que golos. Tem de ter sempre dois jogadores com ele, principalmente contra equipas que jogam subidas. Ele é o jogador que fica mais zangado - de longe - por não marcar, e não quero que fique ansioso por isso. Mas já esteve três jogos sem marcar. É um jogador muito alegre, já tem maturidade. Os adeptos não precisam de estar ansiosos. Nós, ganhando os jogos, eles ficam contentes e nada preocupados. 

- O Sporting rejeitar proposta de €85 milhões e ponderar renovar o contrato de Gyokeres, mostra que está mais preocupado em manter o jogador do que em vendê-lo? 

O clube quer manter o Viktor, o que sabemos é que, no fim da época, todos os clubes em Portugal precisam de vender. Neste momento é só pela cláusula, não vamos estar a sofrer por antecipação. Duvido que tenha existido uma proposta porque senão tinham-me dito. Eu penso que seria informado. Não fui e, portanto, não acredito que seja verdade. Mas não sei. 85 M€ está longe do nosso valor.

- O Sporting tem mais 11 pontos relativamente ao ano passado, o que mudou? Reforços, nova ideia?

Os primeiros três jogos tiveram muita importância, contra o Vizela ganhámos no último minuto e acho que isso tem muita influência no desenrolar dos campeonatos. Nos momentos-chave tivemos alguma sorte, não andámos a correr atrás, os dois jogadores vieram dar coisas à equipa que a equipa não tinha e os outros cresceram. Correu tudo bem. O fator-chave, o de iniciar bem o campeonato, ajuda-nos a ter um resultado completamente diferente. Claro que aprendemos com os erros e fizemos tudo melhor, mas estamos a meio e no fim é que interessa.

- Ficou surpreendido com o fato de Nuno Santos na Gala da FIFA e com o facto de não ter ganho o prémio Puskás?

- A única coisa que me deixou surpreendido é que pelo fãs ganhou, e eu pensei que pelo fãs ia perder, porque não somos uma comunidade assim tão grande para votar no Nuno. Os especialistas disseram que não foi o melhor. Não percebo muito da escolha, mas é o que é. Para um jogador é um momento importante para a galeria, mas muito mais importante é ganhar o Vizela e foi sobre isso que falei com ele.

- St. Juste voltou esta semana. Poderá ser convocado? O que podem esperar os adeptos agora? Chega bem a nível mental ou pode ter outra recaída? 

St. Juste não teve uma recaída, teve uma lesão diferente, torceu o pé e caiu em cima dele, ficou feio. Temos que fazer uma recuperação diferente. Se for o Trincão ou o Pote, que têm caraterísticas diferentes, podemos acelerar ao máximo a recuperação, o St. Juste como vem um calvário grande precisa de mais cuidado. Não vai ser convocado. Hoje, enquanto os outros fizeram treino tático, ele fez trabalho específico em campo. Quando sentirmos que já é opção, vai começar a ser convocado. Preparámo-lo bem desta vez e torceu o pé, há jogadores com mais azar que outros. Teve uma lesão nova, completamente diferente de lesão muscular ou no joelho. Somos mais fortes com o St. Juste no plantel, mas nada é fatal. Se tiver mais uma lesão faremos o mesmo e vai recuperar outra vez, a menos que seja uma lesão que acabe uma carreira. Está longe disso.

- Como treinador, espera que as entradas e saídas neste mercado fiquem resolvidas atempadamente? Isso pode afetar os jogadores?

 Acho que o grupo está tranquilo, não sinto nada. Já houve fases em que senti. Por mim fechava já hoje e, quando penso no mercado, penso também na Taça Asiática e na CAN, só queremos chegar ao dia 11 e tê-los todos cá. Mais do que entradas, queremos garantir que os jogadores não saem e que os temos todos, temos um início de fevereiro que ainda é pior que janeiro. Poderá ter influência o mercado porque não sabemos o que pode acontecer.