Tudo o que disse Amorim no pós-clássico
Técnico do Sporting reage ao empate no Dragão (2-2)
Declarações de Rúben Amorim na sala de imprensa do Estádio do Dragão, após o empate obtido na reta final pelo Sporting:
Nervosismo na defesa permitiu ao FC Porto marcar dois golos
«No início do jogo ajudámos o FC Porto a crescer. Não nos pressionou como em Alvalade. Nunca tivemos fluidez na primeira parte. O FC Porto foi mais agressivo nos duelos, fez dois golos. Faltou-nos alguma qualidade com a bola. Na segunda parte conseguimos esticar com o Viktor Gyokeres e com o Paulinho, começámos a meter mais velocidade. Conseguimos empurrar o FC Porto. Mesmo nos últimos minutos devíamos ter sido mais agressivos. Assim que fizemos um golo, a equipa acreditou toda. Não foi um jogo brilhante, mas ganhámos mais um ponto.»
Impacto dos suplentes
«Agora é muito fácil. Também se pode dizer que já tinha pensado jogar mal uma parte do jogo e depois meter as peças certas para ganharmos mais um ponto. O Viktor Gyokeres tem de ter alguém responsável que lhe diga que qualquer dia parte-se todo. Depois, se calhar, temos um jogador que aos 28 anos pode não fazer o jogo todo. Tento proteger os meus jogadores. Quem não está a 100 por cento tem de por vezes ficar de fora.»
Inácio jogou na ala esquerda
«Não tínhamos o [Matheus] Reis e sabíamos que o Nuno Santos ia sofrer muito com o Francisco Conceição. Foi juntar a parte ofensiva com a defensiva. Foi uma abordagem à nossa ideia, para tentar vencer o jogo.»
Viagem a Londres afetou o rendimento da equipa?
«Eu tenho a certeza que não, há coisas bem piores. Às vezes vemos jogadores a jogar bem com tragédias. Se calhar o treinador mexeu mal nas peças no início, mas a viagem não tem nada a ver com o rendimento da equipa, senão isso podia valer ao contrário, comigo a ficar dois dias seguidos na Academia e nós a jogar melhor.»
Ansiedade de chegar ao título
«Não é pressão, e um FC Porto que sabe bem o que faz, estava bem preparado e faltou-nos alguma energia e qualidade. Já temos outra capacidade para jogarmos aqui com outra tranquilidade. Há dias que não correm tão bem, mas o que importa é como reagimos, os suplentes deram muito e, mesmo sem grandes oportunidades, empurrámos o FC Porto para a sua área e empatámos. Teve a ver com as incidências do jogo e com a nossa falta de qualidade na primeira parte, mas foi mais um ponto que precisávamos.»
Nuno Santos volta a não ser titular num clássico
«Acho que ele percebe, pelas dinâmicas que temos. Quando há um lateral que joga mais baixo e Geny não pressiona na frente, para ele não é natural. Paulinho hoje também teve de defender como ala e não é normal. Os jogadores percebem as dinâmicas e eu já os conheço bem. Nesta época também já me perguntaram quando ia descansar o Nuno Santos, porque andava a fazer muitos jogos seguidos. Não há grande explicação, os jogadores percebem, são inteligentes e o Nuno já fez muitos jogos.»
Homenagem a Manuel Fernandes
«Espero que sim, o Manuel Fernandes está a passar por momento difícil e ficou muito feliz por vestirmos a camisola dele num jogo tão importante. O Viktor é mais um avançado que vai ficar na história, mas ainda tem de fazer muito. Espero que seja mais um sinal para o título.»
Discurso ao intervalo
«Acima de tudo pedi energia e relembrámos que estamos a jogar para um título, mudámos algumas coisas. O Dani Bragança não saiu por estar a jogar mal, mas porque queríamos um pé direito, podia ser Morita mas preferi o Pote para criar superioridade naquele corredor. Foi sobretudo pelo aspeto mental, relembrar o que aconteceu no ano passado e pedir para sermos agressivos, foi mais por aí.»