Benfica-FC Porto «Triunfo saboroso de uma equipa madura e adulta»

O treinador do FC Porto, Sérgio Conceição, não embandeirou em arco com a vitória dos dragões esta sexta-feira, no Estádio da Luz, em Lisboa, diante do Benfica (2-1), no clássico da 27.ª jornada da Liga, por os azuis-e-brancos ainda estarem a sete pontos de distância dos rivais encarnados na luta pelo título, consequência de uma maior regularidade e mérito dos encarnados, que o técnico admitiu, na sala de imprensa, após o final do encontro.

«Foi um triunfo saboroso. Foi, como costumo dizer, um jogo de seis pontos, entre equipas que lutam pelos mesmos objetivos. Sabíamos da importância do jogo. Ficámos a sete pontos do Benfica, que tem sido mais regular ao longo do campeonato e por isso está onde está. Mas nós, com esta atitude competitiva em determinados jogos da Liga, hoje, estaríamos numa posição diferente, na minha opinião. Do clássico, não houve história: anulámos os pontos fortes do Benfica, e o resultado poderia ter sido mais volumoso. Os jogadores interpretaram o melhor possível a estratégia, e com as limitações que tivemos durante a semana. Parabéns aos jogadores, são eles os principais ‘culpados’ desta vitória», afirmou Sérgio Conceição aos jornalistas, na Luz.

Quanto à tradição, que se repete, de com Conceição ao leme o FC Porto conseguir bons resultados na Luz, Sérgio admitiu-o, mas recusou comparações com o passado recente.

«Cada jogo e ano tem a sua história e os seus momentos. O Benfica está muito bem, como dissera anteriormente. Tem jogadores de grandíssima qualidade, tal como nós. Mas tivemos Otávio a interpretar muito bem quando tinha de ser avançado e quando tinha de ser médio. E o Pepê e o Galeno também muito bem nas alas. Não houve tanto jogo como costuma existir, do Benfica, com o Rafa, Aursnes e João Mário por dentro. Tivemos muita concentração competitiva, era necessária neste tipo de jogos. Fomos uma equipa adulta e madura, merecemos esta vitória».

Questionado sobre se o ambiente criado à volta do clássico, com o Benfica a ser apontado como favorito pela presente campanha na Liga (e também na Champions), mexeu com o âmago dos jogadores do FC Porto e redobrou a vontade de vencer no recinto dos encarnados, quer ao próprio técnico, quer aos jogadores, no seio portista, Sérgio foi lapidar.

«Tudo conta, mas o que preparamos no campo conta mais! A equipa que defino, perceber onde o adversário nos pode fazer mal, o que temos de fazer para lhes criarmos dificuldades, isso sim, é o mais importante. Pessoalmente, gosto de ler o que se passa à minha volta. E do que li, se pensavam que me desmoralizavam com algumas crónicas e peças escritas e comentários, não: dá-nos a força ‘q.b.’» afirmou Sérgio Conceição, na sala de imprensa da Luz.

«Após o [jogo da Champions e eliminação] ante o Inter [de Milão, oitavos de final, 0-1 e 0-0], tive oportunidade de dizer que muitos destes jogadores são os mesmos que ganharam quatro [três] títulos nacionais. Esta época, falta-nos ainda a Taça de Portugal e vamos dar luta até ao fim pelo campeonato! Mas isso não conta quando o árbitro apita. Os jogadores, também vão lendo e ouvindo o que se escreve e diz, sabiam que era um jogo importantíssimo na casa do maior rival. Agora essas coisas de um Porto ‘fraquinho’, ‘apagado’, onde jogadores medianos não estão bem e um ‘Super Benfica’… não», respondeu Conceição, categórico.

«Não devemos tirar mérito ao Benfica: tem sido o mais regular, tem feito um excelente campeonato e a sua equipa tem dado uma resposta fantástica na Champions. No final, ganhámos um jogo que era importante. Perder pontos é proibido. Imagine se perdêssemos aqui. Tem a ver com a alegria pelo jogo, com esse ambiente criado à volta do jogo também, é verdade», frisou o treinador do FC Porto.