Trincão quer fechar época com chave de ouro: dobradinha e Europeu
(Miguel Nunes)

ENTREVISTA A BOLA Trincão quer fechar época com chave de ouro: dobradinha e Europeu

NACIONAL17.05.202411:00

Frederico Varandas já deu o mote para a final da Taça de Portugal; Trincão quer sentir emoção das escadarias do Jamor; diz-se sereno e esperançoso em voltar a jogar de quinas ao peito

Num jantar de comemoração do título, Frederico Varanda usou uma expressão forte para a final da Taça de Portugal, que fez correr alguma tinta: «Não é só para ganhar, é para rebentar com eles!» Foi motivacional para vocês?

— Foi bastante. É um discurso de quem quer ganhar, de futebol, normal no seio de equipa, treinadores e presidente. Portanto, estamos motivados e com vontade de ganhar.

— Já jogou no Estádio Nacional, mas não para a Taça de Portugal. Agora é uma final, a mítica final do Jamor. Com que expectativas avança para o jogo com o FC Porto?

— Sabemos que vai ser muito difícil, contra uma grande equipa. Sabemos que temos de estar no nosso melhor e que é uma final onde tudo pode acontecer.

— É um jogo diferente dos outros? Está ansioso?

— Não, isso não. Acho que é mais um jogo que tem de se levar de forma natural. Sabemos que é um jogo que tem uma grande importância porque define um título, mas estamos confiantes que estaremos preparados para dar o nosso melhor e tentar ganhar.

— Ao longo da época foram batidos alguns recordes, outros igualados. O Sporting tenta aqui a dobradinha, que também não acontece há 22 anos. É uma motivação extra?

— É, claro. Queremos sempre fazer mais e melhor e procurar fazer história. Não pensando muito nos recordes, queremos ganhar mais um título.

— O final de época perfeito para si seria ver o seu nome incluído na lista de convocados para o Europeu?

— Claro que seria satisfatório. É um objetivo de qualquer jogador. Acredito que todos queiram sempre representar o seu país. Eu não fujo à regra, obviamente, mas deixo isso para o selecionador. Se me convocar, ficarei feliz.

— Fez percurso nas camadas jovens das seleções: foi campeão europeu pelos sub-19, tendo sido o melhor marcador, esteve no Mundial de sub-20 e no Euro de sub-21. Aguarda com ansiedade a oportunidade de poder afirmar-se na seleção principal?

— Sim. Agora estou focado no próximo jogo. A convocatória será depois. Primeiro espero fazer um bom jogo e depois, tranquilo, com a minha família, vou ficar à espera para ver se vou ser convocado ou não para o Euro-2024.

— Aos 24 anos já tem um palmarés interessante. Ganhar algo de quinas ao peito é um sonho?

— Acho que cada vez mais é uma probabilidade. Portugal, hoje em dia, tem capacidade para poder chegar longe em qualquer torneio. Sabemos que é difícil, mas seria um sonho, sim.

— Não lhe perguntei alguma coisa que gostava de frisar nesta nossa conversa?

— O meu pai disse-me para falar sobre ele [risos]. Um beijinho para o meu pai. Se é o meu maior fã? Sim, o meu pai e a minha mãe, mas o meu pai gosta mais de aparecer. Ele esteve presente comigo nos festejos do título, um sonho dos dois, uma simbiose perfeita para mim.

«Trincão é um amigão!», dizem Pedri e Franco Israel

Trincão não passa despercebido pelo semblante amistoso, sempre de sorriso na cara e quem com ele convive de perto tem opinião unânime: é um amigão.

Pedri, médio-centro do Barcelona, disse numa recente entrevista que o português tinha sido o seu primeiro amigo quando estavam no Barcelona.

«Na altura do Covid acabaram por fechar mais cedo as transferências, então eu entrei no início com ele e com mais alguns. Acabei por me dar muito bem com o Pedri, até pela questão da língua, ele ajudava-me bastante e acabámos por desenvolver uma amizade engraçada», conta Trincão.

Pedri e Trincão quando chegaram ao Barcelona (X(FC Barcelona)

O uruguaio Franco Israel também já se referiu ao extremo como um grande amigo e a cumplicidade dos dois tem sido evidente, com apoio mútuo em fases complicadas ao longo da época.

«Dou-me muito bem com ele, ele é muito fácil de lidar, porque ele é muito sorridente, muito simpático, estou sempre a dizer isso, ele dá-se bem com toda a gente. Portanto, acabou por ser fácil.»

Cumplicidade entre Franco Israel e Trincão (Miguel Nunes)