Tengstedt: nove jogos seguidos sem acertar no alvo
Último remate enquadrado de Tengstedt foi contra o Vizela há dois meses e quatro dias; na Liga precisa de dois jogos para acertar na baliza
Aos 54’ do jogo com o Vizela, a 18 de fevereiro, lançado por João Neves, Casper Tengstedt isolou-se pela esquerda, entrou na área e, já na pequena área e com Jota Gonçalves por perto, rematou com o pé direito para a baliza, mas Lebedenko evitou que a bola entrasse. Na primeira parte desse jogo, há dois meses e quatro dias, o avançado respondeu com um calcanhar a cruzamento da direita de Bah, mas o guarda-redes Buntic travou o remate — foram os dois últimos disparos enquadrados de Tengstedt, não considerando (seguindo-se neste caso as regras da UEFA) o tiro à barra no dérbi com o Sporting da Taça de Portugal. Passaram, desde então, dois meses e quatro dias, presenças em nove jogos e 523 minutos em campo.
Contratado ao Rosenborg, em janeiro de 2023, num investimento de €10,1 milhões, incluindo encargos de intermediação da transferência, Tengstedt foi utilizado apenas quatro vezes na época passada. Mas, na atual, conquistou a titularidade em dezembro, até parar por lesão muscular. Recomeçou a ser utilizado, esporadicamente, e recuperou o lugar no onze — o treinador apostou no dinamarquês de 23 anos de início na fase mais delicada da época, contra Sporting (duas vezes, para a Taça de Portugal e para a Liga) e Marselha (também duas vezes).
Nesses quatro jogos em que foi titular fez apenas três remates, nenhum enquadrado. Em Alvalade e em Marselha nem um disparo à baliza ou para fora dela. Antes da segunda mão dos quartos de final, em Marselha, esteve 10 minutos em campo contra o Moreirense e, segundo a plataforma Sofascore, nem sequer tocou na bola.
Foi contra o Vizela que Tengstedt mais vezes rematou — cinco, dos quais dois enquadrados. Mas foi contra o SC Braga, a 17 de dezembro, que teve a pontaria mais afinada — três remates, todos à baliza, e um golo, no triunfo sobre os minhotos, na 14.ª jornada da Liga.
Roger Schmidt já explicou que para um avançado ser titular no Benfica não precisa apenas de marcar. E, seguramente, o dinamarquês oferecerá ao treinador outras coisas para continuar a ser aposta, uma vez que soma apenas três golos em 29 jogos, nos quais fez ainda cinco assistências. É aquele em quem Schmidt confia para replicar o que fazia Gonçalo Ramos, embora sem a eficácia goleadora do avançado português, que na época passada marcou 27 golos em 47 jogos.
De acordo com o Sofascore, Tengstedt remata, a cada dois jogos, três vezes e acerta uma na baliza. As médias, na Liga dos Campeões e Liga Europa, baixam consideravelmente. Na Champions, por exemplo, precisou, em média, de dois jogos para fazer um remate e de três jogos para disparar uma vez à baliza. O avançado toca também poucas vezes na bola — na Liga 14 por jogo, precisa de dois para driblar uma vez com sucesso, perde a bola em média quase cinco vezes por partida.
As outras opções para o ataque
Arthur Cabral: mais remates, mais eficaz
Contratado por €20 milhões à Fiorentina, Arthur Cabral foi incapaz de convencer Roger Schmidt. Nos últimos cinco jogos, foi titular apenas com o Moreirense, entrou duas vezes e não saiu do banco de suplentes em mais duas. Remata mais e com mais acerto que Tengstedt. Segundo os dados do Sofascore, tem em média quase dois remates (1,8 contra 1,5 de Tengstedt) por jogo na Liga, mais de dois na Liga Europa (2,3/0,8) e quase um na Champions (0,8/0,5). E também acerta mais vezes na baliza em comparação com o dinamarquês na Liga (1/0,5) e na Liga Europa (0,8/0,3) e têm idêntico registo na Champions (0,3). Arthur Cabral tem, porém, 10 golos, contra três de Tengstedt.
Marcos Leonardo: menos tempo para marcar
Mesmo com muito menos tempo em campo que a concorrência, Marcos Leonardo, que chegou à Luz em janeiro, tem média de três remates a cada dois jogos na Liga e um a cada dois jogos da Champions. É aquele que tem a melhor média de golos por minuto — um a cada 80 minutos, enquanto Tengstedt marca a um a cada 419 minutos e Arthur Cabral um a cada 176 minutos. Marcos Leonardo, porém, perdeu o gás inicial e já não marca desde o jogo com o Estoril (3-1), a 10 de março, na Luz, para o campeonato. Desde então foi duas vezes titular, quatro suplente utilizado e nos últimos dois jogos, contra Moreirense e Marselha (em França), não saiu do banco de suplentes.
Factos & curiosidades
Rafa é o melhor marcador da equipa, com 20 golos em todas as provas. Seguem-se Di María (16) e Arthur Cabral (10).
Arthur Cabral foi o último ponta de lança a marcar. Já lá vai mais de um mês. Entrou aos 58’ e marcou aos 73’ o golo da vitória do Benfica sobre o Casa Pia (1-0), em Rio Maior.
Casper Tengstedt marcou a E. Amadora, Sporting e SC Braga esta época, os primeiros dois na Luz, o terceiro no Minho, sempre em jogos de campeonato. É preciso recuar a 17 de dezembro para encontrar o último golo de Tengstedt, contra o SC Braga.
Tengstedt foi titular em quatro dos últimos cinco jogos: entrou de início duas vezes contra Sporting e duas contra Marselha e esteve em campo 10’ contra o Moreirense.
Na última época, Gonçalo Ramos foi o melhor marcador, com 27 golos em todas as provas. Seguiram-se João Mário (23) e Rafa (14).
Na época 2020/2021, na última visita ao São Luís, onde hoje joga, o Benfica empatou a zero. Darwin Núñez e Seferovic foram titulares.