Golo anulado a Pavlidis e dois pontos perdidos: tudo o que disse Bruno Lage

NACIONAL11.12.202423:34

Treinador do Benfica lamentou o facto dos seus jogadores não terem encontrado o caminho para o golo e afirmou que mereciam chegar aos 12 pontos na Liga dos Campeões, apesar de terem sido inferiores na primeira parte

- Como analisa este jogo que terminou sem golos entre o Benfica e o Bolonha?

- Acho que é uma exibição a crescer da nossa parte. Tivemos uma entrada muito boa. Foi pena o golo de Pavlidis ter sido anulado. Depois, maior equilíbrio, maior tempo de posse de bola do nosso adversário, mas controlámos sempre muito bem, fechámos o espaço interior, não permitimos oportunidades ao nosso adversário. E depois, nos últimos 15 a 20 minutos, a equipa vai crescer e conseguimos três muito boas oportunidades para poder marcar: Di María, Carreras e Aursnes. Na segunda parte continuámos a crescer. Penso que a segunda parte é praticamente toda nossa. Imensas oportunidades, proporcionámos ao guarda-redes adversário, na minha opinião, uma noite muito boa. Talvez o melhor elemento do Bolonha, porque realmente fez quatro defesas de golo. Por isso, depois de olhar para o resultado, deixa-nos um pouco frustrados. Pelas oportunidades que criámos, com o bom jogo ofensivo que nós tivemos. Pena a qualidade dessas mesmas oportunidades. Tivemos avançados, médios, tivemos os dois defesas dentro da área para rematar e deixa-nos realmente frustrados só por conseguir um ponto. Juntamos um ponto à nossa pontuação, temos 10 pontos neste momento. 

- Não conseguido cumprir o objetivo que tinha proposto, que era sair daqui hoje com 12 pontos… o que é que isso implica para o resto que aí vem?

- Nós não sabemos o que é que significa 10 pontos neste novo formato. Segundo ponto, esses [grandes] jogos só virão em janeiro. Nós temos de estar prontos para fazer jogos e exibições ao nível da nossa equipa. Esse é sempre o nosso desafio. Nós estamos a competir de 3 em 3 dias e temos de nos apresentar sempre no nosso melhor momento. Neste momento temos 10 pontos, curiosamente 6 pontos conquistados fora, 4 em casa. Quando chegar a devida altura, em janeiro, vamos olhar para o adversário e tentar preparar o jogo da melhor maneira. O que é importante neste momento é nos focarmos já, dar os parabéns aos jogadores pelo jogo a crescer. Fundamentalmente por acreditar muito que podíamos ter vencido o jogo, porque essa é a nossa intenção, que foi sempre nesse sentido que nós tentámos mexer na equipa, reforçar os homens à frente, buscar os homens à frente para ter mais oportunidades. Valorizar isso, cada momento ofensivo que nós tivemos, as oportunidades que criámos, as boas oportunidades que criámos e focarmos e prepararmos já o jogo do domingo, que é também muito importante para as contas do campeonato.

- Foi uma boa entrada do Benfica e depois o Bolonha começa a ter mais bola. Foi uma opção sua, de também dar um pouco mais a essa iniciativa, ou se também o Benfica foi obrigado, porque depois a atitude na segunda parte, como referiu, é muito diferente e vimos o Benfica mais à imagem do que vimos noutros jogos europeus.

- Tivemos uma boa entrada, que é o nosso momento. Depois foi o momento do Bolonha, em que tem mais minutos de posse de bola. Obrigou-nos a estar juntos, a estar compactos, a saber defender a largura e a saber também defender o espaço interior, porque muitas vezes os laterais estavam por dentro para criar esses equilíbrios. O objetivo deles era trazer sempre o jogo à largura e depois meter muita gente a correr entre linhas e também na profundidade. Nós controlámos bem, controlámos praticamente as iniciativas nesse sentido e depois nesse momento podíamos ter uma outra transição mais feliz, especialmente à largura. Até mesmo nas nossas saídas do guarda-redes hoje tínhamos outro plano, ir alternando entre as saídas longas e as curtas, mas lá está, tivemos o nosso momento, o Bolonha teve o momento deles e depois tivemos nós, no final da primeira parte e a segunda parte praticamente a controlar e a dominar o jogo.

- Neste novo modelo da Liga dos Campeões, se ter empatado aqui hoje, até pelo que já referiu, significa também que o Benfica perdeu uma boa oportunidade de ficar, pelo menos, mais descansado, quanto às contas do play-off.

- Perdemos a oportunidade foi de fazer 12 pontos. Perdemos essa oportunidade, porque não conseguimos marcar um golo. Olhando para a exibição, penso que foi isso que faltou, marcar um golo que permitisse ter 12 pontos.

- O que é que faltou na sua fórmula para esta exibição ter golos. E também tenho a certeza que percebeu a frustração no estádio, com alguns lances da arbitragem também. Os seus jogadores estavam um pouco exaltados a certo ponto. Pergunto-lhe se, da sua perspetiva, foi prejudicado e se aumenta a frustração no balneário?

- Aquilo que nós queríamos era que o jogo não parasse tanto nas transições. Houve sempre muita gente no chão e o árbitro podia ter controlado um bocadinho melhor o jogo, para o jogo ser mais corrido e mais vivo. Particularmente quando nós tivemos o nosso momento, que foi um dos últimos, que era no início, mas praticamente na segunda parte. Nós sabíamos, porque analisámos muito o Bolonha, sabíamos que é praticamente impossível uma equipa pressionar da maneira que elas pressionam durante 90 minutos. Nós tínhamos que saber ser inteligentes, quando tivéssemos que defender, não permitir oportunidades aos adversários, o nosso momento acabaria por chegar. Por isso, quando o jogo está do nosso lado, aquilo que nós queremos é que não haja quebras e que o jogo seja mais rápido. Relativamente à primeira questão, a única fórmula que eu entendo é de trabalho. É CMTV não é? Não sei se está mal o Otávio ou não, mas é usar a frase do Otávio. É trabalho, trabalho, trabalho. Por isso, aquilo que eu acredito, é nessa perspetiva que eu direciono os meus jogadores, que continuem a trabalhar. Independentemente dos jogadores, porque, em termos de contas, normalmente são aqueles que têm a obrigação de marcar golos, mas para nós, a obrigação vem da equipa e o volume de golos marcados que nós temos, vem da equipa. E hoje tivemos os avançados, médios e, curiosamente, os dois centrais dentro da área para matar e poder marcar golos. Por isso, o mais importante é nós criarmos sempre, ter um jogo ofensivo que nós acreditamos, criar um número de oportunidades suficientes para poder marcar golos.

- No último jogo, aqui em casa com o Vitória, acabou por dizer que, para se chegar ao título por vezes é preciso jogos em que se ganha por 1-0. Dado o caudal ofensivo que o Benfica teve, pergunto se este tipo de jogos podem custar o apuramento.

- Olhe, três pontos no formato anterior? Não. Neste formato, não sabemos. Aquilo que nós queríamos era vencer o jogo, foi com essa ambição e você viu, os jogadores acreditaram sempre até ao fim, criámos oportunidades mais que suficientes para marcar. Por isso, não conseguimos, valorizar os 10 pontos que temos, temos mais dois jogos para conseguir os pontos que possam garantir o nosso objetivo, seguir em frente ao próximo. Obrigado.