Supertaça feminina: Kika ‘Maradona’ Nazareth calçou as luvas a Lena Pauels

Supertaça feminina: Kika ‘Maradona’ Nazareth calçou as luvas a Lena Pauels

FUTEBOL14.09.202301:04

Benfica vence o dérbi eterno e conquista a terceira Supertaça da sua história; número 10 das águias espalhou magia em Aveiro

Francisca Ramos Ribeiro Nazareth Souza. No mundo do futebol, Kika Nazareth. Mas, a partir de agora, pode perfeitamente passar a ser Kika ‘Maradona’ Nazareth. Porque o momento protagonizado pela número 10 do Benfica, à passagem do minuto 55, foi digno do eterno astro argentino. A internacional portuguesa voltou a tirar um coelho da cartola, à imagem de tantos outros lances que a têm catapultado para o passeio da fama do futebol feminino nacional e internacional, e depois de deixar duas adversárias pregadas ao relato rematou cruzado, já dentro da área, para o primeiro golo da noite em Aveiro.

Antes disso, porém, é da mais elementar justiça dizer-se que o Sporting teve mais tempo por cima do jogo. Alícia Correia deu o primeiro aviso, aos 13 minutos, mas nesse momento percebeu-se que Lena Pauels queria ter, também ela, um destaque individual. A resposta encarnada não demorou e Marie Alidou, pouco depois, ofereceu o golo a Catarina Amado, mas a lateral falhou o desvio por milímetros. O Sporting sentiu o calafrio e voltou a intensificar a pressão. Lena Pauels voltou a ser chamada à ação a remate de Brenda Pérez, mas o momento de maior perigo foi causado por Ana Capeta, que atirou ao poste. Na recarga, Cláudia Neto atirou para mais uma excelente intervenção da guarda-redes alemã das encarnadas.

A etapa complementar apresentou um Benfica mais agressivo, mais ousado e com ascendente em relação ao eterno rival. Algo que ganhou ainda mais preponderância depois da vantagem alcançada na sequência do momento de génio de Kika Nazareth. Reagiu, porém, o Sporting, e Andrea Norheim, na recarga a um livre de Maiara Niehues à barra, fez o empate.

O físico falou mais alto no prolongamento e a (enorme) competência de Lena Pauels nos penáltis – dois remates defendidos – foi o garante da terceira Supertaça da história do Benfica.

Os destaques do Benfica

Lena Pauels fez (quase) tudo para merecer o prémio de melhor em campo. Além de várias intervenções de excelente nível durante o tempo regulamentar, subiu mais um degrau do patamar do mérito no desempate por penáltis, ao negar, com categoria, dois castigos máximos. Apenas a genialidade de Kika Nazareth impediu o destaque total à guarda-redes alemã…

Mas se a germânica foi gigante entre os postes, Laís Araújo não lhe ficou atrás no setor defensivo. A brasileira fez da rapidez e do poder de antecipação as suas principais armas e limpou a sua zona de jurisdição, sendo o complemento perfeito de Carole Costa, a voz de comando do eixo da retaguarda. À esquerda, Lúcia Alves parecia que estava numa autoestrada e com via… vermelha. Correu quilómetros e até esteve perto de marcar.

Anna Gasper deu solidez ao setor intermediário e Andreia Norton, lançada na segunda parte, também foi presença notada no miolo.

Os destaques do Sporting

Foi também na baliza que começou a segurança leonina. Hannah Seabert respondeu presente sempre que foi chamada a intervir e as suas ações contagiaram o coletivo. Ana Borges, mesmo amarelada muito cedo, fez-se valer da sua infindável experiência para travar inúmeros duelos e ter também pujança física para ajudar no ataque. Andrea Norheim deu o corpo ao manifesto no centro da defesa e teve astúcia para marcar o golo do empate. Brenda Pérez, que dispensa apresentações, coordenou todos os movimentos ofensivos da equipa, tendo em Alícia Correia, pelo flanco esquerdo, um farol para carrilar jogo pelos corredores. Fátima Pinto, Olívia Smith e Maira Niehues (que tiro à barra no lance que originou o golo!) foram apostas certeiras de Mariana Cabral, uma vez que todas elas ofereceram coisas novas à equipa verde e branca que, a partir das suas entradas, ficou mais forte e com maior capacidade física.