Sporting: Tudo o que disse Rúben Amorim na antevisão ao Sturm Graz
Ruben Amorim em conferência de imprensa DR

Sporting: Tudo o que disse Rúben Amorim na antevisão ao Sturm Graz

INTERNACIONAL13.12.202315:41

Leões querem fechar a chave de ouro a fase de grupos da Liga Europa

Rúben Amorim esteve na conferência de antevisão à receção com o Sturm Graz, que encerra a fase de grupos da Liga Europa para o Sporting.

Recorde tudo o que disse o treinador dos leões

Já esteve lá como jogador, como é que se mantém o foco mesmo já não contando para as contas? «Jogar num clube grande tem muitas coisas boas mas não há dias de folga e estamos sempre a ser julgados pelo último jogo. Os jogadores já sabem que eu de um dia para o outro mudo de opinião, sobre um ter treinado muito bem. São eles que fazem os onzes para o jogos. Temos um jogo para fazer e muito para melhorar em todos os aspetos: A nossa capacidade defensiva, de pressão, jogo entrelinhas, coisa que já tivemos muito bem e nos falta um bocadinho. A capacidade de entender o jogo e os momentos do jogo. Temos de aproveitar ao máximo este jogo e teremos depois tempo para preparar os outros.»

Pegando no que disse Frederico Varandas, revê-se nos adeptos que estão traumatizado com João Pinheiro? «Eu não vou entrar por aí, porque o foco está nesse jogo. Não falo das arbitragem, apenas dos jogos, às vezes mais acaloradamente. Não vou comentar as palavras do presidente.»

Catamo, Morita e Diomande serão baixas em janeiro. É obrigatório reforçar essas saídas? E que comentário faz às notícias que saem em Inglaterra sobre a possível saída de Gyokeres? «Gyokeres tem uma cláusula de rescisão e foi dito que em janeiro só sairia pela cláusula. Se isso acontecer não poderemos fazer nada. É normal que os clubes estejam atentos ao nível dos jogadores em Portugal, porque vão lá para fora e têm grande rendimento. Sabem que os jogadores de cá estão preparados para as melhores ligas do mundo. Em relação aos reforços, teremos tempo para pensar nisso, mas não serão reforçados os jogadores que vão para as competições porque é só um mês e depois teríamos de ver o espaço dos jogadores. O que poderemos ver é jogadores para agora e para o futuro.»

Há alguma hipótese de uma equipa portuguesa conquistar a Liga Europa? «Acho que há sempre hipótese, já aconteceu no passado. Acho que também há equipas que têm orçamentos e argumentos maiores que nós. Já provámos que, em jogos a eliminar, nós somos capazes em Portugal de nos bater com as melhores equipas do mundo. Com a evolução de certos campeonatos, será cada vez mais difícil, mas eu acho que é possível. É preciso ter sorte no sorteio e nas lesões, vamos ver. Se ganhe alguma, obviamente que seja o Sporting. Nós olhamos para o Sporting, Benfica, FC Porto e SC Braga e os adeptos querem que cheguemos o mais longe possível.»

Como é que o Rúben aguenta não desabafar com os jornalistas da arbitragem? «Obviamente que falo com alguém, mas é quando entro no balneário. Bato numas portas, refilo com toda a gente. Faço o mesmo do que os outros. Aqui, não o vou fazer, porque sei que não vai mudar nada. Como sei que mesmo falando de forma positiva não vai mudar nada, prefiro não falar e não entrar nesse jogo, porque mantenho-me mais saudável no futebol, na vida privada. Vou fazendo o meu trabalhinho. Fico revoltado como os outros, mas aguento-me, porque tenho essa ideia desde o início. Antes de começar a minha carreira, houve certas linhas vermelhas que estabeleci para mim. Às vezes apetece falar, mas não vou falar. Enquanto estiver em Portugal, não vou contribuir para a confusão. Os meus jogadores ficam revoltados comigo porque não os defendo. Defendo-os assim, não arranjando desculpas. Enquanto estiver aqui, por mais que custe aos meus jogadores e a mim, não vou entrar na confusão e contribuir para isso. Obviamente que o clube tem de se defender. Quando falam da diferença entre as minhas palavras e as do presidente... O presidente tem uma tarefa completamente diferente da minha, e tem de falar o que acha que tem de falar em nome do clube. Eu não falo dessas coisas porque o meu trabalho é apresentar resultados dentro de campo. Mesmo com o penálti em Guimarães, se tivéssemos todos os jogadores no máximo, ganhávamos o jogo. Às vezes, a arbitragem tem grande influência, mas, enquanto for treinador, não vou falar na arbitragem.»

Há substituto caso perca Gyokeres? «Não pensamos nisso. A equipa, apesar da influência que o Viktor tem, não há como escondê-lo... Temos vindo a perder jogadores que eu achava que seria muito difícil substituir, como o Matheus Nunes, que nos levava a bola para a frente, o Porro, que só atacávamos pelo lado direito, e, depois, o Viktor, que é o homem que está em maior destaque. Temos capacidade de renovar a equipa. Não perco horas de sono nesse aspeto. Perdia antigamente, porque havia sempre aquela ideia de que teríamos de vender para sobreviver. Neste momento, não há isso, há o pagar a cláusula, e, aí, os jogadores têm de ir embora, vão para outros campeonatos e arranjaremos solução. Cada vez mais, a equipa tem um plano A e B, tem jogadores de qualidade. Jogaríamos de outra forma, porque era obrigatório, mas estamos preparados para isso. Não é algo que me preocupe. Ele teve tanto impacto, e eu não tive influência nisso, porque ele continua o mesmo jogador. É muito forte fisicamente, a carregar a bola e a finalizar. Tem muita coisa a melhorar. Não sabe sempre se tem de ir para a frente ou temporizar o jogo, a ligação com os colegas... Tem margem para melhorar. Enquanto clube e equipa, iríamos adaptar a equipa para jogar de outra forma, e iríamos conseguir ganhar jogos. Sei que é a lei do mercado, e estou tranquilo. Não temos nenhum substituto para o Viktor.»

Luís Neto vai voltar a jogar? e Catamo está disponível? «Luís Neto vai jogar outra vez. O Geny não está apto. Vamos ver quando poderá recuperar e o Bragança está de volta. O St. Juste continua igual.

Está preocupado com o facto de o Sturm Graz não ter nada a perder e o que significa ao Sporting seguir em frente? «Tínhamos essa obrigação, pela grandeza do clube. Temos um plantel onde nós temos de ter jogadores no máximo a toda a hora. Se não estivermos em várias competições, a gestão torna-se mais difícil. Nós queríamos o primeiro lugar, mas passámos em frente, que era a nossa obrigação mínima. Estamos à espera de um adversário muito pressionante, que vai querer ganhar o jogo. Ao contrário do que eu pensava na primeira mão, o Sturm Graz esperou um bocadinho mais em vez de ir para a pressão. Têm jogadores fortes fisicamente e muito rápidos na frente. Vai ser diferente da primeira mão, como disse o Paulinho. Temos de ter a capacidade de sair a jogar e ter respostas diferentes. Podemos ter mais espaço entrelinhas e nas costas.»

Como é que se motiva os jogadores num jogo antes do clássico? «Temos atenção a isso. Todos os jogadores que são inteligentes fazem contas a quem está a jogar. O tempo de recuperação físico dá para recuperar os jogadores. As semanas são longas. Ainda não sei o onze que vamos ter no jogo a seguir, porque o foco é este. O nosso foco vai ser: todos os jogadores que forem titulares ou estiverem no banco vão estar preparados para jogar com o FC Porto. Uns,  vão precisar de mais tempo de jogo e, depois, vão ter quatro dias para recuperar, o que, fisicamente, não tem influência nenhuma. Não vamos ter muito tempo para treinar, porque não dá. Há jogadores que vão jogar menos de forma a que a equipa se apresente bem e ganhe o jogo e a que estejam preparados fisicamente. Uns precisam de mais tempo e outros menos. Nenhum jogador pode olhar e dizer 'Fiz 90 minutos na quinta-feira, por isso, não posso jogar na segunda'. Se fosse domingo, teria influência. Na segunda-feira, não. Depende do jogo deles, da ideia, do jogo de hoje do adversário... Toda essa avaliação vai ser feita, mas garanto a todos os jogadores que não interessa se fizerem 90 minutos agora. Tanto podem jogar o próximo jogo como ficar no banco neste. Ainda não fui observar o FC Porto. Não há maneira de falar com os jogadores e provar isso. O que prova isso é o que foi feito ao longo de três anos, e eles sabem aquilo que eu fiz. Já mudei várias vezes a uma quinta-feira para jogar num sábado, já mudei numa sexta-feira para jogar num domingo, e portanto eles sabem com o que contam. Temos de ganhar e jogar bem. Só dessa maneira é que estarão aptos para jogar com o FC Porto. Há jogadores que eu sei que, fazendo um jogo no fim de semana, jogando na quinta-feira, se jogarem o tempo todo neste jogo, no terceiro jogo da semana vão sofrer. São as únicas contas que fiz. Estarão todos aptos para ser titulares com o FC Porto.»