Sporting: Rúben Amorim tem difícil equação para resolver

Com Gyokeres, Paulinho, Edwards e Pedro Gonçalves aptos quem fica de fora do tridente ofensivo em Faro? A BOLA tenta dar uma 'ajudinha' ao treinador leonino

O regresso de Gyokeres à competição, no próximo sábado, frente ao Farense, no Estádio de São Luís, depois de ter falhado a receção ao Rio Ave devido a um toque no joelho esquerdo - Rúben Amorim justificou a ausência do sueco dizendo que não valia a pena arriscar agravar uma situação que era simples -, coloca ao treinador uma equação difícil de resolver. 

Paulinho num excelente momento de forma e de confiança tem sido uma estaca no ataque; Gyokeres assumiu o papel de referência diante do guarda-redes; Pedro Gonçalves, mesmo não estando na melhor forma, é às de trunfo; Edwards rubricou exibição de encher o olho diante do Rio Ave, lançou Morita que assistiu Paulinho no primeiro golo e marcou um golão (colocou a bola pelo buraco da agulha quando toda a gente esperava um cruzamento para a área) na vitória por 2-0.

Perante esta equação o ideal seria o Sporting jogar com doze [risos]

Como será então constituído o tridente ofensivo (3x4x3) a apresentar diante do Farense? Se é certo que já se viu que a dupla Paulinho/Gyokeres está a funcionar na perfeição – na 1.ª jornada, frente ao Vizela (3-2), Paulinho foi lançado aos 64 minutos, e dividiu louros com o internacional sueco ao assinar o golo que valeu a vitória dos leões; na 2.ª jornada jogaram logo os dois de início: Paulinho bisou, com Gyokeres envolvido na jogada do primeiro golo -, mas não deixa de ser um facto que os leões também ganham sem Paulinho (não defrontou o Moreirense, 3-0) e sem Gyokeres (ausente no jogo como o Rio Ave, 2-0).

Irá Rúben Amorim seguir a velha máxima de que em equipa que ganha não se mexe ou um destes quatro jogadores vai começar o jogo sentado no banco de suplentes do Estádio de São Luís?

A decisão não é fácil. As alternativas são todas viáveis. Eu deixaria Edwards de fora do onze 

A BOLA tenta dar uma ajudinha a Rúben Amorim com a opinião de alguns treinadores que se colocam na pele do técnico leonino.
Manuel Fernandes, figura emblemática do Sporting, fala em boa dor de cabeça: «Confio nas opções do Rúben e, de certo, vai jogar com a melhor equipa. O trio ofensivo julgo que terá Paulinho, apesar das dimensões reduzidas do São Luís, Gyokeres e Pedro Gonçalves. É possível que Edwards caia. Demonstra que tem potencial, tal como o fez frente ao Rio Ave, mas, por vezes, alheia-se um pouco do jogo, mas a qualidade está lá. O Pedro é aquele jogador que resolve de um momento para o outro. O Rúben tem aqui uma boa dor de cabeça. O ano passado era mais fácil, é certo, mas não era tão bom como este ano!». 

Opinião idêntica tem Carlos Pereira, antigo jogador e treinador-adjunto do Sporting: «A decisão não é fácil. As alternativas são todas viáveis. Eu deixaria Edwards de fora do onze. Tem que ver com o cariz do jogo. O Paulinho está muito confiante, o Gyokeres nem se fala. Acho até que a rivalidade entre os dois está a ser muito saudável e o Paulinho está a beneficiar do facto de Gyokeres jogar mais perto da área. Complementam-se bem, tiram partido um do outro.»

Já Vítor Manuel tem outra solução a apresentar a Rúben Amorim: «Perante esta equação o ideal seria o Sporting jogar com doze [risos]». Seguiu-se a argumentação: «O Edwards fez uma excelente partida contra o Rio Ave, o Pedro Gonçalves é sempre um jogador especial, e não o vejo a recuar para o meio-campo porque Morita e Hjulmand estão muito bem, o Paulinho está num excelente momento de forma, há que garantir que o Gyokeres está a cem por cento fisicamente… Atendendo às circunstâncias diria, com todo o respeito pelo seu crescimento, que o Edwards fica de fora. Tem que continuar a crescer, há uma grande falta de regularidade exibicional. Atenção que o Edwards não é a parte mais fraca, mas é o menos regular. De realçar que estamos a falar de um Sporting que está muito bem equilibrado.»

Contudo, na opinião de Vítor Manuel há ainda outra possibilidade: «Se calhar, se fosse eu o treinador, falava com o Gyokeres e deixava-o mais uma semana no banco, até seria uma forma de dar um sinal de coerência nas decisões aos jogadores e dizer que não há insubstituíveis.»