Sporting: «Maxi Araújo vai ser jogador preponderante»
Técnico português trabalhou com o esquerdino uruguaio no Toluca
Nuno Campos, 49 anos, é o treinador adjunto de Renato Paiva no Toluca e no clube mexicano trabalhou com uma das contratações do Sporting para esta temporada, o uruguaio Maxi Araújo, por quem os leões pagaram €13,6 milhões.
Até ao momento, o uruguaio participou em seis encontros pelo clube de Alvalade, com o momento maior a acontecer em Eindhoven com assistência para o golo de Daniel Bragança. O técnico português fala a A BOLA sobre o ala. «Maxi está a adaptar-se a uma nova realidade. É um jogador com carisma no balneário, empático. Dentro de campo é muito incisivo, vai muito no um para um e faz mais do que uma posição. Tem muita qualidade e apetência para o golo. Normalmente, os adeptos gostam muito dele e vai ganhar preponderância com Rúben Amorim. Ajudaria à sua integração marcar um golo e esteve perto no jogo com o Casa Pia, naquele livre que saiu por cima. Chuta muito bem e tem como arma forte, também, o cruzamento, como se viu em Eindhoven, com aquele centro para o Daniel Bragança finalizar. Tem uma atitude muito humilde, estando sempre disposto a aprender. Não tenho dúvidas de que vai ser um jogador preponderante», considera.
E qual será melhor posição para o futebolista, de 24 anos, uma vez que já esteve no lado esquerdo na linha de quatro do meio-campo e mais à frente, no lugar que costuma ser de Pedro Gonçalves? «No sistema de três centrais, vejo-o a fazer todo o corredor e, quando necessário, também vai ajudar a jogar por dentro, onde normalmente está Pedro Gonçalves. É um lateral muito ofensivo e não tem receio de rematar. Ofensivamente, vai ser importante para a equipa», responde Nuno Campos.
Maxi Araújo, segundo o técnico, era acarinhado pela massa adepta do Toluca. E dá o exemplo da seleção uruguaia, é uma das peças chave — na madrugada de sábado foi titular na derrota (0-1) frente ao Peru. «É preciso ver que na seleção uruguaia Marcelo Bielsa não abdica dele, o que é difícil de alcançar numa equipa como o Uruguai», aponta. «Imagino que vai ter muito peso no processo ofensivo e os companheiros procuram-no muito, porque sabem que não tem receio de ter bola e de decidir», vaticina.
O BOM MENINO QUARESMA
Antes de ser adjunto de Renato Paiva, Nuno Campos foi treinador principal no Tondela e no Santa Clara. E foi no clube beirão que se cruzou com Eduardo Quaresma que, desde que regressou ao Sporting, «percebeu que só ter talento não chega para vingar». «Nas épocas que não jogou, deu-se um clique decisivo. Tem um espírito muito positivo e é acarinhado no balneário. Aproveitou a lesão de Coates naquele jogou frente ao FC Porto para se mostrar. Merece tudo de bom porque é bom menino», garante Nuno Campos sobre o jovem defesa-central que joga no lado direito do trio defensivo sportinguista.
O EXTRAORDINÁRIO MORITA
Já nos Açores, o antigo adjunto de Paulo Fonseca orientou Morita. «É extraordinário como jogador e ainda mais extraordinário como pessoa. É muito inteligente e o treinador só precisa de lhe dar duas ou três indicações que ele faz o resto. Compreende tudo. Merece ter mais destaque, porque tem uma qualidade enormíssima», diz, convicto. «Não é por acaso que o Sporting tem 11 jogos e ele esteve em todos, mesmo quando regressou fisicamente desgastado da seleção. Joga a um, dois toques, que é o mais complicado de se fazer. Percebe tanto do jogo que na partida com o Casa Pia havia pouco espaço e o Rúben não hesitou em colocá-lo mais adiantado, entrelinhas e ele correspondeu», lembra.