Dificuldade na colocação de Diomande pelo valor pretendido abre porta de saída ao português; cláusula é a referência mas SAD admite dos €60 milhões com objetivos; Manchester United bem posicionado
A administração do Sporting queria segurar Gonçalo Inácio mais uma época, para satisfazer o desejo de Rúben Amorim em agarrar as principais referências do plantel para atacar 2024/2025, mas tudo se encaminha para o internacional português ser a grande venda de verão, capaz de gerar forte receita que permita desafogo aos cofres leoninos. A administração tem consciência desse cenário, até porque já foi informada, através do empresário do central, Miguel Pinho, de que o Manchester United, por exemplo, está a posicionar-se para avançar com proposta.
Com a ameaça, não concretizada em abril, de saída do treinador, os leões passaram nessa altura a olhar para a venda de outro central, Ousmane Diomande, como a opção principal para realizar forte encaixe financeiro, acontece que os valores pretendidos pelo marfinense, a cláusula de rescisão de 80 milhões de euros numa primeira instância e cifra na ordem dos 50/60 milhões num segundo momento, revelaram-se demasiado altos para convencer os pretendentes, daí a porta de saída abrir-se agora para Inácio, sempre com os 60 milhões da cláusula de rescisão como referência.
Os leões já sabem que o assédio ao defesa que representa Portugal no Campeonato da Europa vai aumentar em julho e por isso preparam-se para a chegada de propostas por valores que, por muito que gostassem, não poderão recusar, porque correspondem à referida cláusula. A SAD leonina admite, até, não baixar mas facilitar a venda, com um valor fixo e bónus concretizáveis para se chegar ao valor final de 60 milhões de euros, sobretudo porque o pretendente principal se chama Manchester United, clube com o qual existem excelentes relações consolidadas ao longo dos últimos anos, desde 2003 com a transferência de Cristiano Ronaldo e reforçadas depois com as transferências de Nani, de Marcos Rojo e mais recentemente, em janeiro de 2020, de Bruno Fernandes - o último por 55 milhões de euros, mais 25 milhões variáveis em bónus, à data a maior venda do Sporting, entretanto ultrapassada pelos 60 milhões de euros de Manuel Ugarte para o PSG no passado verão.
Ingleses preparam proposta que atinge valor da cláusula de rescisão do defesa-central; boas relações entre clubes podem facilitar entendimento com objetivos e prazos de pagamento
Ou seja, a saída de Gonçalo Inácio começa a ser cada vez mais inevitável, com os red devils à cabeça e depois de ter sido apontado também ao Liverpool, cenário que poderia ter ganho força se Rúben Amorim tivesse sido o escolhido para substituir Jurgen Klopp no comando técnico dos reds e não o neerlandês Arne Slot, ex-Feyenoord. E assim os leões podem ficar sem um dos mais importantes elementos na estratégia de Rúben Amorim em Alvalade. Imprescindível no processo defensivo, a jogar pelo lado esquerdo do trio de centrais é também importantíssimo na transição ofensiva da equipa leonina, a sair com a bola no pé ou a procurar a profundidade dos avançados com passes longos teleguiados não raras vezes a resultarem em golo. Na sua saída, os leões podem ir ao mercado para encontrar um substituto. Nesta altura, contratado o belga Zeno Debast, os verdes e brancos contam ainda com St. Juste, Eduardo Quaresma, Coates e Matheus Reis como centrais, além, naturalmente, de Diomande e ainda Gonçalo Inácio, que está a prazo.
O camisola 25, recorde-se, renovou contrato em agosto de 2023 e está por isso agora contratualmente ligado aos verdes e brancos até junho de 2027. Foi na renovação que viu a cláusula de rescisão subir de 45 para os 60 milhões de euros.