Famalicão-Sporting, 0-3 A sorte do azar leonino foi saber virar a agulha a meio (crónica)

NACIONAL26.10.202423:55

Ineficácia foi adiando o golo do Sporting, com muito mérito de Zlobin, mas após a lesão de Nuno Santos, à beira do intervalo, a locomotiva de Rúben Amorim encarilhou pela direita para ultrapassar o Famalicão

A locomotiva verde avança a toda a velocidade na Liga, mas na passagem por Famalicão foi preciso saber virar a agulha a meio para evitar sobressaltos que já condicionaram viagens alheias. Um muro chamado Zlobin ameaçava provocar um acidente a uma máquina de ritmo consistente, mas a via da direita permitiu seguir em frente de forma mais tranquila do que o trajeto parecia antecipar.

Ao intervalo do encontro da 9.ª jornada desta viagem que é o campeonato existiam motivos para estar apreensivo Rúben Amorim, o motorista da tal locomotiva verde. O nulo persistia no marcador, depois de uma primeira parte em que o Sporting foi perdulário, acima de tudo, mas na qual também teve de lidar com um guarda-redes inspirado na baliza do Famalicão. E a lesão de Nuno Santos, que saiu de maca à beira do descanso, de mãos na cabeça, provavelmente exponenciou o receio de uma deslocação para esquecer.

O campeão e líder da Liga até tinha entrado em campo a todo o vapor. Instalado no meio-campo de um Famalicão que procurava juntar linhas sem recuar em demasia, mas menos coeso do que o seu treinador, Armando Evangelista, certamente desejaria. Com Daniel Bragança, Pedro Gonçalves e Trincão a conseguir encontrar espaço por dentro, o Sporting mostrava-se capaz também de desequilibrar por fora. Sobretudo pelo lado esquerdo, onde foi desenvolvida a jogada do golo anulado a Pedro Gonçalves, logo ao minuto 11. De regresso à titularidade, e também a Famalicão, desta feita o internacional português não conseguiu marcar à antiga equipa, já que foi apanhado em fora de jogo.

Curiosamente, esta desilusão tirou acutilância aos visitantes e permitiu que o Famalicão crescesse. A equipa de Evangelista também teve um golo anulado, de resto, ao minuto 25, com Aranda a partir de posição irregular para corresponder ao cruzamento de Gil Dias, na melhor jogada famalicense em todo o encontro.

Embora menos autoritário nesse período, o Sporting nunca deixou de ameaçar a baliza contrária, com Trincão a assumir protagonismo, tal como Zlobin, decisivo em vários momentos, mas que em período de compensação da primeira parte contou com Mihaj a substitui-lo, e com cabeça.

Se o Famalicão ficou privado do influente Gustavo Sá à beira do intervalo, o Sporting acabou a primeira parte em inferioridade numérica, por força da lesão de Nuno Santos. Rúben Amorim só lançou Geny Catamo no recomeço, e a equipa leonina, intencionalmente ou não, virou a agulha para o lado direito. Foi por aí que caiu a resistência famalicense, com o primeiro golo apontado ao minuto 57, pelo incontornável Viktor Gyokeres. Uma rotação implacável do sueco na área, promovida por um movimento de rutura de Morita, a surpreender, servido por Quenda. Depois desta participação no tento inaugural, o jovem extremo ainda assumiu a assinatura do 2-0 do Sporting, festejado apenas seis minutos depois, convertendo-se assim na figura maior do encontro.

Franco Israel só foi colocado à prova uma vez, por um remate de longe de Topic, mas esse foi o mote para uma reação do Famalicão, impulsionada sobretudo por Liimatta, que teve um remate bloqueado pelo colega Mario González, que também saiu do banco.

De bola parada, o Sporting ainda fez o terceiro golo, por intermédio de Gonçalo Inácio. Um resultado que até pode disfarçar a ineficácia da primeira parte, mas justo para o caudal ofensivo da imparável locomotiva de Rúben Amorim.

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