Sporting: Esgaio ‘viajou’ da potencial saída à titularidade na Champions
Polivalente esteve com pé e meio fora do leão mas nunca desistiu; 'ultrapassagem' a Fresneda
Ricardo Esgaio é um caso de resiliência no Sporting, numa caminhada longa que passou pela titularidade em Portimão, para a Taça de Portugal, e nesta terça-feira na Liga dos Campeões diante do Sturm Graz.
Extremo de formação mas que rapidamente recuou para a lateral direita, o nazareno experimentou uma posição que apesar de não ter grandes rotinas, não lhe é totalmente desconhecida, a de central mais descaído para o lado direito e com uma exibição que, contas feitas, esteve muito longe de desiludir.
Mas a história é muito mais longa. O mais velho do plantel, com 31 anos, esteve com um pé fora de Alvalade durante o mercado de verão, mas as propostas recebidas do Médio Oriente e, na reta final, com o SC Braga mostrou-se disposto a acolhê-lo de novo, mas as propostas acabaram por não vingar para a saída e ficou em Alvalade.
Ricardo Esgaio não atirou a toalha ao chão, mas teve de esperar quase dois meses desde o início da época até chegar à primeira utilização, algo que só aconteceu com o Aves SAD, a 22 de setembro, na posição mais à direita do meio-campo. Logo aí, recolheu elogios de Rúben Amorim. «O Esgaio vai ter o papel que teve sempre, quando é chamado para jogar dá o máximo, fora do campo é muito importante. Depende das características do jogo, depende dele e, portanto, o Esgaio vai ter o papel de todos, que é dar o máximo jogando um ou 90 minutos e é isso que esperamos dele. E é isso de certeza que ele vai dar», disse, em palavras premonitórias. E no encontro seguinte em que foi utilizado, frente ao Casa Pia, teve pela primeira vez o papel de central descaído para um dos flancos, entrando para o lugar de Eduardo Quaresma no último quarto de hora de jogo.
Seguiu-se a pausa para as seleções e Ricardo Esgaio ficou na Academia a trabalhar com o plantel, aproveitando para ganhar fôlego para que aí vinha. E no primeiro jogo após o interregno, Esgaio voltou à titularidade do lado direito do quatro de meio-campo, com Bruno Ramos a jogar como central à direita e Geovany Quenda a passar para o trio de ataque, jogando 64 minuto porque o ritmo de jogo ainda não está no ponto.
Poucos dias depois, titularidade na Champions diante do Sturm Graz e 56 minutos em campo.
Pode dizer-se que Rúben Amorim não tinha os lesionados Diomande e Quaresma, que Bruno Ramos não está inscrito na Champions e seria arriscadíssimo lançar Lucas Taibo, normalmente da equipa B. Mas no plantel há Iván Fresneda, cujo passe custou no início da época passada €9M e, neste momento, apesar de ter mais jogos — quatro contra cinco — só acumulou 70 minutos de jogo, enquanto Esgaio já leva 149 em competição. Uma ultrapassagem pela… direita.