Sporting: como vai ser a nova vida do capitão

Cumprido primeiro dia do novo contrato; Coates continua a ser a voz de comando, mas prepara passagem de testemunho; gestão à vista

Sebastián Coates começou, esta segunda-feira, o primeiro dia de contrato, após renovação no final da última temporada. Aos 33 anos, o central uruguaio, voz de comando dos leões dentro e fora de campo, tem assumido papel preponderante com a braçadeira de capitão no braço esquerdo.

Rubricou época extremamente positiva, com números até acima daquilo que era expectável (ver quadro), com Rúben Amorim a assumir, por diversas vezes, que a utilização ou não de Coates na equipa titular seria decidida face às características do adversário em causa.

Números de Coates em 2023/2024

«O Seba não será eterno, mas também não está para acabar. Com o desenrolar da idade tem de haver rotação às vezes e toda a gente tem de se chegar à frente, um clube como o Sporting não pode ser dependente de um só jogador e os restantes estão preparados para isso. Mas a bola parada, a sua capacidade de fazer a linha [de fora de jogo]... São aspetos difíceis de tapar», admitiu o treinador leonino, em vésperas da visita ao V. Guimarães, na 13.ª jornada, jogo em que Coates estava lesionado e que os leões acabaram por ser derrotados (2-3).

ADN de campeão com nova missão

Certo é que na última temporada o capitão somou 3350 minutos nos 44 jogos em que participou — foi o quinto jogador mais utilizado do plantel, a seguir a Gyokeres (4167’), Gonçalo Inácio (3733’), Pedro Gonçalves (3601’) e Hjulmand (3539’) —, marcou meia dúzia de golos (quatro na Liga, um na Liga Europa e outro na Taça de Portugal) e mostrou-se peça fulcral no puzzle leonino, tendo sido incluído no Onze do Ano, numa eleição levada a cabo pela Liga, que contou com os votos de todos os treinadores e capitães das equipa que competiram na Liga.

Nesta que é a nona época de leão ao peito, a missão de Coates, além de querer atacar o bicampeonato, mantendo-se como pilar fundamental de um Sporting com ADN de campeão, pode ter nova vertente: trabalhar na passagem de testemunho para novo capitão. E, nesse capítulo, o nome de Morten Hjulmand tem surgido à cabeça para integrar novo lote de capitães — Neto e Adán saíram — a par de Gonçalo Inácio e, talvez, Nuno Santos, sendo que Daniel Bragança já assumiu o cargo nalgumas ocasiões.

El capitán já entrou na história do Sporting ao tornar-se no defesa com mais golos de leão ao peito, 37 ao todo e está no top-10 com mais jogos (369).

Adivinha-se, então, uma época de gestão do capitão, mas, e se corre bem, haverá nova renovação?