Sérgio Vieira: «Tentámos, mas não tivemos a capacidade de ser mais agressivos. Mérito do Sporting, sem dúvida»
Sérgio Vieira. Foto: Maciej Rogowski/Imago.
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Sérgio Vieira: «Tentámos, mas não tivemos a capacidade de ser mais agressivos. Mérito do Sporting, sem dúvida»

NACIONAL30.03.202400:12

Treinador do Estrela da Amadora considera que a equipa voltou a dar boa imagem, mas a superioridade dos leões não permitiu outro desfecho; elogiou Gyokeres e a dinâmica ofensiva do adversário

Com que sensação fica do jogo? Já passaram jogos com os três grandes. É natural esperar top 10 na Liga?

(sorri) Espero que sim! Trabalhamos para isso. Na segunda parte tentámos, mas não tivemos a capacidade de ser mais agressivos, mais pressionantes…mérito do Sporting, claramente, sem dúvida. Quando temos de o reconhecer, reconhecemos. Foi um jogo diferente, por exemplo, do jogo que tivemos aqui com o FC Porto, em que até ao último segundo criámos oportunidades.

A grande novidade foi a inclusão de Bucca como titular e este até se estreou a marcar. Que ideia teve ao lançar um médio como extremo? Acredita que a equipa tem o que é preciso para ficar na Liga?

Neste momento, acreditamos, embora isso seja algo para o qual ainda faltam cerca de dois meses e pouco…o Bucca tem vindo a crescer taticamente, com mais relações de espaço e de equipa e menos relações diretas, e é um jogador que na Argentina fez diferentes posições. Fez extremo, fez avançado até, jogou a 10, a 8…é um jogador que tem essa versatilidade.

Qual foi o erro da linha defensiva no primeiro golo? Que estratégia defensiva procurou para anular a qualidade individual do ataque do Sporting?

O erro foi algo que também já nos tinha acontecido em Alvalade, que é difícil com uma equipa com este sistema, com estas dinâmicas, que é a basculação da linha, os nossos alas tentaram pressionar quem está naquele espaço, caiu por lá o Trincão, o Morita, tentaram pressionar mais alto e toda a linha defensiva tem de bascular.

Já nos tinha acontecido, não o conseguimos porque depois há mérito do outro lado. O Sporting tem jogadores que por vezes com um toque na bola nem precisam de fazer receção, a bola vem e vai…tem uma dinâmica posicional excelente que todos os grandes treinadores gostariam de poder implementar mas isso depois também depende de outros fatores e das ferramentas que se tem.


O Estrela soube manter-se vivo no jogo. Faltou, ao invés, alguma pujança para obrigar o Sporting a errar?

Sem dúvida, é muito pertinente. Quem conhece o Estrela, sabe que nunca nos resignamos, queremos para nós e para quem está presente no estádio, para os nossos adeptos, manter essa emoção até ao fim. Sentimos essa dificuldade para obrigar o Sporting a errar mais, tiveram um ou outro lance em que erraram, conseguimos subir as linhas de pressão e obrigámo-los a esticar, mas depois tem argumentos e ferramentas humanas na frente.

O Gyokeres é extremamente forte nos duelos, a ficar com bola e a criar ruído e perturbação quando é solicitado. Infelizmente, acho que nos faltou também isso, mas acho que fica uma boa imagem, não premiada com algo mais, com pontos.

Nesta altura da época fala-se sempre de uma dança de treinadores e para alcançar objetivos é preciso tempo de trabalho. Nessa perspetiva, conta continuar no Estrela na próxima época?

Sim, eu gostaria. Tenho mais dois anos de contrato e gostaria. O projeto não está a ser dentro do que idealizámos, mas noutros aspetos está – estamos na Liga, subimos logo no primeiro ano e estamos a crescer estruturalmente. Foi por isso que comprometi, com o presidente, o nosso diretor desportivo José Faria e todos os nossos jogadores, a reerguer este histórico do futebol português e não só em termos desportivos.

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