Rumo ao penta em tons de azul
Haaland festeja com Bernardo Silva e De Bruyne o primeiro golo do jogo (Foto: IMAGO)
Foto: IMAGO

Chelsea-Man. City, 0-2 Rumo ao penta em tons de azul

INTERNACIONAL18.08.202420:33

Tetracampeão começa a Premier League vencendo em casa de um ex-candidato ao qual ainda falta muito para voltar a sê-lo. Bernardo Silva iguala Nani como o português com mais assistências na prova

O Manchester City iniciou o caminho rumo ao inédito penta na Premier League, vencendo por 2-0 em Stamford Bridge, casa de um Chelsea que já foi candidato mas está longe de sê-lo apesar dos mais de mil milhões de euros investidos pelo proprietário, Todd Boehly, em apenas dois anos. Num jogo típico de começo de época, quando equipas como a de Pep Guardiola ainda erram mais que o habitual ou se parecem mais com as ditas normais, foi no entanto o tetracampeão aquele que mais tempo esteve em cima do adversário, terminando o encontro como um justo vencedor.

O marcador foi aberto aos 18', na sequência de uma boa jogada iniciada em Doku na esquerda, entrando para o meio e encontrando Bernardo Silva, que em esforço, em queda e com os olhos na nuca bem abertos isolou Haaland. O resto foi puro ofício da máquina goleadora: o norueguês aguentou a carga de Cucurella e perante a saída de  Robert Sánchez tocou por cima, de pé esquerdo. No 100.º jogo oficial pelos citizens, o possante futebolista assinou o 91.º golo, ao que soma às 15 assistências - e por seu lado o médio igualou Nani como o jogador português com mais assistências  na Premier League, 43 (Bruno Fernandes e Cristiano Ronaldo seguem atrás, com 41 e 37, respetivamente).

No primeiro reencontro com o mestre (afinal, foi seu adjunto em 2022/2023, ano do treble), Enzo Maresca não caiu na tentação de pôr a sua equipa em busca desesperada do golo do empate. Manteve um jogo paciente, assente na procura de espaços entre o médio Kovacic e o falso lateral-direito Rico Lewis, com o avançado Nicolas Jackson a servir de pivô para as chegadas à área do capitão Enzo Fernández. por sua vez, Cole Palmer, o novo jogador-bandeira do clube ao ter assinado recentemente contrato até 2033, esteve pouco ativo e pouco desequilibrou.

Estreia de Pedro Neto

Apesar de ter «pouco tempo de trabalho», Pedro Neto acabou por ser chamado a jogo pelo treinador italiano, que assim justificara a condição de suplente do internacional português contratado ao Wolverhampton por €60 milhões,  e foi imediatamente após a entrada  (58') do extremo-esquerdo que se assistiu a uma reação mais enérgica dos blues. O efeito durou cerca de 10 minutos, período em que Rúben Dias e companhia foram obrigados a cerrar os dentes. Jackson ainda esteve na cara de Ederson, depois de ganhar as costas do central português, mas o remate à queima (61') obrigou o brasileiro a exibir reflexos (o que contrastou com intervenções menos seguras ao longo do jogo, sinal evidente de falta de confiança que a novela do sai-não-sai ajuda a explicar).

Não marcou o Chelsea, viria a faturar novamente o City, aos 84': Kovacic  intercetou uma bola a meio campo, tirou dois adversários do caminho em progressão e atirou ao primeiro poste, enganando Sánchez, que pela linguagem corporal do croata terá pensado que o remate seria em arco ao segundo pau. O guarda-redes ainda tocou mas não impediu o golo. O médio pediu desculpa pela condição de ex-jogador dos blues, mas a sentença estava marcada. Desde a final da Champions, em 2021, no Dragão, que o Chelsea não consegue vencer o Man. City. Já lá não dez jogos.