Premier League: será que já chega de Manchester City?
Em duas épocas no Manchester City, Haaland ganhou dois campeonatos e foi duas vezes melhor marcador (IMAGO)

ANTEVISÃO Premier League: será que já chega de Manchester City?

Tetracampeões procuram o penta, com muita concorrência e com a diferença entre clubes no topo cada vez mais pequena

É já esta sexta-feira que, a partir das 20 horas, Manchester United e Fulham dão o pontapé de saída na 126.ª edição do principal escalão do futebol inglês, a 32.ª no formato atual: a Premier League. É a primeira de 38 jornadas do campeonato mais rentável do Mundo, em que, como se costuma dizer, tudo pode acontecer. Para começar mais uma 'viagem' anual pelas curvas e contracurvas de mais uma competição, A BOLA dá-lhe tudo o que precisa de saber sobre os favoritos, as possíveis revelações, os nomes sonantes que chegaram a Inglaterra e os portugueses em prova, para que possa chegar informado à temporada 2024/25 da Premier League.

Pep Guardiola, treinador do Manchester City, com a taça de campeão (IMAGO / Action Plus)

Os favoritos: já chega de Manchester City?

Nas últimas quatro temporadas - e em cinco das últimas seis - a história tem sido sempre a mesma: ao final de 38 rondas, a equipa com mais pontos é... o Manchester City. Pep Guardiola chegou, viu e venceu, venceu e venceu. Os citizens são tetracampeões e, apesar de terem perdido Julián Álvarez, parecem dedicados a atacar mais uma temporada com o título em mente. A equipa manteve todas as bases dos últimos dois anos, somou Sávio e, salvo alguma questão física ou fora do normal, tem em jogadores como Phil Foden, Kevin De Bruyne ou Bernardo Silva alguns dos melhores (ou, porventura, os melhores) criativos da competição, com Erling Haaland pronto a ser, pela terceira vez noutros tantos anos, o melhor marcador da Premier League.

Phil Foden, melhor jogador da última Premier League (IMAGO)

Na última edição, contudo, a viagem dos skyblues à inédita quarta Premier League seguida foi tudo menos fácil. Isto porque os 91 pontos somados pelos azuis de Manchester foram apenas mais dois que os 89 feitos pelo Arsenal. O conjunto de Mikel Arteta, que tem vindo a aprimorar o seu jogo, forçou o campeão a jogar na máxima força até à última jornada e, não fossem deslizes como, por exemplo a derrota em casa por 0-2 frente ao Aston Villa, podia ter mesmo sido o fim de 20 anos de jejum para os gunners, que têm em Bukayo Saka e Martin Odegaard as principais ameaças às defesas adversárias.

Apesar de não sair vencedor, o Arsenal forçou uma luta a três. Isso mesmo: a três. Isto porque o Liverpool esteve, até abril - ou, sensivelmente, até à jornada 31 - na disputa por voltar a ser campeão. E se, como diz o ditado, em abril, águas mil, foi um autêntico dilúvio que, no quarto mês do ano, afundou todas as hipóteses de Jurgen Klopp se despedir como campeão: em seis jogos, os reds só venceram dois, deixando fugir os outros concorrentes.

Resta saber se, agora com Arne Slot, o Liverpool vai manter os padrões necessários para atacar mais uma época... como favorito. É sabido que, normalmente, é necessário tempo de adaptação às ideias de um novo treinador (Guardiola e Arteta sofreram disso, por exemplo), mas as peças... estão todas lá: desde Salah, Luis Díaz ou Darwin na frente, a Van Dijk, Alexander-Arnold ou Alisson no setor mais recuado, não houve mudanças de maior numa equipa que, como já se sabe, é competitiva.

Os três promovidos

Leicester City, Southampton e Ipswich Town são as novas caras da Premier League 2024/25. Os foxes, extraordinários campeões da edição 2015/16, voltam ao principal escalão após uma temporada no Championship, em que se tornaram... campeões. Ainda não se sabe como se apresentará a equipa com Steve Cooper ao leme, isto depois do treinador Enzo Maresca rumar ao Chelsea, e sem Dewsbury-Hall, que seguiu o técnico para Londres, mas a experiência de principal escalão de jogadores como Ricardo Pereira, Ndidi ou dos reforços Buonanotte, vindo do Brighton, ou Bobby Decordova Reid, ex-Fulham, poderão fazer a diferença.

O Southampton está, também, de regresso após uma temporada na segunda divisão. Apesar de jogadores como Adam Armstrong e Bednarek já terem experiência de principal escalão, é na juventude que está a principal arma do esquadrão de Russell Martin: Sulemana tem 22 anos, tal como Hardwood-Bellis, defesa contratado ao Manchester City, Nathan Woods ou o guarda-redes Bazumu, Sugawara, que pertencia ao AZ Alkmaar, tem 24 anos e Brereton-Díaz, avançado, e o médio Flynn Downes têm 25.

O Ipswich Town, que regressa ao principal escalão 23 anos depois, tem em Kieran McKenna, o treinador, uma das principais armas. O conjunto, que estava na terceira divisão há duas épocas, conquistou promoções consecutivas para, agora, tentar surpreender no principal escalão. Omar Hutchinson e Liam Delap são os principais reforços para o ataque, Jacob Greaves chegou para a defesa e Muric é o novo guarda-redes.

Kieran McKenna, treinador do Ipswich Town (IMAGO)

As contratações e as sensações andam de mãos dadas

Nos principais candidatos ao título, apenas Sávio, no Manchester City, e Riccardo Calafiori, no Arsenal, são grandes nomes deste mercado de transferências. Olhando mais para baixo na tabela esperada, as novas caras começam a somar-se e, a elas, as esperanças de fazer... uma gracinha.

O Manchester United continua a somar novos jogadores para atacar a temporada que se avizinha. Leny Yoro, Matthijs de Ligt e Mazraoui já reforçaram a defesa, com Joshua Zirkzee a ser o mais recente avançado dos red devils. São quatro contratações e... 164,5 milhões de euros investidos.

Bruno Fernandes continua a ser a grande figura deste plantel. O portuguese magnífico, como é apelidado pelos adeptos, é muitas vezes a diferença no último terço. É o jogador que mais ocasiões de golo criou desde que chegou à Premier League e, se os avançados estiverem em forma, a parceria pode ser... letal. Às estrelas estabelecidas - Rashford ou Casemiro, por exemplo - juntam-se os jovens Garnacho, Kobbie Mainoo ou Hojlund. Um junção que tem tudo para funcionar... mas vejamos se assim será.

Os 'boys' de Erik ten Hag: Hojlund, Garnacho e Mainoo (IMAGO)

No Chelsea, os gastos já chegaram aos €188 milhões. Renato Veiga foi um dos portugueses contratados, mas não o mais sonante. Esse papel ficou para Pedro Neto, que custou 60 milhões de euros.

O extremo, ex-Wolverhampton, reforça os blues, cujo plantel já tem... 44 elementos. Entre eles, muitas figuras de renome: Enzo Fernandéz, Moisés Caicedo, elementos do meio-campo ou Cole Palmer e Christopher Nkunku, mais à frente, podem fazer a diferença. Resta saber como Enzo Maresca construirá esta equipa que, até agora, parece ter saído muito cara...

O Aston Villa, que surpreendeu na última época com a chegada ao quarto lugar, procura manter-se no topo da tabela. Para tal, jogadores como Ian Maatsen e Amadou Onana reforçaram o plantel de Unai Emery que, apesar de vender Moussa Diaby e Douglas Luiz, continua a contar com figuras de grande relevo. Ollie Watkins, avançado, é a grande figura dos villains.

O Tottenham, que pagou 75 milhões de euros por Solanke, continua a lutar por se manter a par dos restantes elementos dos big six. Tudo estava a correr de feição a Ange Postecoglou no início da última temporada, mas as lesões de jogadores como James Maddison ou van de Ven, bem como a saída de Heung-min Son para a Taça da Ásia entre janeiro e fevereiro deitaram tudo a perder. O quinto lugar será, certamente, para melhorar.

Os portugueses em terras de Sua Majestade

São muitos os jogadores portugueses que jogam na Premier League, com maior ou menor preponderância para os respetivos clubes. No campeão Manchester City, Rúben Dias, Bernardo Silva e Matheus Nunes são opções - João Cancelo ainda não sabe o futuro, apesar de fazer parte dos quadros dos citizens - e, no rival United, Bruno Fernandes e Diogo Dalot são dois dos protagonistas de Erik ten Hag.

É o Wolverhampton o clube com mais portugueses. São, neste momento, oito os atletas lusos que militam nos wolves: Toti Gomes, José Sá e Nélson Semedo já estavam no plantel, Rodrigo Gomes é reforço, vindo do SC Braga. Daniel Podence, Chiquinho, Gonçalo Guedes e Fábio Silva, emprestados na última época, regressaram ao clube.

O Everton tem, neste momento, três atletas nacionais: Beto e Youssef Chermiti, avançados, e João Virgínia, guarda-redes. Já o Chelsea, que já contava com Diego Moreira, juntou Pedro Neto e Renato Veiga ao ex-Benfica. Ricardo Pereira e Wanya Marçal são os portugueses do Leicester, Jota Silva reforçou o Nottingham Forest, treinado por Nuno Espírito Santo, Diogo Jota está no Liverpool, Fábio Vieira joga pelo Arsenal e Fábio Carvalho reforçou recentemente o Brentford. Marco Silva é o treinador do Fulham.

O que esperar da primeira jornada?

A Premier League começa já com jogos grandes. Na primeira ronda da competição, o Manchester City começa a defesa do título frente ao Chelsea, no domingo. No sábado, Aston Villa e West Ham também prometem deixar, no frente a frente entre ambos, um vislumbre do que esperar dos conjuntos na temporada que agora começa.