Real Madrid-Barcelona: velho clássico no novo mundo

INTERNACIONAL09:15

Clássico terá 650 milhões de espectadores em 180 países. O duelo entre Vinícius e Raphinha aquece o primeiro clássico no novo Bernabéu

É o clássico dos clássicos, por norma dos mais vistos jogos de futebol em todo o mundo. Devem ser 650 milhões de telespetadores em 180 países por todo o planeta. Mas há mais, esta será a primeira vez que o Real Madrid-Barcelona se disputa no Santiago Bernabéu depois da sua espetacular remodelação, que o tornou num dos estádios mais avançados tecnologicamente do mundo. O velho clássico no mais moderno dos recintos.

Separadas por três pontos e estando a liga ainda numa fase madrugadora, o resultado não será decisivo para o futuro das duas equipas na La Liga, mas isso não impede que o jogo reúna um bom número de fatores que despertam o maior interesse: o que mais fresco está na mente dos adeptos são as goleadas aos opositores alemães (os merengues bateram o Dortmund por 5-2; os blaugrana o Bayern Munique por 4-1) com hat trick de Vinícius e Raphinha. São estes os dois maiores candidatos a serem os grandes protagonistas desta noite e os que, passados os anos, mais nos fazem recordar os bons velhos tempos da rivalidade entre Messi e Cristiano Ronaldo.

Quando chegou com 18 anos ao Real, houve certas dúvidas sobre o futuro de Vinícius, que tardou em afirmar-se, mas tem agora muitas possibilidades de vir a conquistar a Bola de Ouro. Já Raphinha esteve o Verão passado com pé e meio fora do Barcelona, o presidente Laporta tentou vendê-lo para comprar Nico Williams. Mas a operação frustrou-se e Raphinpassou a mostrar o que nele nunca se tinha visto e tornar-se, o mais desequilibrador.

Hansi Flick chega ao Bernabéu à frente de uma equipa que, em pouco tempo, se tornou numa das grandes sensações do futebol europeu, numa mistura perfeita entre jovens formados na casa e jogadores experientes como Lewandowski, que recuperou, e de que maneira, o seu instinto de goleador.

O ambicioso sistema de Flick, com uma defesa muito subida e grande capacidade de pressão, tem os seus riscos e uma das curiosidades do jogo de hoje será ver se Flick continua fiel à sua valentia, sabendo que as saídas em velocidade de Mbappé e Vinícius podem ser um perigo para os defensores demasiado afastados da sua área.

Este será um dos aspetos que Ancelotti procurará explorar, sabendo que não poderá contar os lesionados Courtois, Carvajal e Rodrygo, baixas importantes, sobretudo a do guarda-redes, que tem sido o grande salvador nos momentos mais críticos.

Com tudo o que ganhou e a enorme superioridade mostrada a temporada passada, pensava-se que com a chegada de Mbappé o Real Madrid seria este ano arrasador. Mas a realidade tem sido outra, a ausência de Kroos priva a equipa de capacidade criadora e com isso sofrem os dianteiros, a defesa mostra falta de contundência e com frequência dá demasiadas facilidades.

Bellingham, que na temporada passada, por esta altura, já tinha marcado 10 golos, este ano ainda está em branco. Muitas coisas que não funcionam e que só não têm tido piores consequências graças ao enorme valor da maioria dos seus jogadores, capazes de resolver os problemas com as suas ações individuais, como as de Vinícius no jogo contra o Dortmund.

Sem dúvida que é o Real Madrid quem mais tem a perder no desafio desta noite, já que a derrota deixa-o a seis pontos do Barcelona que, com os três que agora tem de avanço, mesmo perdendo continuaria no topo da classificação. Mas pelo que se tem visto até agora, a turma de Flick nem sequer jogará para o empate: plena de confiança, sabe que tem capacidade para alcançar a vitória e pôr à prova o Real Madrid.

Ancelotti terá de acertar com o plano anti-Flick para não passar pelo desgosto de ver a sua equipa ser surpreendida pelo seu grande rival no primeiro e histórico jogo no novo Bernabéu. Novos tempos e velhas verdades num duelo sempre apaixonante.