Rúben Neves é um dos capitães do Montalegre e o segundo elemento mais velho do plantel; médio perspetiva jogo «muito difícil» frente a uma «superequipa em termos coletivos e individuais», mas garante que «objetivo é passar à fase seguinte» da Taça
O duelo entre dois emblemas separados por três escalões parece desequilibrado à partida, mas é com «personalidade e identidade» que o Montalegre espera causar uma surpresa na Taça de Portugal diante do FC Porto, esta sexta-feira.
As palavras são de Rúben Neves, vice-capitão dos barrosões, que sente «tranquilidade» na equipa a poucos dias da visita ao Estádio do Dragão, em declarações exclusivas a A BOLA: «Temos estado tranquilos, até porque os últimos resultados e exibições da equipa têm sido bons para nós. Estamos com duas vitórias consecutivas, mas antes disso já estávamos a realizar boas exibições. Estamos a preparar com enorme tranquilidade e entusiasmo a visita ao Estádio do Dragão, contra uma das melhores equipas do futebol europeu», sublinha.
Apesar das chances diminutas de passagem à próxima eliminatória da prova rainha, o centro-campista de 32 anos frisa que o objetivo dos montalegrenses passa sempre por vencer, independentemente do adversário: «O objetivo é passarmos à próxima eliminatória da Taça, porque se não for assim, mais vale ficarmos em casa. A melhor coisa que temos a fazer é demonstrarmos a nossa identidade, e praticar um bom futebol, o que não será fácil porque o FC Porto vai fazer de tudo para não nos deixar jogar. Temos de mostrar personalidade e de nos valorizar, acima de tudo. O melhor que nos podem dizer no final do jogo é que o Montalegre é uma boa equipa, que tem bons jogadores, e que promove um bom futebol. Que seja uma festa bonita da Taça, porque a vila e os adeptos merecem essa felicidade. Há cinco anos, já tiveram oportunidade de receber o Benfica, agora podem ir ver o seu clube no Estádio do Dragão», lembra.
Sobre a qualidade dos azuis e brancos, o jogador natural de S. João da Madeira não tem dúvidas: «Sabemos que vamos defrontar uma equipa muito forte, que já trabalha com o mesmo treinador há muitos anos e que encara os jogos da Taça com a mesma seriedade dos jogos da Liga dos Campeões. É uma superequipa em termos coletivos e individuais», afirma.
Na altura do sorteio que ditou o confronto com os dragões, Rúben Neves conta a reação imediata no seio do plantel, e a posterior, com mais calma: «Foi uma reação (ao sorteio) de grande entusiasmo. Soubemos de manhã, depois do treino. Vimos o sorteio todos juntos. Logo a seguir ao sorteio, o mister meteu alguma água na fervura, quis que nos concentrássemos nos jogos do campeonato. Agora sim, é altura de preparar o jogo da Taça de Portugal e de sermos felizes a fazermos aquilo que mais gostamos, que é jogar futebol», diz.
Embora Paulo Viage, presidente do clube, admita que preferia que o sorteio tivesse ditado a receção ao FC Porto, o médio assume que, enquanto jogador, a visita ao Dragão pode ser mais benéfica: «Foi entusiasmante quando soubemos que íamos jogar num estádio com capacidade para 50 mil pessoas. É gratificante para nós podermos demonstrar que também há qualidade nestes campeonatos, podermos mostrar o nosso valor perante milhares de pessoas. O presidente queria que o FC Porto viesse jogar aqui, mas eu enquanto jogador prefiro jogar no Estádio do Dragão, porque é diferente jogar num palco com 50 mil pessoas», explica.
Vivem-se dias de entusiasmo na vila de Montalegre, a poucos dias do duelo com o FC Porto; Paulo Viage assume desejo de «fazer do jogo uma festa para as pessoas do concelho»
Tal como o presidente, Neves reforça a ideia de que a subida de divisão é o grande foco do Montalegre na presente época: «O nosso foco sempre foi o campeonato, porque temos a ambição de voltar a colocar o clube no patamar onde merece estar. Acho que este jogo é um bom prémio para a equipa, mas sinceramente o maior prémio que podemos receber é o da subida à Liga 3, em maio», confessa.