«Pavlidis? Muito bom. Aursnes? Muito inteligente. Kokçu? Podem esperar mais»
Pierre van Hooijdonk, antigo ponta de lança do Benfica e Feyenoord, olha para o jogo da Champions e para as águias
Pierre van Hooijdonk, antigo ponta de lança internacional pelos Países Baixos, agora comentador desportivo e também consultor no NAC Breda, está em Lisboa para o jogo desta quarta-feira. Enquanto jogador, deixou marca no Benfica em 2000/01, com 23 golos e cinco assistências em 35 jogos. Teve duas passagens e terminou a carreira precisamente no Feyenoord e, no conjunto, marcou 71 golos em 128 jogos pelo emblema neerlandês.
Em conversa com A BOLA, Van Hooijdonk admite emoções especiais, mas não as suficientes para olhar para este jogo com o coração dividido. «Gosto sempre muito de vir a Portugal e gosto muito do Benfica, onde passei bons momentos, apesar de só ter jogado uma época no clube; no Feyennord foi em dois momentos... sinceramente, eu adoro futebol e ver futebol agora e aqui, em Lisboa, é quase como umas férias. As duas equipas têm condições de vencer, mas o Feyenoord, no que diz respeito à Champions, precisa mais de ganhar este jogo», começa por situar.
Apesar dessa constatação, Pierre ainda não consegue avaliar bem o momento dos neerlandeses. «Não sabemos como pode ser forte, essa é a grande questão. Perderam pontos na liga, fizeram um mau resultado na Champions, com o Leverkusen [0-4], e venceram o Girona [3-2] num jogo louco, em que o resultado podia ter caído para qualquer um dos lados, não foi como se o Feyenoord tivesse sido dominante.»
Ainda assim, o 0-5 frente ao Benfica em julho, na Luz, para a Eusébio Cup, é resultado sem peso para este confronto, além da vontade do Feyenoord em deixar uma outra imagem. «Esse jogo foi como que um despertar para eles. Não estavam preparados, e ainda não sei em que ponto estão. Temos de ter alguma paciência, entrou novo treinador, saíram jogadores importantes e entraram outros novos. Agora, o que podemos dizer, é que existe uma atmosfera muito positiva e boa à volta do clube, depois da vitória frente ao Girona e de na última jornada terem goleado [o Go Ahead Eagles, por 5-1], mas agora precisam de mostrar que estão mesmo em boa forma.»
Em relação ao Benfica e especificamente aos jogadores que atuaram nos Países Baixos e agora etsão no plantel dos encarnados, Van Hooijdonk admite que «existe sempre uma grande curiosidade para comprovar como eles evoluíram e se correspondem às expetativas». E o antigo ponta de lança deu a opinião dele sobre os Pavlidis, Kokçu e Aursnes — o primeiro mudou-se do AZ Akmaar para o Benfica e os outros dois chegaram do Feyenoord.
«Pavlidis é um ponta de lança muito bom. Trabalha muito e marca. Conheço muito bem do AZ, onde fez um grande trabalho. Sei que ainda marcou poucos golos no Benfica, mas vai marcar mais. A exibição e os dois que marcou recentemente pela seleção na vitória em Inglaterra para a Liga das Nações [2-1], muito importante, podem representar o incentivo perfeito para ele no clube», acredita Pierre, que, pela carreira que tevem pode falar de golos e de como os marcar com muita legitimidade.
Olhando para Kokçu, o antigo jogador neerlandês lembra que ele era 10 «quando subiu à equipa principal do Feyenoord», mas que depois passou a 8 e até desempenhou funções num meio-campo como 6. «Como é que ele joga agora no Benfica? Pois. Sempre achei que ele tem de estar mais perto do golo, tem grande capacidade de remate e de aparecer para finalizar. Podem esperar muito mais dele, ainda é muito jovem [tem 23 anos] e está a progredir.»
Finalmente, Fredrik Aursnes. «É um jogador muito inteligente, muito fiável para qualquer treinador. Sabe tudo sobre o pocisionamento, o momento defensivo e realista com bola. O tipo de jogador que parece horrível quando tem à volta jogadores maus, mas perfeito para potenciar a equipa quando os que o rodeiam também têm qualidade.» Feita a análise, o alerta: «Vejo o Benfica mais preparado, bem com o novo treinador e jogadores, mas neste momento há uma boa vibe em redor do Feyenoord.»