FC Porto «Parecia que tudo era tão fácil... comecei a fazer batota e não devia»
Stephen Eustaquio recordou a chegada ao FC Porto, em janeiro de 2022. Nos primeiros seis meses no Dragão não teve tanto tempo de jogo, mas sagrou-se campeão nacional, algo contrário ao que aconteceu na temporada passada, onde foi peça importante para Sérgio Conceição, mas não conseguiu erguer o troféu de campeão.
«Acredito que um jogador de futebol não pode ter o ego grande. Dizer que só ajudei, porque joguei os jogos todos. Acredito que tive um papel importante naqueles seis meses, senão Vitinha, Matheus [Uribe] ou o Marko [Grujic] não teriam aquele rendimento. Fui importante para a equipa ajudar a atingir o objetivo. Este ano ficámos dois passos atras. Ganhámos as Taças. Falta-me carimbar, ou seja, ter uma boa época, com bons números, e ser campeão», referiu, em entrevista à Sport TV.
O médio internacional canadiano defende que a temporada transata foi «boa», mas «não em cheio».
«Uma boa época, é um pau de dois bicos. Apesar de termos ganho a Taça, ficámos com a sensação de que podíamos ter dado mais no campeonato e que seria suficiente para sermos campeões. Só nos contentamos com todos os títulos. O objetivo é o campeonato. Foi uma boa época, mas não em cheio, como queremos este ano», atirou, falando sobre o crescimento que teve em números em 2022/2023.
«Nas divisões inferiores sempre fui um seis, médio defensivo. 50 ou 60 por cento do tempo sem bola, preocupado com o equilíbrio da equipa. Quando assim é, quando jogas em clubes não tão grandes, não tens tantas oportunidades e para mais jogando a seis... Algo que mudou no FC Porto. O mister viu que tinha qualidades para jogar mais à frente. Jogando no FC Porto, equipa ofensiva, mais perto da baliza, e motivava-me sempre para chegar à área. Tinha visto que tinha qualidade para chegar à área. Foi aproveitar as oportunidades. Até janeiro fiz sete golos. É espetacular fazer golos», afirmou.
Ainda assim, Sérgio Conceição chegou a referir que Eustaquio tinha «demasiada chegada à área».
«Marcar golos é viciante. Tive uma sequência em que marcava e assistia. Parecia que tudo era tão fácil e comecei a fazer batota e não devia. Pus-me em posições avançadas, quando a equipa precisava de outras coisas. Perdi esse equilíbrio. Ajudar a equipa defensiva e ofensivamente. Aceitei a chamada de atenção do mister. Não podia apenas pensar em estar na área para marcar e assistir. Foi por aí. Algo normal», revelou o centrocampista, abordando ainda a exigência do treinador portista:
«É difícil, porque sempre fui seis e quando passas a tua vida a jogar a um ou dois toques, pensar na defesa, quando há a transição, depois de 15 anos, é difícil, porque tenho de rematar mais, conduzir mais a bola. É difícil trocar. Estás habituado a esses comportamentos. Com 25 anos penso que podia evoluir, não foi fácil, mas o mister ajudou-me. Estou numa boa fase da minha carreira. Sinto que não estou no pico da minha carreira», concluiu.