Confiança do Sporting foi decisiva para a afirmação plena. Teve abordagens para deixar os leões na última janela de mercado, mas a prioridade era vingar em Alvalade que nunca deixou de acreditar no seu potencial. Ameaça o lugar de Morita diante do Casa Pia
O golo de Daniel Bragança em Eindhoven foi um dos momentos marcantes na carreira deste médio que atravessa momento fulgurante neste arranque de Liga. Não só por ter sido o primeiro na Liga dos Campeões, mas também por reforçar o seu estatuto na equipa pois, apesar da forte utilização e de ser peça importante do plantel nos últimos anos, teve quase sempre papel secundário na equipa de Amorim, a viver na sombra de outros médios que foram despontando em Alvalade.
Essa afirmação plena surgiu mais tarde que o previsto, aos 25 anos, depois de muitos altos e baixos, empréstimos (ao Farense e Estoril), uma lesão gravíssima que o afastou durante uma época (2022/2023), para a qual muito contribuiu a mentalidade do jogador — que já afirmou publicamente que a lesão sofrida o havia deixado mais forte — mas também a confiança dada pelo próprio clube que nunca o deixou cair. Basta recordar a renovação de contrato até 2027 fechada em maio de 2023 depois da grave lesão sofrida.
E mesmo tendo uma concorrência forte, feroz numa das vagas no meio-campo (com Hjulmand e Morita em primeiro plano), Daniel Bragança foi à luta e nesta altura já consegue ombrear com o dinamarquês e o nipónico. Justificada pelos sinais (e exibições) no arranque desta época. A mais prometedora da carreira: foi a época em que chegou mais rápido aos 10 jogos somados, nunca havia somado 4 partidas com estatuto de titular nos primeiros 10 jogos nem somado tantos minutos (485) e neste período já soma 3 golos e 3 assistências. Perto do número da época passada nos… 47 jogos que contabilizou (5 golos/4 assistências).
Álvaro Magalhães orientou o médio dos leões no Farense em 2018/2019. As mudanças e os sinais de personalidade evidenciados muito cedo em Faro. «Está com uma dimensão enorme», reforça a A BOLA
BRAÇADEIRA DE CAPITÃO
De resto, ao que A BOLA apurou, Bragança era um dos jogadores com mercado no final da última época. Chegou a receber abordagens para uma saída, porém, a intenção sempre passou por vingar em Alvalade, clube onde entrou em 2007/2008 com 9 anos. Das duas partes. Dos leões que lhe passaram mensagem de que seria fundamental — atribuindo-lhe a braçadeira de capitão — e do próprio nunca perdeu a crença de confirmar qualidades evidenciadas desde tenra idade.
Tiago Fernandes, treinador que orientou o médio dos leões aquando da sua passagem pelo Estoril, confessou a A BOLA não estar surpreendido com a afirmação e excelente arranque nesta temporada
Eis que chegou a sua hora e o golo em Eindhoven foi apenas (mais) um sinal de que está empenhado para ser, também ele, protagonista. Vai reclamando a titularidade que deverá já acontecer amanhã, em Alvalade, diante do Casa Pia.