O que mudou no Benfica com a saída de Schmidt e a entrada de Lage

Benfica chegou aos oito jogos esta época, quatro sob o comando de Schmidt e outros quatro de Lage. Equipa produz agora melhor futebol como provam os números: ganha mais, marca mais, não espera tanto para marcar e usa mais recursos como as bolas paradas

Bruno Lage completou o quarto jogo ao comando do Benfica, justamente o mesmo número de encontros que Roger Schmidt fez esta época antes de ser despedido. Para lá do óbvio, nomeadamente quatro vitórias contra duas vitórias, um empate e uma derrota, a equipa produz agora mais e melhor futebol, como outros números importantes atestam.

Schmidt arrancou a época com uma derrota em Famalicão (0-2), seguiram-se triunfos sobre Casa Pia (3-0) e E. Amadora (1-0) na Luz e acabou com o empate com o Moreirense (1-1), no Minho.

A equipa marcou, então, cinco golos e sofreu três, numa média de 1,25 golos marcados por jogo. Oitenta por cento dos golos foram marcados na segunda parte e, talvez mais significativo, 60 por cento nos últimos 15 minutos. Apenas um dos golos foi apontado na primeira parte, por Kokçu, aos 19', na receção ao E. Amadora.

Todos os golos nos primeiros quatro jogos foram na área, quatro de bola corrida e um de bola parada, neste último caso na marcação de um penálti, por Marcos Leonardo (90+8'), que evitou a derrota em Moreira de Cónegos mas não evitou o despedimento de Roger Schmidt. Dos referidos cinco golos, quatro foram de pé direito e um de cabeça. Quanto aos sofridos (3), dois foram dentro da área e um fora, um marcado nos primeiros 15' e os restantes dois nos últimos 15'.

Muitas mudanças

Oito dias depois de ter dirigido o primeiro treino no Seixal, sem 14 jogadores ao serviço das seleções e Di María na Argentina para ser homenageado pela federação, Bruno Lage entrou em cena com um triunfo, contra o Santa Clara (4-1), depois de os açorianos terem marcado primeiro. Conseguiu três vitórias nos três compromissos seguintes — contra Estrela Vermelha (2-1), no arranque da Liga dos Campeões, Boavista (3-0), no Bessa, e Gil Vicente (5-1), sábado na Luz. A equipa, como tal, marcou 14 golos e sofreu três.

A média de golos subiu de 1,25 por jogo para 3,5. Onze golos (78,6 por cento) foram marcados dentro da área, três fora da área (21,4 por cento). E os encarnados têm, agora, um recurso que não utilizaram nos primeiros quatro jogos de Schmidt — as bolas paradas, das quais nasceram cinco (35,7 por cento) dos 13 golos.

A forma como foram marcados mostra o uso de diversas ferramentas — cinco de cabeça (35,7 por cento), seis de pé direito (42, 9 por cento) e três de pé esquerdo (21,4 por cento).

Interessante, ainda, o Benfica voltou a marcar fora da área — três (21,4 por cento) dos 14 golos.

A distribuição dos golos pelos 90 minutos também é, substancialmente, diferente. Marca mais na primeira parte (57,1 por cento) do que na segunda (42,9 por cento). E, curiosamente, é nos últimos 15 minutos de cada parte que marca mais (28,6 por cento em cada).

Sofreu dois golos nos primeiros 15' e um nos últimos 15'

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