Mister de A BOLA O líder também passa por adversidades
Tiago Fernandes analisa a vitória do Sporting (4-0) diante do Farense, a contar para a 24.ª jornada do campeonato
Entrada à leão
O Sporting entrou dominador e a jogar no meio-campo do adversário. Esteve sempre com bola em zonas muito altas, a manter o controlo do jogo e muito equilibrado nas transições defensivas. Apesar de estar a ser vigiado pelos defesas do Farense, Gyokeres fez um golo, daqueles que só ele consegue fazer, a explorar a antecipação e a mostrar que é um jogador muito inteligente. Aquele cruzamento do Pedro Gonçalves só podia entrar mesmo ali e ele mostrou, mais uma vez, ser acima da média ao antecipar o cruzamento e a desviar com um toque subtil. Contudo, embora estivesse mais forte, os leões desperdiçaram muitas oportunidades e quando os algarvios marcaram sentiram alguma intranquilidade.
Diomande fora de pé
Sobre a linha defensiva, tenho de sublinhar que o Diomande esteve um pouco inconstante na construção de jogo. A jogar mais no corredor central teve alguma dificuldade, pois o Farense, também, provocou o erro do costa-marfinense, principalmente nos passes interiores para depois roubar a bola e sair em transições. Depois dos algarvios terem feito o 2-1, os comandados de José Mota pensaram ser possível levar algo de Alvalade e o Sporting teve de se colocar em sentido. Além do defesa, Marcus Edwards não esteve inspirado no jogo de ontem e isso sentiu-se bastante na equipa leonina, porque foi um jogador muito abaixo da exibição do coletivo.
Lição estudada no 3-2
Com as substituições, o Rúben Amorim procurou equilibrar e após o golo teve de remediar, de correr atrás do prejuízo e de arriscar com a entrada de Paulinho. Todavia, a equipa leonina, através de uma jogada que lhe é muito característica, com o lateral alto a ir por dentro e o ala por fora, numa boa colaboração pelo corredor lateral e um bom cruzamento naquela zona, onde aparece sempre muito bem o Pedro Gonçalves e, neste caso, a finalizar e a fazer o 3-2 final.
Vitória merecida
Foi uma vitória merecida, justa por aquilo que o Sporting jogou e pelas oportunidades que dispôs. É normal esta ansiedade quando não se marca e não se mata o jogo por parte dos jogadores, que nos instantes finais tiveram de defender para evitar que o Farense chegasse com perigo à baliza de Franco Israel. Bom jogo, muito bem jogado -como vão ser todos até final-, mas com o Sporting a descair em termos físicos na segunda parte porque não controlou o jogo com maior vantagem, porque deixou que o cansaço emocional e físico viesse ao de cima e acabou com alguma intranquilidade final, mas os adeptos foram fantásticos.
Orgulho no ‘capitão’ Bragança
Queria dar os parabéns ao Daniel Bragança, porque é um orgulho vê-lo como capitão do Sporting. Merece pelo amor que tem ao clube e pelo trajeto que fez da formação até ao plantel sénior.