Mano Menezes, despedido no Fluminente após 90 minutos de Brasileirão 2025, ou seja, após a primeira jornada, ergue os braços aos céus
Mano Menezes foi despedido no Fluminense após a... primeira jornada do Brasileirão 2025
Foto: IMAGO

O novo e o velho no Brasileirão 2025

OPINIÃO05.04.202510:40

JAM Sessions é o nome do espaço de opinião semanal de João Almeida Moreira, jornalista e correspodente de A BOLA no Brasil

Vamos começar pelas boas ou pelas más notícias? Ok, pelas primeiras: o Brasileirão 2025, prova com cinco treinadores e seis jogadores portugueses e, talvez em breve, sob a observação atenta de um selecionador luso também, teve a maior média de público nas bancadas dos últimos 14 anos para uma primeira jornada: 26.028 espectadores, quase mais 600 adeptos do que a ronda inaugural de 2024.

Por outro lado, pelas contas da aplicação estatística brasileira Footstats, a média de tempo da bola a rolar na primeira jornada de 2025 chegou a 59 minutos e 57 segundos, praticamente uma hora, um aumento de quatro minutos e 42 segundos face aos 55:15 da ronda homóloga de 2024.

Graças, provavelmente, a duas novidades: uma delas, já em prática na Liga Portugal, é a substituição de apanha-bolas (ou gandulas, na gíria local) por bolas colocadas em determinados pontos do campo; a outra é o limite de oito segundos para os guarda-redes colocarem a bola em campo, sob pena de pontapé de canto se excederem o prazo.

Entretanto, na partida com mais tempo útil, a vitória do Fortaleza sobre o Fluminense por 2-0, a primeira má notícia.

Com hora e meia de campeonato decorrido já o Flu demitia o treinador, o mesmo Mano Menezes que salvou a equipa da descida, em 2024, e que a levou a uma participação honrosa na final do Cariocão frente a um Flamengo com muito mais argumentos.

Felipe Melo, agora um ex-jogador e comentador do canal SporTV, aplaudiu a decisão por estar por dentro do (mau) ambiente no balneário que até há uns meses frequentava. Mas convenhamos, é um péssimo princípio tomar uma decisão estrutural, como a demissão de um líder de grupo, após a primeira jornada de uma prova de 38 — se era para sair porque não logo após a derrota no estadual, então?

Outra má notícia é o comportamento do presidente do Santos depois da derrota do Peixe, de Pedro Caixinha, na casa do Vasco da Gama. Marcelo Teixeira, num momento muito anos 80, desancou na equipa logo após o 1-2, considerando «inadmissível» perder três pontos em São Januário — «é impressionante sofrer golos de cabeça» e «não conseguir matar o jogo», disse.

Inadmissível um clube que acaba de subir de divisão perder na casa de um gigante (adormecido, sim, mas ainda assim gigante)? A contratação de Neymar subiu à cabeça de Teixeira?

Em 2025, o novo — mais tempo de jogo útil e interesse do público graças a esse acréscimo de bola a rolar e também a inovadoras campanhas de marketing, à adesão de novos sócios e a preços dos bilhetes mais consentâneos com a realidade económica da maioria da população — ainda convive com o velho — demissões de treinadores e comentários absurdos de dirigentes, literalmente à primeira oportunidade.

Sugestão de vídeo:

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