Thiago Motta grita durante um jogo
Thiago Motta já não é treinador da Juventus (Foto: IMAGO)
Foto: IMAGO

Thiago Motta e a saída da Juventus: «Não quero ouvir falar em fracasso»

INTERNACIONAL05.04.202510:18

Treinador mostra-se desiludido e revela que foram ditas muitas mentiras

Thiago Motta, treinador despedido da Juventus há duas semanas, abordou a saída do clube numa entrevista ao Corriere della Sera, falando nas mentiras veiculadas na Imprensa e criticando o clube por não ter confiado no seu projeto.

O técnico ítalo-brasileiro não chegou a completar o primeiro ano do contrato de três que tinha assinado com a equipa de Turim, com os resultados abaixo das expectativas dos adeptos e da direção bianconera a conduzirem à sua substituição por Igor Tudor, logo após a derrota por 0-3 diante da Fiorentina.

«Não aceito que todo o meu trabalho seja deitado fora», afirmou o treinador, acusando a mágoa causada pela sua saída repentina da equipa, que liderou ao longo de 265 dias.

«A Juve deveria ter-me dado tempo. Mesmo que seja verdade que os dois últimos jogos foram mal jogados, e que a direção bianconera, de forma justa, escolheu outro caminho», começou por dizer Thiago Motta.

O treinador de 42 anos mostrou-se desiludido: «As coisas não correram como esperava, especialmente na Taça de Itália e na Liga dos Campeões. Mas não quero ouvir falar em fracasso. Deixei a equipa a apenas um ponto do quarto lugar, o objetivo prioritário no início da época.»

Quanto aos erros cometidos na sua primeira época na Juventus, Motta não nega. «Mudaria muitas coisas. Mudaria as minhas escolhas nos dois últimos jogos. Mas não aceito deitar fora todo o trabalho feito. Com uma equipa nova e afetada por lesões, estávamos perto de atingir o nosso objetivo», reforçou.

A reação do técnico não foi a melhor quando o jornalista do Corriere della Sera Walter Veltroni lhe perguntou sobre os desentendimentos com os jogadores e com o diretor desportivo: «Quem diz isso está a mentir! Tive uma ótima relação com todos os jogadores.»

«Nunca discuti com o diretor, nem com os jogadores!»

«Não aceito calúnias. Giuntoli disse que teve vergonha da minha escolha? Nunca discuti com o diretor. Nunca! Tal como nunca disse a Yildiz que ele não é o Messi», prosseguiu, acrescentando que incentivou Koopmeiners, frequentemente alvo de críticas: «Ele saberá sempre como progredir, foi sobrecarregado com muitas expectativas devido ao seu preço elevado.»

E também Kenan Yildiz, que recebeu a camisola 10 e o peso de se tornar o sucessor de Alessandro Del Piero, mereceu elogio: «Terá um futuro brilhante, porque, além do seu talento, é um campeão como pessoa.»

O técnico italiano também deixou uma mensagem para os adeptos bianconeri: «Agradeço-lhes por tudo o que vivemos juntos, a Juve tem de voltar a ganhar o título, já não acontece há demasiados anos.»

«Acredito que o que semeei ficará. Obrigado por me terem apoiado, mesmo que de forma crítica, mas sempre com muito carinho», acrescentou.

Sugestão de vídeo:

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