«Não nos podemos dar ao luxo de perder tempo»

Chelsea «Não nos podemos dar ao luxo de perder tempo»

INTERNACIONAL07.07.202320:07

O treinador argentino Maurício Pochettino, de 51 anos, afirmou esta sexta-feira, na primeira conferência de imprensa como técnico do Chelsea – para as próximas duas temporadas (até julho de 2025), mais uma de opção -, em Stamford Bridge (Londres) que «os jogadores não vão ter o luxo de poderem perder tempo, pois todos vão ter de estar e dar o máximo desde o início para corresponder às expetativas».

Era aguardada com particular expetativa a primeira conferência de imprensa do técnico das ‘pampas’ – que na Premier League já orientara Southampton (2012 a 2014) e Tottenham (2014 a 2019), depois de ter iniciado a carreira no banco no Espanhol de Barcelona (2008/09 a 20212/13) - pelos ‘blues’ londrinos, que se realizou neste dia, sem defraudar a ilusão de um novo rumo no clube comprado em julho de 2022 pelo magnata norte-americano Todd Bohely mas que, mesmo com três técnicos ao longo da época 2022/23 (Thomas Tuchel, Graham Potter e Frank Lampard) terminou a pretérita edição do campeonato num modesto 11.º lugar e fora das provas da UEFA, apesar das centenas de milhões de euros investidos pelos novos proprietários em jogadores para reforçar o plantel.

«Não há paciência no futebol. Nem posso dizer aos fãs que preciso de seis meses para criar alguma coisa. Teremos de ser capazes de corresponder às expetativas e às exigências desde o primeiro dia. Os jogadores não vão ter o luxo de poderem perder tempo a assimilar novas ideias e métodos de jogo, não nos podemos dar a esse luxo: vão ter de estar ao máximo e dar o máximo desde o primeiro dia para corresponder ao que os fãs e responsáveis do clube ambicionam», disse Pochettino aos jornalistas neste seu primeiro dia nos ‘blues’, citado pela BBC.

«Tive uma boa e longa conversa com os donos do clube, que são pessoas inteligentes, fizeram-me sentir muito bem. Não sou um técnico que precise de pedir mais poder aos ‘patrões’. Só tenho de lhes mostrar, tal como aos adeptos, que podem confiar em mim», afirmou aquele que é o quarto técnico escolhido pela equipa de Todd Boehly desde a compra do clube, em julho de 2022… e o sexto treinador do Chelsea em cinco anos.

Se ficou célebre e suscitou a ira dos adeptos dos ‘spurs’, rivais londrinos, quando Pochettino, então ao técnico do Tottenham, protagonizou tirada a elogiar precisamente os ‘blues’ - «o Chelsea tem sido maior clube inglês nos últimos 10 a 15 anos» -, agora em Stamford Bridge a fasquia está… no que o tricampeão inglês e campeão europeu, o Man. City ‘de’ Pep Guardiola (onde militam Rúben Dias e Bernardo Silva) consegue, e é, naturalmente, dos ‘citizens’ que se espera maior óbice para o Chelsea voltar aos títulos.

«Felicito Pep [Guardiola, técnico do Man. City] pelo que conseguiu com a equipa, tal como o Chelsea fez durante 10 ou 15 anos. Mas agora, no Chelsea, temos de acreditar que podemos fazer grandes coisas e sermos capazes de competir com o Man. City», foi o desafio que Pochettino partilhou neste dia ter no novo cargo.

«Jogar bem é bitola de que não abdicamos, assim como um estilo de jogo próprio, filosofia e cultura distintivas. Mas se estás num clube como o Chelsea e não vences, irás ter problemas. Com os jogadores que temos e a estratégia delineada pelo clube, agora tudo se resumo a vencermos, a sermos competitivos, e transmitirmos essa energia aos fãs», sublinhou, antes de abordar a imensa redução do plantel operada no defesa e marcado do corrente verão.

«Não penso em qual o rival ou o jogo mais difícil, só em ter uma equipa equilibrada. Estou aqui para que o Chelsea ganhe, o meu objetivo ao vir para aqui é vencer! O plano inicial passava por reduzir o número de jogadores que tínhamos e criar dinâmicas», concluiu Maurício Pochettino que, recorde-se, terá tido, já, a última palavra (ou a decisiva) para que o avançado internacional português João Félix, que esteve na última época (2022/23) no Chelsea cedido pelo Atlético de Madrid, não fosse adquirido a título definitivo no presente verão pelos ‘blues’ londrinos.