Mulher de Robert Enke: «Claro que ainda acompanho o Benfica»
Robert Enke representou os encarnados entre 1999/00 e 2001/02
Foto: IMAGO

Mulher de Robert Enke: «Claro que ainda acompanho o Benfica»

INTERNACIONAL23.08.202410:20

Antigo guarda-redes das águias completaria 47 anos este sábado

O antigo guarda-redes do Benfica Robert Enke faria 47 anos este sábado e, para assinalar a data, Teresa Enke, mulher do guardião, está a organizar os 'Dias da Saúde Mental'.

Numa entrevista ao jornal alemão Bild, lembrou o antigo jogador, que pôs fim à própria vida no dia 10 de novembro de 2009: «Ele podia ser muito alegre. E tinha um sentido de humor negro, ríamos muito juntos. Foi a doença que o levou à morte. A dor nunca desaparecerá. Muitas vezes dou por mim a dizer na minha mente: “Robbi, se pudesses ver isto agora...” Especialmente quando encontro velhos companheiros de outrora. Espero que o Robbi tenha encontrado paz onde está agora. Embora ele não fosse uma pessoa infeliz.»

Teresa Enke revelou, também, que ainda segue os clubes por onde o guarda-redes passou, incluindo o Benfica, que representou entre 1999 e 2001 (93 jogos). Deixa, no entanto, críticas ao Barcelona, onde Enke jogou em 2002/2003, após sair das águias: «Sim [sigo os ex-clubes de Enke], sobretudo quando se trata de antigos companheiros de equipa dele. Não é que as derrotas me deixem triste, mas gostaria de voltar a ver o Hannover na primeira divisão. Claro que acompanho o Benfica e o M'Gladbach também. O Barcelona interessa-me menos».

«O Barcelona é mesmo um covil de bruxas. Naquela altura, os jogadores não eram tratados de forma particularmente humana. No entanto, às vezes pergunto-me: 'Será que ainda estaríamos em Barcelona se o Robbi tivesse conseguido? Por vezes, a vida corre de forma diferente do que planeámos», continuou.

Convidada para ir assitir à Supertaça, entre Bayer Leverkusen e Estugarda, Teresa admitiu que ainda lhe custa ir a estádios de futebol: «Ainda é difícil para mim ir ao estádio. Ainda agora, na Supertaça, lembrei-me que o Robbi ia sempre para os cantos e batia palmas, primeiro à esquerda e depois à direita com os adeptos. Recentemente, coloquei “Robert Enke Number 1” na minha lista de reprodução, a música que costumava tocar sempre antes dos jogos. É normal que as memórias voltem.»

Por fim, falou sobre os objetivos dos 'Dias da Saúde Mental' e da Fundação Robert Enke: «A intenção da fundação foi sempre a de ser aceite na família do futebol. E conseguimos. A doença deixou de ser um tabu. Os jornalistas escrevem agora objetivamente sobre o tema da depressão.»

«[Com o evento] Queremos tirar um pouco do medo de tudo isto, e poder descobrir mais sobre a depressão no belo ambiente dos Jardins de Herrenhausen. Temos pessoal treinado que pode dar apoio. Mostramos às pessoas afetadas: 'Estamos aqui para o ajudar'. E às pessoas que não estão afetadas é dada a oportunidade de se colocarem na pele de alguém que está deprimido. Com um programa para crianças, também introduzimos os mais pequenos neste tema de uma forma lúdica», concluiu.